Era Setembro.
A maré estava assim. Vazia.
Um homem caminhava deixando atrás de si, os passos desenhados no areal deserto.
Conhecemo- nos.
Era alemão.
Durante oito dias ele ficou por ali.
Conversámos numa mistura de inglês, francês, espanhol e sei lá mais o quê.
Rimos.
Embebedámo- nos.
Tivemos insónias.
Lembro o seu último gesto. Um copo de vinho, erguido em jeito de saudação ou despedida.
Os anos passaram. Muitos!
Nem lembro o nome do homem.
Mas os seus passos estão muitas vezes lá!
Hoje estavam.
Desenhados, vivos, nítidos, apesar do lusco- fusco.
Não há maré cheia que os apague de vez.
Ao longe, as luzes de Sines acendem- se.
Em jeito de saudação ergo um imaginário copo de vinho...
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1 comentário:
Parece que sim...
Um bj.
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