CONSELHOS MORAIS
(Para viver em paz)
Ouve, vê e cala,
e viverás vida folgada:
tua porta cerrarás,
teu vizinho louvarás;
quanto podes não farás,
quanto sabes não dirás,
quanto vês não julgarás,
quanto ouves não crerás,
se quiseres viver em paz.
Seis coisas sempre vê,
quando falares, te mando:
de quem falas, onde e quê,
e a quem, como e quando.
D. João Manuel (séc. XV)
2005-05-30
Retalhos de Tira-Teimas - 9
FIGURAS MITOLÓGICAS (algumas)
Adónis - figura mitológica de origem fenícia, introduzida na cultura grega, que simboliza a beleza masculina jovem.
Apolo - deus grego dos Oráculos, da Medicina, das Artes, dos Rebanhos, do Dia, e do Sol.
Era filho de Zeus e de Latona, irmão gémeo de Ártemis (Diana *) - deusa da Caça; nasceu na ilha de Delos.
O seu culto foi praticado em Roma onde se realizavam os jogos apolíneos.
Atena (Minerva*), a deusa virgem da mitologia grega, da Fertilidade do Solo, da Inteligência, da Razão, do Espírito Criativo; presidia às artes, à filosofia, à música e era a Protectora de Atenas onde se construiu o Athana, ateneu, local de encontros culturais de filósofos e poetas.
Aurora - deusa grega (Eos) da Manhã, que abria todas as manhãs as portas do Oriente para a entrada do Sol; conhecida pela dos dedos cor-de-rosa; é uma deusa amorosa, que raptou: Céfalo, Oríon e Titono, sucessivamente.
Cereral - proveniente de Ceres, a deusa da agricultura e das colheitas - mitologia latina; Deméter, na mitologia grega.
* mitologia romana.
Adónis - figura mitológica de origem fenícia, introduzida na cultura grega, que simboliza a beleza masculina jovem.
Apolo - deus grego dos Oráculos, da Medicina, das Artes, dos Rebanhos, do Dia, e do Sol.
Era filho de Zeus e de Latona, irmão gémeo de Ártemis (Diana *) - deusa da Caça; nasceu na ilha de Delos.
O seu culto foi praticado em Roma onde se realizavam os jogos apolíneos.
Atena (Minerva*), a deusa virgem da mitologia grega, da Fertilidade do Solo, da Inteligência, da Razão, do Espírito Criativo; presidia às artes, à filosofia, à música e era a Protectora de Atenas onde se construiu o Athana, ateneu, local de encontros culturais de filósofos e poetas.
Aurora - deusa grega (Eos) da Manhã, que abria todas as manhãs as portas do Oriente para a entrada do Sol; conhecida pela dos dedos cor-de-rosa; é uma deusa amorosa, que raptou: Céfalo, Oríon e Titono, sucessivamente.
Cereral - proveniente de Ceres, a deusa da agricultura e das colheitas - mitologia latina; Deméter, na mitologia grega.
* mitologia romana.
2005-05-29
Arco-Íris - XXV
PRONÚNCIAS CORRECTAS (algumas)
Abortos […bô…]
Abside […ssí…]
Acordes (musicais) […Kó…]
Acordos […Kô…]
Açucena […çê…]
Adequar [adKu…]
Adquirir […ki…]
Adivinhar [advi…]
Agostos […gô…]
Agrícola […cu…]
Alcoolemia […mía]
Alerta; alertar [ àlérta; alèrtár]
Algoz (es) […gô ]
Álibi [á….]
Aljubarrota […rrô ]
Ambrosia (manjar) [...zía]
Ambrózia (mit. e antropónimo) [...ó... ]
Amém [àmém]
Ámen […ámene]
Améns [àméns]
Amens [ “ ]
Ancara […Ká…]
Arrefecer […fè…]
Artefacto […faK…]
Assepsia […pssía]
Atoar […tu…]
Avé [ávé]
Abortos […bô…]
Abside […ssí…]
Acordes (musicais) […Kó…]
Acordos […Kô…]
Açucena […çê…]
Adequar [adKu…]
Adquirir […ki…]
Adivinhar [advi…]
Agostos […gô…]
Agrícola […cu…]
Alcoolemia […mía]
Alerta; alertar [ àlérta; alèrtár]
Algoz (es) […gô ]
Álibi [á….]
Aljubarrota […rrô ]
Ambrosia (manjar) [...zía]
Ambrózia (mit. e antropónimo) [...ó... ]
Amém [àmém]
Ámen […ámene]
Améns [àméns]
Amens [ “ ]
Ancara […Ká…]
Arrefecer […fè…]
Artefacto […faK…]
Assepsia […pssía]
Atoar […tu…]
Avé [ávé]
Até que enfim!!!!
Até que enfim as visitas abalaram e eu me posso deitar!!!
E se elas, por acaso lerem isto, paciência!...
(São desabafos de ossos amolgados.)
BJS e obrigado por terem abalado!(rimou...)
E se elas, por acaso lerem isto, paciência!...
(São desabafos de ossos amolgados.)
BJS e obrigado por terem abalado!(rimou...)
