2005-03-02

Ele fazia hoje anos...

É para ele que vai o meu primeiro abraço deste dia, retribuição de tantos que me deu, como um pai amoroso, entre sorrisos, ordens transpiradas pela azáfama para agradar aos clientes, pedidos de compra do pão que acabara, deslocações ao Pomar Grande e à Mercantil com a sua Bia, lágrima ao canto do olho, que tantas vezes queria disfarçar e justificar com o fumo do peixe que já grelhara, quando se referia à sua Carolina e ao seu Zé, orgulhoso!
Sinto a força das suas palavras, que a filha ecoa, agradeço-lhe ter-me confiado o livro que escreveu pelas suas próprias mãos, saga da gente do povo, o livre trânsito para circular pela cozinha do restaurante, os passeios que desfrutámos, os momentos de "pescaria", os neologismos enriquecedores, as metáforas, a sabedoria, a sua permanência viva no meu coração saudoso, as laranjas da sua horta, que ainda me oferece pelas mãos dos seus filhos, os abraços que delegou na sua neta!
Quem é? Para a maioria e até para uma praia que foi baptizada com o seu nome, O Mano Zé; para mim, alguém muito especial, uma referência, um amigo, a quem repito:
Obrigada, meu querido!

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