2007-12-27

Outros Natais!...


Olha o nosso Zé!
A guerra colonial passou por nós (a família), de uma forma de certo modo ligeira. Talvez o diga agora, porque a "peneira" do tempo já coou mágoas e inquietações.
O meu irmão foi cedo para a tropa. Com 18 anos, acabado o então chamado 7º ano, resolveu ir voluntário para se "despachar cedo daquele assunto".
Navegador aéreo foi o cargo que ocupou.
Nunca fomos a dramáticas despedidas nem a chegadas. Nunca houve lenços a acenar. Ele dizia-nos sempre que nunca sabia horas de partida nem de chegada.
"Penso que o fazia para nos poupar!..."
Percorreu quase todo do Ultramar, aparecendo em casa e desaparecendo daquela forma inesperada e ligeira do avião que passa.
Sabíamos notícias através dos tais aerogramas. Ele a contar coisa de lá. Eu a contar coisas de cá.
Lembro-me de um "Dia de Natal"!
Estávamos, eu e os meus pais em S. Torpes, no nosso restaurante a começar a almoçar.
De repente lá estava ele a entrar-nos pela porta dentro.
Felizes mas, incrédulos olhávamos espantados. O meu pai foi o primeiro a reagir:
- Olha o nosso Zé!!!
E de um melancólico almoço de Natal a três, passámos para um alegre festim a cinco, pois ele trazia consigo um grande amigo!
E digam lá se não foi um belo e inesperado presente?






8 comentários:

lami disse...

Belo presente, Carolina!
Acho que era giro fazermos uma colectânea de histórias ou estórias de Natal. Vamos pôr a ideia a circular? Que dizes?
Pode ser no blogue do canto das Letras. Já lá está a do Gil...

Carolina disse...

Boa! Ponham a circular a ideia!
Fantástica!
;)))

Jelicopedres disse...

PRESENTE,com MAIÚSCULAS, Carolina!!!
Inesperado...
O inesperado é sempre um presente, quando nos toca o coração!...
Bj.

Anónimo disse...

Foi um grande presente, já estou como a Laura, fazermos várias histórias, que são muito giras, Um Bom Ano e Muita Paz, um grande beijo.

Anónimo disse...

Maria José estamos à espers da tua!
;))))

Aparecida disse...

Se não fossem as guerras coloniais, eu não estaria aqui, nem teria a minha portuguesinha, e Santiago do Cacém, nem os meus filhos falariam a língua de Portugal.
Foi pela Guerra de Angola, que o meu marido foi para o Brasil.
Saudades é o que é o Natal!
Linda história de vida da Carolina, uma caixinha de surpresas.
Boas Festas! Feliz Ano Novo!
da Aparecida

Carolina disse...

Que bom que tenha vindo parar a Portugal!
Gostamos muito "Dchi você!"
E o pineu????
;)))))
bjs BOM ANO!

O céu da Céu disse...

Natal é nascimento!
Natal é presente!
Natal é família!
E que presente nasceu no seio dessa família!!!Beij