Para os apreciadores de José Gomes Ferreira.
Oh! esta comoção
de me sentir sozinho
no meio da multidão
-a ouvir o meu coração
no peito do vizinho.
Oh! esta solidão
quente como a camaradagem do vinho!
-----------///----------///--------///---------
Pobre mendigo!
Queres uma mulher nua,
para dormir contigo.
A lua -imagina-
que nem a um poeta
satisfaz!
- Sonâmbula mulher incompleta
com cabeça de menina
e corpo de gás...
(J.G.Ferreira)
de me sentir sozinho
no meio da multidão
-a ouvir o meu coração
no peito do vizinho.
Oh! esta solidão
quente como a camaradagem do vinho!
-----------///----------///--------///---------
Pobre mendigo!
Queres uma mulher nua,
para dormir contigo.
A lua -imagina-
que nem a um poeta
satisfaz!
- Sonâmbula mulher incompleta
com cabeça de menina
e corpo de gás...
(J.G.Ferreira)
2005-05-28
Linhas e Entrelinhas - VI
Querida Amiga*
Se eu tivesse o coração na cabeça, como você diz, seria, como o Sérgio, um fabricante de cartas. Tenho-a sempre no coração e diante dos olhos, com a sua vida, a espiritualidade e o seu sofrimento. A minha judia (a quem falei de si, e que nutre por si uma simpatia instintiva) a cada instante me ralha porque eu não lhe escrevo. Os seus chocolates, as suas saudades e as suas palavras circulam-me no corpo. Não desespere de si, Irene. Para o seu sofrimento, o remédio virá, creia; e pense que essa dor, a luta em que vive, são o germe de muita beleza que o seu espírito revela. À míngua da expressão dos longos pensamentos que lhe dedico, mando-lhe estas duas palavrinhas que não lhe dizem nem o afecto nem a admiração. (...) Com o seu temperamento, como pode supor-se vencida, amarfanhada? É a solidão, é esse meio chocolateiro, relojoeiro, de embalagem pedagógica, que lhe arrasam os nervos. (...). Abraço-a com muito carinho o seu amigo muito dedicado
Miguéis
Estou em Tervuren, ao pé de Bruxelas,
provisoriamente - Dou-lhe o endereço dum
amigo em Bruxelas.
23/Junho/30
* Irene Lisboa
Se eu tivesse o coração na cabeça, como você diz, seria, como o Sérgio, um fabricante de cartas. Tenho-a sempre no coração e diante dos olhos, com a sua vida, a espiritualidade e o seu sofrimento. A minha judia (a quem falei de si, e que nutre por si uma simpatia instintiva) a cada instante me ralha porque eu não lhe escrevo. Os seus chocolates, as suas saudades e as suas palavras circulam-me no corpo. Não desespere de si, Irene. Para o seu sofrimento, o remédio virá, creia; e pense que essa dor, a luta em que vive, são o germe de muita beleza que o seu espírito revela. À míngua da expressão dos longos pensamentos que lhe dedico, mando-lhe estas duas palavrinhas que não lhe dizem nem o afecto nem a admiração. (...) Com o seu temperamento, como pode supor-se vencida, amarfanhada? É a solidão, é esse meio chocolateiro, relojoeiro, de embalagem pedagógica, que lhe arrasam os nervos. (...). Abraço-a com muito carinho o seu amigo muito dedicado
Miguéis
Estou em Tervuren, ao pé de Bruxelas,
provisoriamente - Dou-lhe o endereço dum
amigo em Bruxelas.
23/Junho/30
* Irene Lisboa
Pétalas de Bem-te-Quer - 13.ª
Que pétalas podem combinar pela beleza e simplicidade com as da margarida?!... As do lírio? As do malmequer? As do amor-perfeito?
Talvez pétalas de orquídea, esvoaçando da boca de um homem de mãos cheias de goivos com promessas de alecrim para uma flor que perfuma com sorrisos autênticos e gestos longos, graciosamente, quem precisa da sua ajuda, sem distinção.
São flores como esta que transformam o mundo num jardim onde podemos abraçar-nos como junquilhos.
Nota: Significação das flores
- Alecrim: coração feliz, carinho e respeito.
- Goivo: ternura.
- Junquilho: amizade-
- Orquídea: ardor.
Talvez pétalas de orquídea, esvoaçando da boca de um homem de mãos cheias de goivos com promessas de alecrim para uma flor que perfuma com sorrisos autênticos e gestos longos, graciosamente, quem precisa da sua ajuda, sem distinção.
São flores como esta que transformam o mundo num jardim onde podemos abraçar-nos como junquilhos.
Nota: Significação das flores
- Alecrim: coração feliz, carinho e respeito.
- Goivo: ternura.
- Junquilho: amizade-
- Orquídea: ardor.
...Y yo me iré.
EL VIAJE DEFINITIVO
...Y yo me iré.Y se quedarán los pájaros
cantando;
y se quedará mi huerto, con su árbol,
y con su pozo blanco.
Todas las tardes, el cielo será azul y Plácido,
y tocarán como esta tarde están tocando,
las campanas del campanario.
