2006-03-31

Papoilando...


Papoilando... me despeço!
Até amanhã!
Durmam todos muito sossegadamente, sem sobressaltos nem pesadelos!
Amanhã, Abrilando acordaremos!

2006-03-29

Sono...



Se eu me sentir sono,
E quiser dormir,
Naquele abandono
Que é o não sentir,

Quero que aconteça
Quando eu estiver
Pousando a cabeça,
Não num chão qualquer,

Mas onde sob ramos
Uma árvore faz
A sombra em que bebamos,
A sombra da paz.

(Fernando Pessoa, em 20/04/1934)

2006-03-28

Mãos dadas...


Ela chama-se Cidália.
Ele é pescador e chama-se Artur.
Têm duas filhas e dois ou três netos.
Caminham de mãos dadas.
Para mim é um privilégio encontrá-los logo pela manhã.
Cumprimentamo-nos e lá seguimos o nosso passeio, eles no seu ritmo, eu no meu ritmo muito mais compassado.
Vão conversando lá das suas coisas e eu fico pensando cá nas minhas coisas...
E uma das coisas em que eu fico pensando é " Que bom que haja gente assim! Gente que depois de 30 anos de vida em comum ainda tem tanto para conversar e ainda sente o gosto de "sentir" na sua mão a mão do outro"!
É um privilégio vê-los e concluirmos que, por mais que não seja, só por isto, já ganhámos o dia!

2006-03-27

Gatinho curioso...



Este gatinho foi espreitar!...
Espreite também...
Já online a sessão de 14/03/2006 do Canto das Letras.

(www.asas.chrome.pt)


2006-03-25

Béu...béu..


Não sei se sou flor
Ou se sou um cãozinho
Mas passeio contente
Dentro do cestinho!

(Para todos um Sábado colorido e perfumado!)

2006-03-23

Neste dia de nuvens...



Era uma nuvem
E tinha a tua cor

Desenhava-se no céu
Como tu te desenhas em mim

Numa fuga
Num não existir

Que faz de ti
Nuvem evaporada
Antes de ser...

(Escrito por mim, não sei quando; certamente num dia com nuvens...)

2006-03-22

Cheiro de Mar e Manga...


Já se atreveu a ir ao Canto das Letras de 2/03/2006 para ler o nosso 2º conto partilhado??
Já sabe: www.asas.chrome.pt
é a porta de entrada.
Clika na data acima referida e quando se sentir envolvido por um agradável cheirinho a Manga clika e poderá lê-lo.
Ele está à sua espera, "cheirosamente perfumado", deliciosamente ilustrado e musicado.
Se, se divertir com os "dois finais" do conto, não nos culpe; culpe-se a si próprio por ser uma pessoa curiosa, alegre e bem disposta!!!
Vá lá... de que é que está à espera??...

2006-03-21

Porque é Dia da Poesia...


"És tu a Primavera que eu esperava,
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante."
(Da Sophia)
( Mas também porque a Primavera chegou e porque a minha flor é a papoila)

2006-03-20

Amor de Marinheiro...


De Pablo Neruda :

"(Amo o amor dos marinheiros
que beijam e partem

deixam uma promessa
Não voltam nunca mais.

Em cada porto uma mulher espera:
os marinheiros beijam e partem.

Uma noite deitam-se com a morte
no leito do mar.)

2006-03-19

Almoço convívio...



Fragrância
de lilás...

Claro entardecer da minha remota infância
que flui como o curso de umas águas tranquilas.

E depois um lenço estremecendo na distância
E sob um céu de seda a estrela que palpita.

Nada mais. Pés cansados das longas viagens
e uma dor, uma dor que remorde e se afila.

...e ao longe campanários, canções, penas, ânsias,
virgens que tinham tão doces as pupilas.

Fragrância de lilás...

( De Pablo Neruda)

2006-03-17

Não precisa bater à porta!...




www.asas.chrome.pt

A porta é a da Biblioteca Municipal de Santo André.
Entre e vá até ao nosso Canto das Letras (sessão de o2/o3/2006).
Será sempre muito bem vindo!!!

2006-03-16

Poema do dia....


Os gatinhos


Eu tenho
um gatinho
chamado Pompom
que dorme à lareira
Fazendo "ron- ron"...


Um dia
uma gata
chamada Argolinha
perguntou se podia
ser a sua gatinha...

Casaram os dois
tiveram filhinhos.

E... hoje à lareira
dormen sete gatinhos!

(Hoje como "pensamento" do dia foi o que me ocorreu. Vá lá a gente entender a mente humana!!... E a todos vocês, eu direi com muita amizade e respeito:
"Bom- dia, Gataria!!!!"

2006-03-15

Ainda sobre "A Mulemba".


