O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro; dentre a horta,
Dizia-lhe: "Bons dias!"
E o velho padre-cura não gostava daquelas cortesias.
(...)
(Guerra Junqueiro)
5 comentários:
Minha amiga, como fui criada no campo, até aos 17 anos !!!
Via os Melros, e achava que eram uns pássaros muito bonitos.
Gostei e o Melros são muito bonitos eu agora aqui vejo muitos, andam sempre na horta da minha vizinha.
Todo vestido de gala, com o seu bico amarelo!
Esvoaça e saltita bem apressado,vai e volta ao mesmo local, mantendo aquele jogo de aproximação e afastamento.
Cantam e encantam.
(Eu fazia sopinhas de pão com leite e punha na gaiola, que era enorme com uma árvore lá dentro. Um dia,fugiram. Levei um "sermão", e fiquei proibida de voltar a repetir a gracinha).
Ponto final.
Gosto de melros , são lindos, alegres e muito finos, até há a expressão "esperto como um melro".
E acho a poesia de Guerra Junqueiro fresca e bem humorada, a condizer com o melro!
Carolina
"Melros" não têm nada a ver com os McCann mas, já agora, publica o poema na íntegra; é que o Guerra Junqueiro "morria de amores" pela Inglaterra, e o poema na totalidade sempre é mais interessante.
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