Se morirán aquellos que me amaron;
y el pueblo se hará nuevo cada año;
y en el rincón aquel de mi huerto florido y encalado,
mi espíritu errará, nostáljico...
Y yo me iré; y estaré solo, sin hogar, sin árbol
verde, sin pozo blanco,
sin cielo azul y plácido...
Y se quedarán los pájaros cantando.
(Juan Ramon Jiménez, o tal do Platero e Eu)
Nota: Foi ontem, que uns Amigos de Portalegre me deram esta maravilha da Literatura Espanhola.
Fiquei ainda mais rendida ao estilo sensível e nostálgico do escritor.
E por mais injusto que pareça, a verdade é que:
... Yo me iré... Nós nos iremos...mas os pássaros continuarão cantando...
2005-05-27
Papel Mata-Borrão - 14.º pingo de tinta
Era uma vez uma linda menina que gostava muito de andar de biicicleta.
Um dia, o amigo deu-lhe uma bicicleta e ela ficou muito feliz, porque podia correr mundo...
Às vezes, a menina ia só até S. Torpes, ou Porto Côvo, mas a sua imaginação voava como um pássaro perseguindo o vento, o seu cabelo ondulava como uma seara, o seu sorriso estendia-se pela costa, o seu regresso era feliz!
Como ela desejava que todas as pessoas se sentissem grandes como gigantes e leves como borboletas ao pedalar! Até pediu ao Presdiente da Câmara para criar vias para ciclistas!
Quando o amigo se zangou com ela, pediu-lhe a bicicleta e ela entregou-lha. Depois contou auma amiga, a soluçar, porque "já não tinha pernas"!...
À noite, a amiga da menina, enviou-lhe uma mensagem que dizia:
- Não estejas triste! Havemos de resolver o problema da bicicleta, vais continuar a ser ciclista, nem que seja montada numa única roda como no circo!
A menina limpou as lágrimas e adormeceu a imaginar o seu equilíbrio pela estrada fora...
Um dia, o amigo deu-lhe uma bicicleta e ela ficou muito feliz, porque podia correr mundo...
Às vezes, a menina ia só até S. Torpes, ou Porto Côvo, mas a sua imaginação voava como um pássaro perseguindo o vento, o seu cabelo ondulava como uma seara, o seu sorriso estendia-se pela costa, o seu regresso era feliz!
Como ela desejava que todas as pessoas se sentissem grandes como gigantes e leves como borboletas ao pedalar! Até pediu ao Presdiente da Câmara para criar vias para ciclistas!
Quando o amigo se zangou com ela, pediu-lhe a bicicleta e ela entregou-lha. Depois contou auma amiga, a soluçar, porque "já não tinha pernas"!...
À noite, a amiga da menina, enviou-lhe uma mensagem que dizia:
- Não estejas triste! Havemos de resolver o problema da bicicleta, vais continuar a ser ciclista, nem que seja montada numa única roda como no circo!
A menina limpou as lágrimas e adormeceu a imaginar o seu equilíbrio pela estrada fora...
Vá à Comuna!!!
"ROBERTO ZUCCO"
(De Bernard Marie Koltés com tradução de Luis Vasco)
Versão cénica e encenação de JOÃO MOTA
Actores: Alexandre Lopes, Álvaro Correia, Ana Lúcia Palminha, Carlos Paulo, Hugo Franco, João Tempera, Margarida Carpinteiro, Miguel Costa, Miguel Sermão, Sara Belo, Sara Cipriano e Victor Soares.
De Quarta a Sábado às 21h 30m e Domingos às 16hoo.
Até final de Junho.
ROBERTO ZUCCO é um assassino.
O seu percurso de vida é inverosimil, personagem mítico, monstro de força, acaba por ser derrotado por uma simples mulher ou uma escorregadela numa pedra.
Koltés regista apaixonado esta "história real".
ZUCCO é um personagem sublime pela sua simplicidade, exactamente como todos os outros personagens de Koltés, que procuram sempre o "outro lado" da vida: o seu ideal ou a sua perdição.
(Na sala 1 da Comuna Teatro Pesquisa)
2005-05-26
Lá estava ela!...
Quatro da manhã e lá estava ela,(a Lua)!
Lembrei-me dum fado,com grande sucesso há uns anos atrás.
"Os dois ao luar
num pedacinho de vela
e as águas do mar
calmas como a noite bela.
Perto os rouxinóis
cantavam em serenata
e os teus olhos negros
eram dois faróis
riscando as águas de prata"
É que eu ainda sou do tempo,em as gaivotas não tinham sido inventadas,e os rouxinóis é que cantavam em noites de lua cheia,sobre barquitos à vela...
E os olhos das Amadas não eram meigos e doces,mas dois faróis(quiçá, nos máximos).
Quem cantava este fado?
Fernando Farinha? Talvez...
Lembro-me que gostava muito de o ouvir,sabia cantá-lo e não me punha, como agora, a fazer críticas.
Começava assim:
"No paraíso
em que a sonhar vivi
não tinha trono
mas eu era rei....etc....etc..."
E foi com o Fernando Farinha,na orelha que abalei, esta manhã, a caminho de Lisboa, para ver a minha sobrinha no Teatro da Comuna.
