Se eu me sentir sono, E quiser dormir, Naquele abandono Que é o não sentir, Quero que aconteça Quando eu estiver Pousando a cabeça, Não num chão qualquer, Mas onde sob ramos Uma árvore faz A sombra em que bebamos, A sombra da paz.
Ela chama-se Cidália. Ele é pescador e chama-se Artur. Têm duas filhas e dois ou três netos. Caminham de mãos dadas. Para mim é um privilégio encontrá-los logo pela manhã. Cumprimentamo-nos e lá seguimos o nosso passeio, eles no seu ritmo, eu no meu ritmo muito mais compassado. Vão conversando lá das suas coisas e eu fico pensando cá nas minhas coisas... E uma das coisas em que eu fico pensando é " Que bom que haja gente assim! Gente que depois de 30 anos de vida em comum ainda tem tanto para conversar e ainda sente o gosto de "sentir" na sua mão a mão do outro"! É um privilégio vê-los e concluirmos que, por mais que não seja, só por isto, já ganhámos o dia!
Era uma nuvem E tinha a tua cor Desenhava-se no céu Como tu te desenhas em mim Numa fuga Num não existir Que faz de ti Nuvem evaporada Antes de ser... (Escrito por mim, não sei quando; certamente num dia com nuvens...)
Já se atreveu a ir ao Canto das Letras de 2/03/2006 para ler o nosso 2º conto partilhado?? Já sabe: www.asas.chrome.pt é a porta de entrada. Clika na data acima referida e quando se sentir envolvido por um agradável cheirinho a Manga clika e poderá lê-lo. Ele está à sua espera, "cheirosamente perfumado", deliciosamente ilustrado e musicado. Se, se divertir com os "dois finais" do conto, não nos culpe; culpe-se a si próprio por ser uma pessoa curiosa, alegre e bem disposta!!! Vá lá... de que é que está à espera??...
"És tu a Primavera que eu esperava, A vida multiplicada e brilhante, Em que é pleno e perfeito cada instante." (Da Sophia) ( Mas também porque a Primavera chegou e porque a minha flor é a papoila)
De Pablo Neruda : "(Amo o amor dos marinheiros que beijam e partem deixam uma promessa Não voltam nunca mais. Em cada porto uma mulher espera: os marinheiros beijam e partem. Uma noite deitam-se com a morte no leito do mar.)
Fragrância de lilás... Claro entardecer da minha remota infância que flui como o curso de umas águas tranquilas. E depois um lenço estremecendo na distância E sob um céu de seda a estrela que palpita. Nada mais. Pés cansados das longas viagens e uma dor, uma dor que remorde e se afila. ...e ao longe campanários, canções, penas, ânsias, virgens que tinham tão doces as pupilas. Fragrância de lilás... ( De Pablo Neruda)
Eu tenho um gatinho chamado Pompom que dorme à lareira Fazendo "ron- ron"... Um dia uma gata chamada Argolinha perguntou se podia ser a sua gatinha... Casaram os dois tiveram filhinhos. E... hoje à lareira dormen sete gatinhos! (Hoje como "pensamento" do dia foi o que me ocorreu. Vá lá a gente entender a mente humana!!... E a todos vocês, eu direi com muita amizade e respeito: "Bom- dia, Gataria!!!!"
"A narradora é uma mãe que descobre a magia encantatória das suas histórias, no dia em que o seu filho se deixa adormecer, ouvindo-a. As múltiplas peripécias vividas pela menina de seis anos, heroína deste conto infanto-juvenil, obrigaram-na a simular outras personagens, com o fim último de as tornar presentes e vivas. O diálogo gerado envolve mãe e filho numa cumplicidade tal que acabamos por nos deixar cativar, não só por ele, mas também pelos espaços africanos onde tudo se passa." (Excerto da contra- capa do livro, para esclarecer a "Espuma" e não só...) Mais se informa que: Segundo o conto, Mulemba vem do dialecto quimbundo, Kulemba, que significa escurecer, dado que a copa da árvore provoca uma sombra muito densa e escura.
«Hoje faz tanto frio, que só te posso aquecer com mais uma história passada em África. "Não importa, mãe, eu gosto de te ouvir e de sonhar contigo..." Uma menina de seis anos vivia com os pais numa daquelas fazendas perdidas na imensidão da grandeza africana. Gostava tanto de passear pelo terreiro que um dia se esqueceu que era tempo de voltar para casa e deixou-se seduzir por um carreiro de formigas- brancas que encontrara atrás das capoeiras. Caminhou, caminhou, durante algum tempo, fascinada pelo movimento daquela linha, tão linha, tão direitinha, que nada a fazia distrair! Para a direita, para a esquerda, em frente eram ordens que pareciam vir de alguém a quem aqueles minúsculos seres obedeciam. Então, a menina pôs-se no fim da fila, deixando- se ir com estes novos companheiros. O dia tinha sido muito quente e a noite aproximava-se quase como por magia. Seguiram por uma picada, isto é, uma estrada de terra batida e ladeada por um grande capinzal. De repente...» (Assim começa... este belo livro que hoje a Amiga Arlete me ofereceu; A MULEMBA, de Maria Luisete Souto Cardoso Baptista) . Mulemba é uma árvore africana.
Aqui está um dos mais antigos e agradáveis hoteis de Armação de Pêra. Mar, por baixo da janela. Lua, (quase cheia) por cima da janela. No ouvido, um leve marulhar...
"eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não escrevi estas palavras, sim, mãe, hei- de fingir que não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste, somos assim, mãe, eu sei e tu sabes." (J. L. Peixoto, A Casa, a Escuridão)
Se a minha amada um longo olhar me desse Dos seus olhos que ferem como espadas Eu domaria o mar que se enfurece E escalaria as nuvens rendilhadas (Cesário Verde)
"GOSTO DE TI TODOS OS DIAS" (Uma agenda literária, da D. Quixote)
Se as vossas MULHERES, sejam elas "Esposas, Namoradas, Amantes ou Amigas", não gostarem só de receber: jóias, bombons, flores ou bonecos, ofereçam-lhe esta Agenda. Para além deste "gostoso" título, tem dezenas de citações de bons escritores. Mais ainda, é intemporal porque não específica nem dia de semana nem ano, apenas o mês. Acrescento como último argumento convincente "é barata..." Elas gostariam de não ter de a comprar como eu fiz ( e não me arrependo). Na D'as Artes há, assim como certamente em qualquer outra livraria. Passem todos um dia muito feliz, cheio de beijinhos e abraços, não esquecendo porém que o ano tem 365 dias... ou, mais um!
Um dia disse ao meu Pai:
- Sou filha das tristes ervas...
Ele respondeu, versejando com muita graça:
"FILHA DAS TRISTES ERVAS
MAS NÃO DA ERVA DANINHA
FILHA DA MANA BIA
E DO MANO ZÉ PALMINHA!"