2010-01-26

À beira do paraíso...

(A Lagoa e o Steve na barca que ele próprio construiu)
Fui visitar a Zília e ela, "Senhora da Lagoa", prontificou-se a mostrar-me os seus domínios. Lá me meti no seu carrinho e, por azinhagas e trilhos talhados no pinhal, chegámos à sua amada Lagoa. Não aquela margem que vocês conhecem do lado da Costa de Santo André, mas a outra margem no interior, oposta à praia.
Galeirões nadavam placidamente na água. Algumas aves levantavam voo. De todas elas a Zília sabia o nome: corvo marinho, mergulhão e, isso não vimos, mas ela diz que até belos e elegantes flamingos existem por ali.
O silêncio era "rei"naquele espaço idílico.
De repente, deslizando suave e silenciosa, uma barca surgiu de entre os juncos.
- Olha o Steve! - disse a Zília.
E o Steve, a Patricia (sua mulher) e a Laura (2 anos de idade), aproximaram-se.
O Nico, orelhas fora da água, nadava seguindo a barca dos donos.
Uns minutos de conversa sobre a vida e sobre aquele lugar...e lá desapareceram eles de novo por entre os juncos, dirigindo-se para a casinha onde moram " à beira do paraíso" a 50 metros da Lagoa.
Não pude deixar de me encantar com aquela vida de qualidade, com a riqueza daquela menina, ali, em contacto com a Natureza, enquanto outras crianças vivem em apartamentos, onde pouco ou nada parece faltar mas...ONDE FALTA TUDO!
E eu voltei para casa pensando: " Tenho que contar isto às pessoas"!
E por isso, aqui vos deixo o meu relato!

2010-01-24

2010-01-16

Recordando a minha aluna Clarisse!

Clique:
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http://www.youtube.com/watch?v=iNNij4Vgp_w

(Esclareço, que a menina que aparece no vídeo, não é a Clarisse.
Nesta altura ela é já uma mulher.
Conhecemo-nos quando eu era professora numa escolinha do campo perto de S. Torpes. «Escola das Palmeiras».
Na verdade ela era muito loura, tinha olhos verdes, morava numa cabana e brincava com as gaivotas).
«Música: Mireille Mathieu em La Mer»

2010-01-10

Quem diria...

"Bebezinho do Nininho-ninho:
Oh!
Venho só quevê pâ dizê ó Bebezinho que gotei muito da catinha dela. Oh!
E também tive muita pena de não tá ó pé do Bebé pâ le dá jinhos.
Oh! O Nininho é pequenininho!
Hoje o Nininho não vai a Belém porque, como não sabia se havia carros, combinei tá aqui às seis ho'as.
Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sai daqui pelas cinco e meia *(isto é a meia das cinco e meia).
Amanhã o Bebé espera pelo Nininho, sim? Em Belém,sim? Sim?
Jinhos, jinhos e mais jinhos
31-5-1920
Fernando
(* o poeta desenhava aqui uma meia).

Nem mais nem menos, esta é uma carta de Fernando Pessoa à sua Ofélia. E ele próprio dizia: "todas as cartas de amor são ridículas" .
Serão?

2010-01-02