E com ele me deito(quase à meia-noite).
"E quando à noite
a lua calma e doce
leva o barquinho
rumo à aventura...la...la...la...la..."
Mas não pensem que a esta hora me apetece cantar!
(Estou muito cansada).
É que sou uma "fingidora"!
O outro Fernando, (esse Pessoa),parece que também era!
Fingidores há muitos,poetas é que nem por isso!...
Lembrei-me dum fado,com grande sucesso há uns anos atrás.
"Os dois ao luar
num pedacinho de vela
e as águas do mar
calmas como a noite bela.
Perto os rouxinóis
cantavam em serenata
e os teus olhos negros
eram dois faróis
riscando as águas de prata"
É que eu ainda sou do tempo,em as gaivotas não tinham sido inventadas,e os rouxinóis é que cantavam em noites de lua cheia,sobre barquitos à vela...
E os olhos das Amadas não eram meigos e doces,mas dois faróis(quiçá, nos máximos).
Quem cantava este fado?
Fernando Farinha? Talvez...
Lembro-me que gostava muito de o ouvir,sabia cantá-lo e não me punha, como agora, a fazer críticas.
Começava assim:
"No paraíso
em que a sonhar vivi
não tinha trono
mas eu era rei....etc....etc..."
E foi com o Fernando Farinha,na orelha que abalei, esta manhã, a caminho de Lisboa, para ver a minha sobrinha no Teatro da Comuna.
E com ele me deito(quase à meia-noite).
"E quando à noite
a lua calma e doce
leva o barquinho
rumo à aventura...la...la...la...la..."
Mas não pensem que a esta hora me apetece cantar!
(Estou muito cansada).
É que sou uma "fingidora"!
O outro Fernando, (esse Pessoa),parece que também era!
Fingidores há muitos,poetas é que nem por isso!...
Verbo do Dia - Bacalhau
Em meados do seculo XIV, no reinado de D. Pedro I, os portugueses já pescavam bacalhau - Gadus morrhua - nas costas da Inglaterra e nos mares setentrionais.
O bacalhau pode apresentar-se: fresco, de meia cura e seco.
O fígado do bacalhau é aproveitado para extracção de óleos.
As ovas são utilizadas na culinária e como isco.
As cabeças, vulgarmente conhecidas por caras de bacalhau, empregam-se na alimentação.
O bacalhau é considerado o fiel amigo dos portugueses - o segundo, digo eu, porque não podemos destronar o primeiro, o universal -, integrando a sua alimentação há mais de quinhentos anos, é confeccionado de mais de mil maneiras: Bacalhau à Gomes de Sá, originário do Porto; Caldeira de bacalhau, em Lisboa e no litoral; meia-desfeita - cozido com grão -, no Sul; espinheta cru, desfiado com cebola picada, sal e pimenta, no Norte; bacalhau com todos, em todo o país...
E antes de lhe estender o bacalhau, para dar as boas noites, dê-me licença que lhe "ajeite" os rabos de bacalhau - abas da casaca -, porque está magro como um bacalhau, e não deixe que lhe digam que para quem é, bacalhau basta, nem permita que os seus sonhos fiquem em águas de bacalhau.
O bacalhau pode apresentar-se: fresco, de meia cura e seco.
O fígado do bacalhau é aproveitado para extracção de óleos.
As ovas são utilizadas na culinária e como isco.
As cabeças, vulgarmente conhecidas por caras de bacalhau, empregam-se na alimentação.
O bacalhau é considerado o fiel amigo dos portugueses - o segundo, digo eu, porque não podemos destronar o primeiro, o universal -, integrando a sua alimentação há mais de quinhentos anos, é confeccionado de mais de mil maneiras: Bacalhau à Gomes de Sá, originário do Porto; Caldeira de bacalhau, em Lisboa e no litoral; meia-desfeita - cozido com grão -, no Sul; espinheta cru, desfiado com cebola picada, sal e pimenta, no Norte; bacalhau com todos, em todo o país...
E antes de lhe estender o bacalhau, para dar as boas noites, dê-me licença que lhe "ajeite" os rabos de bacalhau - abas da casaca -, porque está magro como um bacalhau, e não deixe que lhe digam que para quem é, bacalhau basta, nem permita que os seus sonhos fiquem em águas de bacalhau.
Sabores à Portuguesa - X
Para "Os Açordinhas", D e D, e para quem apreciar, uma receita de...
Pataniscas de Bacalhau
Ingredientes
1 posta de bacalhau demolhado
50g de farinha
1,5 dl de leite *
1 ovo *
1!2 ramo de salsa
Sal
Pimenta
Preparação
Coze-se o bacalhau, limpa-se de peles e espinhas e desfia-se.
Mistura-se a farinha com o leite e o ovo, mexendo-se bem.
Junta-se o bacalhau e a salsa picada, e tempera-se com sal e pimenta.
Frita-se às colheradas em óleo muito quente. Retira-se da frigideira, põe-se a escorrer e coloca-se sobre papel absorvente antes de servir.
