2005-06-09

Reflexos - XL

Para ti, amiga saudosa e inquieta pelo silêncio do meu pensar, ver, sentir, o POEMA DO COMEÇO de António Maria Lisboa:

Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão muito
aberta

Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de
escamas

Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia

Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de
musgo

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