"A narradora é uma mãe que descobre a magia encantatória das suas histórias, no dia em que o seu filho se deixa adormecer, ouvindo-a.
As múltiplas peripécias vividas pela menina de seis anos, heroína deste conto infanto-juvenil, obrigaram-na a simular outras personagens, com o fim último de as tornar presentes e vivas. O diálogo gerado envolve mãe e filho numa cumplicidade tal que acabamos por nos deixar cativar, não só por ele, mas também pelos espaços africanos onde tudo se passa."
(Excerto da contra- capa do livro, para esclarecer a "Espuma" e não só...)
Mais se informa que:
Segundo o conto, Mulemba vem do dialecto quimbundo, Kulemba, que significa escurecer, dado
que a copa da árvore provoca uma sombra muito densa e escura.

2006-03-14

Assim começa...


«Hoje faz tanto frio, que só te posso aquecer com mais uma história passada em África.
"Não importa, mãe, eu gosto de te ouvir e de sonhar contigo..."
Uma menina de seis anos vivia com os pais numa daquelas fazendas perdidas na imensidão da grandeza africana. Gostava tanto de passear pelo terreiro que um dia se esqueceu que era tempo de voltar para casa e deixou-se seduzir por um carreiro de formigas- brancas que encontrara atrás das capoeiras. Caminhou, caminhou, durante algum tempo, fascinada pelo movimento daquela linha, tão linha, tão direitinha, que nada a fazia distrair! Para a direita, para a esquerda, em frente eram ordens que pareciam vir de alguém a quem aqueles minúsculos seres obedeciam. Então, a menina pôs-se no fim da fila, deixando- se ir com estes novos companheiros.
O dia tinha sido muito quente e a noite aproximava-se quase como por magia. Seguiram por uma picada, isto é, uma estrada de terra batida e ladeada por um grande capinzal.
De repente...»

(Assim começa... este belo livro que hoje a Amiga Arlete me ofereceu; A MULEMBA, de Maria Luisete Souto Cardoso Baptista) . Mulemba é uma árvore africana.

2006-03-12

Garbe Hotel!


Aqui está um dos mais antigos e agradáveis hoteis de Armação de Pêra.
Mar, por baixo da janela.
Lua, (quase cheia) por cima da janela.
No ouvido, um leve marulhar...

2006-03-11

Lírios...

Pelo pouco que já vi
Muito me está parecendo
Sorriso vindo de ti
É como lírio crescendo
...
Não importa se é pequena
A flor que nos rodeia
Pois tem beleza serena
Tal como a lua cheia
(Obrigada, Cidália!)

Ondulações...

Flor do campo
Cotovia
Alma gentil
Inspirada
Ondulação de trigal
Discreta voz
Repousada
...
Desnudas a tua alma
Com beleza e ousadia
Trazes poemas nos olhos
Em tudo vês poesia
(Para a Cidália, com amizade)

2006-03-10

Palavras...


"eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei- de fingir que

não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, eu sei e tu sabes."
(J. L. Peixoto, A Casa, a Escuridão)

2006-03-09

Olhares...


Se a minha amada um longo olhar me desse
Dos seus olhos que ferem como espadas
Eu domaria o mar que se enfurece
E escalaria as nuvens rendilhadas
(Cesário Verde)

2006-03-08

Ó Homens!....



"GOSTO DE TI TODOS OS DIAS"
(Uma agenda literária, da D. Quixote)


Se as vossas MULHERES, sejam elas "Esposas, Namoradas, Amantes ou Amigas", não gostarem só de receber: jóias, bombons, flores ou bonecos, ofereçam-lhe esta Agenda.
Para além deste "gostoso" título, tem dezenas de citações de bons escritores.
Mais ainda, é intemporal porque não específica nem dia de semana nem ano, apenas o mês.
Acrescento como último argumento convincente "é barata..."
Elas gostariam de não ter de a comprar como eu fiz ( e não me arrependo).
Na D'as Artes há, assim como certamente em qualquer outra livraria.
Passem todos um dia muito feliz, cheio de beijinhos e abraços, não esquecendo porém que o ano tem 365 dias... ou, mais um!


2006-03-07

Prevenir...


Tenho tido uma trabalheira
a tricotar gorros e cachecóis
para as minhas Gaivotas!...
Atchim!

2006-03-03

ACRÓSTICO!


A CASA DA CAROLINA
A casa da Carolina
...
Cmo navio de sonho
Aproa p'lo mar sem fundo
Sabe-lhe a sal e iodo
Abre-lhe as portas do mundo
...
Dá-lhe o embalo das gaivotas
Asas de todas as rotas
...
Chega à janela e renascem
A luz e o som pelo ar
Respira o mar a embalar
Ondas que nunca esmorecem
Luz de cegar ou neblina
Intempérie ou mar de azeite
Nada há que não enfeite
A casa da Carolina
(Ternurenta inspiração do meu querido amigo "João Luís"....)