Hoje, lá do alto da estante, o Cesário acenou e caiu-me na mão um ramalhete!
Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão- de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
(Cesário Verde)
4 comentários:
Só falta o Vilarett a dizê-lo...
Mas a gente pode imaginar que o está ouvindo!
O Pedro Barroso também canta isto mt bem!!!!
Porque foi retirado o primeiro comentário dasartes??!!!!...
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