Acompanhamento
Feijão guisado com arroz branco e salada, ou legumes cozidos.
* Nota: Há quem substitua o leite pela água onde se cozeu o bacalhau e ponha apenas a gema do ovo.
Sugestão: Aproveitem a água da cozedura do bacalhau e façam uma deliciosa açorda.
Bom apetite!
Pataniscas de Bacalhau
Ingredientes
1 posta de bacalhau demolhado
50g de farinha
1,5 dl de leite *
1 ovo *
1!2 ramo de salsa
Sal
Pimenta
Preparação
Coze-se o bacalhau, limpa-se de peles e espinhas e desfia-se.
Mistura-se a farinha com o leite e o ovo, mexendo-se bem.
Junta-se o bacalhau e a salsa picada, e tempera-se com sal e pimenta.
Frita-se às colheradas em óleo muito quente. Retira-se da frigideira, põe-se a escorrer e coloca-se sobre papel absorvente antes de servir.
Acompanhamento
Feijão guisado com arroz branco e salada, ou legumes cozidos.
* Nota: Há quem substitua o leite pela água onde se cozeu o bacalhau e ponha apenas a gema do ovo.
Sugestão: Aproveitem a água da cozedura do bacalhau e façam uma deliciosa açorda.
Bom apetite!
Palavras - XXVII
"Conheço as palavras pelo dorso. Outro, no meu lugar, diria que eu sou um domador de palavras. Mas só eu - eu e os meus irmãos - sei em que medida sou eu que sou domado por elas. A iniciativa pertence-lhes. São elas que conduzem o meu trenó sem chicote, nem rédeas, nem caminho determinado antes da grande aventura.
Sim. Conheço as palavras. Tenho um vocabulário próprio. O que sofri, o que vim a saber com muito esforço fez inchar, rolar umas sobre as outras as palavras. As palavras são seixos que rolo na boca antes de as soletrar. São pesadas e caem. São o contrário dos pássaros, embora "pássaro" seja uma das palavras. A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar - e de se ficar pelas palavras. Através das várias relações de vizinhança, entre elas estabelecidas no poema, talvez venha a saber alguma coisa. Até não saber nada, como eu não sei."
Ruy Belo
Sim. Conheço as palavras. Tenho um vocabulário próprio. O que sofri, o que vim a saber com muito esforço fez inchar, rolar umas sobre as outras as palavras. As palavras são seixos que rolo na boca antes de as soletrar. São pesadas e caem. São o contrário dos pássaros, embora "pássaro" seja uma das palavras. A minha vida passou para o dicionário que sou. A vida não interessa. Alguém que me procure tem de começar - e de se ficar pelas palavras. Através das várias relações de vizinhança, entre elas estabelecidas no poema, talvez venha a saber alguma coisa. Até não saber nada, como eu não sei."
Ruy Belo
Reflexos - XXXVII
"Março 1930
13 - O Luís tem no íntimo,embora o não confesse, um grande orgulho por não ser capaz da amar doidamente uma mulher. Como é que, sendo ele tão inteligente, não compreende esta verdade tão simples: que aquele que não tem nada para dar é que é pobre? (...) E, quando chegar a morte, terá ignorado dois dos maiores prazeres da vida: o prazer de possuir pedras preciosas e o prazer de as dar".
Florbela Espanca
13 - O Luís tem no íntimo,embora o não confesse, um grande orgulho por não ser capaz da amar doidamente uma mulher. Como é que, sendo ele tão inteligente, não compreende esta verdade tão simples: que aquele que não tem nada para dar é que é pobre? (...) E, quando chegar a morte, terá ignorado dois dos maiores prazeres da vida: o prazer de possuir pedras preciosas e o prazer de as dar".
Florbela Espanca
2005-05-25
Ele há pessoas!...
Ele há pessoas que nasceram com o dom da arrumação!(Dom ou vício?...)
Imaginem vocês que se meteu na cabeça da Aurora,arrumar-me os livros.(Nem ela sabia no que se ia meter,nem eu...)
Há 2 dias que, a referida amiga,ciranda pela minha casa que nem uma ventoinha,(ventoinha,em tempo de grandes calores!)
E eu,"estarifada"no sofá, tonta de ver tanto movimento,seguindo-a com o olhar em cada gesto,porque senão...
Senão,arrisco-me a passar as próximas semanas ao telefone:
"Ó Aurora,onde é que foste meter o Fernando Pessoa?"
"Ó Aurora, cadê Jorge Amado?"
"Aurora(aqui até já me esqueço do Ó),e o Sartre,oú est-il???"
Enfim....
Agora,os meus livros perfilam-se,desempoeirados,coloridos e bonitos com as lombadas brilhantes e,todos de "cabeça para cima"!
Dá gosto vê-los!!!
Poesia e autores portugueses,todos numa sala.
Autores estrangeiros e velharias,(perdão,relíquias do passado),na outra salinha a que eu chamo pomposamente,o escritório.
Os livros até ficaram malucos,desaconchegados das suas teias de aranha,desinfestados dos seus amados ácaros e sacudidos das suas poeiras milenares.
