(Fotografia e texto do jornal "Sineense")
Depois havia os Banhos Quentes, que era ao pé de um rio grande onde a gente ia lavar, do lado esquerdo quando vamos para a praia. Os Banhos Quentes eram uma casa grande e bonita, mobilada de camas para os doentes.
Tinham uns tubos grandes debaixo da areia que iam ligar aos banhos com água salgada.
Vinha muita gente tomar banhos quentes e depois ia para casa. Mas muitos ficavam lá o dia inteiro, não tinham meios, e outros que eram aleijadinhos.Tomavam banhos e vinham cá para fora. Tinham um terraço grande, punham cadeiras e eles ali estavam tomando banhos de sol. À porta, havia um aparelho muito lindo que tocava música.
lá dentro havia banheiras de pedra, forradas de azulejo. Cada quarto tinha uma banheira, uma cadeira e um cabidezinho para porem a roupinha e tomarem banho. Vinha água salgada por umas torneiras e arrefecia juntamente com a água doce.
Aquilo era muito bem arranjado. Não tinha muitos funcionários, só uns dois ou três. Homens não sei se havia algum. As moças é que andavam lá a limpar e a arranjar.
.....O texto é um relato da Senhora Dona Maria Delmira Ferreira (87 anos) vizinha dos Banhos Quentes, e que testemunhou a sua destruição aquando do ciclone de 1941.