E eu, com os "olhos em bico",sempre cheia de tonturas:
"Caló,(é assim que ela me chama),achas bem estes aqui?"
"Caló,em que prateleira queres aqueles?"
(Confesso que, no fim eu já estava por tudo...)
Mas...
Ter uma AMIGA assim,é uma riqueza!!!
(Se bem que eu ache que a Fada Madrinha abusou um pouco da sua varinha de condão,quando a bafejou com tantos dotes de arrumação...)
OGRIGADA!!!
E agora, deixa-me lá ir ver, se ela não se "raspou"levando-me o Eugénio de Andrade!!!!..............
Imaginem vocês que se meteu na cabeça da Aurora,arrumar-me os livros.(Nem ela sabia no que se ia meter,nem eu...)
Há 2 dias que, a referida amiga,ciranda pela minha casa que nem uma ventoinha,(ventoinha,em tempo de grandes calores!)
E eu,"estarifada"no sofá, tonta de ver tanto movimento,seguindo-a com o olhar em cada gesto,porque senão...
Senão,arrisco-me a passar as próximas semanas ao telefone:
"Ó Aurora,onde é que foste meter o Fernando Pessoa?"
"Ó Aurora, cadê Jorge Amado?"
"Aurora(aqui até já me esqueço do Ó),e o Sartre,oú est-il???"
Enfim....
Agora,os meus livros perfilam-se,desempoeirados,coloridos e bonitos com as lombadas brilhantes e,todos de "cabeça para cima"!
Dá gosto vê-los!!!
Poesia e autores portugueses,todos numa sala.
Autores estrangeiros e velharias,(perdão,relíquias do passado),na outra salinha a que eu chamo pomposamente,o escritório.
Os livros até ficaram malucos,desaconchegados das suas teias de aranha,desinfestados dos seus amados ácaros e sacudidos das suas poeiras milenares.
E eu, com os "olhos em bico",sempre cheia de tonturas:
"Caló,(é assim que ela me chama),achas bem estes aqui?"
"Caló,em que prateleira queres aqueles?"
(Confesso que, no fim eu já estava por tudo...)
Mas...
Ter uma AMIGA assim,é uma riqueza!!!
(Se bem que eu ache que a Fada Madrinha abusou um pouco da sua varinha de condão,quando a bafejou com tantos dotes de arrumação...)
OGRIGADA!!!
E agora, deixa-me lá ir ver, se ela não se "raspou"levando-me o Eugénio de Andrade!!!!..............
2005-05-24
A propósito de insónias e de Luas...(fui à gaveta...)
A noite
assoma pelas janelas
O Mar
esqueceu-se de reflectir a Lua
E os olhos
ateiam o escuro
(abertos)
no espanto de não haver sono
assoma pelas janelas
O Mar
esqueceu-se de reflectir a Lua
E os olhos
ateiam o escuro
(abertos)
no espanto de não haver sono
Porque hoje está uma...
Manhã clara
límpida e fresca
andorinhas
fazem o ar mais fresco
barcos
vão-e-vêm
como o senhor mar
que vento tão suave
neste momento
tristeza acabou-se
para dar lugar à alegria
que vem baloiçando
baloiçando
ao sabor das ondinhas
claras e frescas
como esta manhã
(antónio joaquim, 8 anos; do livro A Criança e a Vida de maria rosa colaço)
Já tinha escrito isto aqui,há tempos,repito porque acho muito bonito.
límpida e fresca
andorinhas
fazem o ar mais fresco
barcos
vão-e-vêm
como o senhor mar
que vento tão suave
neste momento
tristeza acabou-se
para dar lugar à alegria
que vem baloiçando
baloiçando
ao sabor das ondinhas
claras e frescas
como esta manhã
(antónio joaquim, 8 anos; do livro A Criança e a Vida de maria rosa colaço)
Já tinha escrito isto aqui,há tempos,repito porque acho muito bonito.
Reflexos - XXXVI
SEM TÌTULO 1
Abrir um livro
é ler as páginas inteiras
como quem percorre
inteira,
pelas ruas,
uma cidade
e ter a certeza
de que é possível
encontrar a liberdade
Essa coisa com sabor
a laranja apetecida,
que na prática
as regras não são da gramática,
mas da vida.
José-Alberto Marques
Abrir um livro
é ler as páginas inteiras
como quem percorre
inteira,
pelas ruas,
uma cidade
e ter a certeza
de que é possível
encontrar a liberdade
Essa coisa com sabor
a laranja apetecida,
que na prática
as regras não são da gramática,
mas da vida.
José-Alberto Marques
Verbo do Dia - Olaias
As olais do Jardim das Descobertas estão lindíssimas!
As encantadoras flores em cacho, transformadas em vagens castanhas, que pareciam desencontradas da estação do ano, vestiram-se de vermelho-escuro (bordô) maravilhosamente escaldante,contrastante com o verde da folhagem, que o lago vai namorando sem cessar...
Não querem lá passar?
As encantadoras flores em cacho, transformadas em vagens castanhas, que pareciam desencontradas da estação do ano, vestiram-se de vermelho-escuro (bordô) maravilhosamente escaldante,contrastante com o verde da folhagem, que o lago vai namorando sem cessar...
Não querem lá passar?
Retalhos de Tira-Teimas - 8
MEDICAMENTOS
Analéptico - restabelece as forças.
Analgésico - trata a dor.
Anorexígeno - suprime a sensação de fome.
Ansiolítico - combate a ansiedade, as nevroses.
Anti-histamínico - trata as alergias.
Antibiótico - combate as bactéria e os vírus.
Anticoagulante - impede a coagulação do sangue.
Anticonvulsivo - trata as convulsões, os espasmos.
Antipirético - combate a febre.
Antitússico - combate a tosse.
Betabloqueante - combate a hipertensão e as perturbações do ritmo cardíaco.
Carminativo - facilita a expulsão dos gases intestinais.
Cototóxico - trata os cancros.
Colírio - trata as inflamações dos olhos.
Colutório - trata as mucosas da boca.
Descongestionante - descongestiona os tecidos.
Diurético - estimula a secreção da urina.
Estomático - facilita adigestão.
Expectorante - facilita a expectoração das secreções contidas nos brônquios.
Laxativo, laxante; purgante; catártico - combate a prisão de ventre.
Sedativo - acalma a ansiedade, o stress, a insónia.
Soporífero - provoca o sono.
Tranquilizante - combate a angústia, o stress, a insónia.
Vermífugo ou anti-helmíntico - provoca a expulsão dos vermes intestinais.
Analéptico - restabelece as forças.
Analgésico - trata a dor.
Anorexígeno - suprime a sensação de fome.
Ansiolítico - combate a ansiedade, as nevroses.
Anti-histamínico - trata as alergias.
Antibiótico - combate as bactéria e os vírus.
Anticoagulante - impede a coagulação do sangue.
Anticonvulsivo - trata as convulsões, os espasmos.
Antipirético - combate a febre.
Antitússico - combate a tosse.
Betabloqueante - combate a hipertensão e as perturbações do ritmo cardíaco.
Carminativo - facilita a expulsão dos gases intestinais.
Cototóxico - trata os cancros.
Colírio - trata as inflamações dos olhos.
Colutório - trata as mucosas da boca.
Descongestionante - descongestiona os tecidos.
Diurético - estimula a secreção da urina.
Estomático - facilita adigestão.
Expectorante - facilita a expectoração das secreções contidas nos brônquios.
Laxativo, laxante; purgante; catártico - combate a prisão de ventre.
Sedativo - acalma a ansiedade, o stress, a insónia.
Soporífero - provoca o sono.
Tranquilizante - combate a angústia, o stress, a insónia.
Vermífugo ou anti-helmíntico - provoca a expulsão dos vermes intestinais.
2005-05-23
Platero e Eu (2)
Platero é pequeno,peludo,suave;tão macio,que dir-se-ia todo de algodão,que não tem ossos.Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal negro.
Deixo-o solto,e vai para o prado,e acaricia levemente com o focinho,mal as roçando,as florinhas róseas,azuis-celestes e amarelas...Chamo-o docemente: «Platero»,e ele vem até mim com um trote curto e alegre que parece rir em não sei que guizalhar ideal...
Come o que lhe dou.Gosta de tangerinas,das uvas moscatéis,todas de âmbar,dos figos roxos,com a sua cristalina gotita de mel...
É terno e mimoso como um menino,como uma menina...;mas forte e seco como de pedra.
Quando nele passo,aos domingos,pelas últimas ruelas da aldeia,os camponeses,vestidos de lavado e vagarosos,param a olhá-lo:
-Tem aço...
Tem aço.Aço e prata de luar,ao mesmo tempo.
(Juan Ramon Jiménez)
Deixo-o solto,e vai para o prado,e acaricia levemente com o focinho,mal as roçando,as florinhas róseas,azuis-celestes e amarelas...Chamo-o docemente: «Platero»,e ele vem até mim com um trote curto e alegre que parece rir em não sei que guizalhar ideal...
Come o que lhe dou.Gosta de tangerinas,das uvas moscatéis,todas de âmbar,dos figos roxos,com a sua cristalina gotita de mel...
É terno e mimoso como um menino,como uma menina...;mas forte e seco como de pedra.
Quando nele passo,aos domingos,pelas últimas ruelas da aldeia,os camponeses,vestidos de lavado e vagarosos,param a olhá-lo:
-Tem aço...
Tem aço.Aço e prata de luar,ao mesmo tempo.
(Juan Ramon Jiménez)
Pacotinhos de café...
"NOS MOMENTOS DE CRISE,SÓ A INSPIRAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO."
(Albert Einstein)
(Albert Einstein)
Palavras - XXVI
ESCREVER
Se eu pudesse havia de..de...
transformar as palavras em clava!
havia de escrever rijamente.
cada palavra seca, irressoante!
Sem música, com um gesto,
uma pancada brusca e sóbria.
Para quê,
mas para quê todo o artifício
cada composição sintáctica e métrica,
este arredondado linguístico?
Gostava de atirar palavras.
Rápidas, secas e bárbaras: pedradas!
Sentidos próprios em tudo.
Amo? Amo ou não amo!
Vejo, admiro, desejo?
Ou não...ou sim.
E, como isto, continuando...
E gostava,
para as infinitamente delicadas coisas do espírito
(quais? mas quais?)
em oposição com a braveza
do jogo da pedrada,
da pontaria às coisas certas e negadas,
gostava...
de escrever com um fio de água!
um fio que nada traçasse...
fino e sem cor...medroso...
Ó infinitamente delicadas coisas do espírito...
Amor que se não tem,
desejo dispersivo,
sofrimento indefinido,
ideia incontornada,
apreços, gostos fugitivos...
Ai, o fio da água,
o próprio fio da água poderia
sobre vós passar, transparentemente...
ou seguir-vos, humilde e tranquilo?
Irene Lisboa
Se eu pudesse havia de..de...
transformar as palavras em clava!
havia de escrever rijamente.
cada palavra seca, irressoante!
Sem música, com um gesto,
uma pancada brusca e sóbria.
Para quê,
mas para quê todo o artifício
cada composição sintáctica e métrica,
este arredondado linguístico?
Gostava de atirar palavras.
Rápidas, secas e bárbaras: pedradas!
Sentidos próprios em tudo.
Amo? Amo ou não amo!
Vejo, admiro, desejo?
Ou não...ou sim.
E, como isto, continuando...
E gostava,
para as infinitamente delicadas coisas do espírito
(quais? mas quais?)
em oposição com a braveza
do jogo da pedrada,
da pontaria às coisas certas e negadas,
gostava...
de escrever com um fio de água!
um fio que nada traçasse...
fino e sem cor...medroso...
Ó infinitamente delicadas coisas do espírito...
Amor que se não tem,
desejo dispersivo,
sofrimento indefinido,
ideia incontornada,
apreços, gostos fugitivos...
Ai, o fio da água,
o próprio fio da água poderia
sobre vós passar, transparentemente...
ou seguir-vos, humilde e tranquilo?
Irene Lisboa
Arco-íros - XXIV
Os Sons e as Palavras - timbre da vogal tónica na formação do plural (continuação).
Regra: os substantivos e os adjectivos terminados em o átono cuja tónica é o fechado, mudam o o fechado para o aberto, na formação do plural (metafonia).
Exs.: Coro (ô) / coros (ó); forno (ô) / fornos (ò); miolo, (ô) / miolos (ó); ovo (ô) / ovos (ò), etc.
Excepções - conservam o o fechado (ô) no plural:
abonos, abortos, acordos, adereços, adornos
bobos, bojos, bolos
cachorros, choros, cocos, colmos, colossos, consolos, contornos
donos, dorsos
encostos, engodos, esboços, estofos, esgotos, estojos
ferrolhos
garotos, globos, golfos, gorros, gostos, gozos
lobos, lodos, logros
mochos, moços, molhos(condimento), monos, morros, mostos
namoros
pescoços, pilotos, piolhos, poldros, polvos, potros
raposos, rebolos, rebocos, repolhos, restolhos, rolos, rostos
sopros, soros, subornos
trambolhos, transtornos, topos
Particularidades - a juntar às apresentadas nos Arcos-íris anteriores:
- O timbre da vogal do feminino mantém-se no plural masculino.
Ex.: Bolsa (ô) / bolsos (ô); porca (ò) / porcos (ò).
Regra: os substantivos e os adjectivos terminados em o átono cuja tónica é o fechado, mudam o o fechado para o aberto, na formação do plural (metafonia).
Exs.: Coro (ô) / coros (ó); forno (ô) / fornos (ò); miolo, (ô) / miolos (ó); ovo (ô) / ovos (ò), etc.
Excepções - conservam o o fechado (ô) no plural:
abonos, abortos, acordos, adereços, adornos
bobos, bojos, bolos
cachorros, choros, cocos, colmos, colossos, consolos, contornos
donos, dorsos
encostos, engodos, esboços, estofos, esgotos, estojos
ferrolhos
garotos, globos, golfos, gorros, gostos, gozos
lobos, lodos, logros
mochos, moços, molhos(condimento), monos, morros, mostos
namoros
pescoços, pilotos, piolhos, poldros, polvos, potros
raposos, rebolos, rebocos, repolhos, restolhos, rolos, rostos
sopros, soros, subornos
trambolhos, transtornos, topos
Particularidades - a juntar às apresentadas nos Arcos-íris anteriores:
- O timbre da vogal do feminino mantém-se no plural masculino.
Ex.: Bolsa (ô) / bolsos (ô); porca (ò) / porcos (ò).
Reflexos - XXXV
MADRIGAL
Toda a manhã
fui a flor
impaciente
por abrir
Toda a manhã
fui ardor
do sol
no teu telhado
Toda a manhã
fui ave
inquieta
no teu jardim
Toda a manhã
fui ave ou sol ou flor
secretamente
ao pé de ti.
Eugánio de Andrade
Toda a manhã
fui a flor
impaciente
por abrir
Toda a manhã
fui ardor
do sol
no teu telhado
Toda a manhã
fui ave
inquieta
no teu jardim
Toda a manhã
fui ave ou sol ou flor
secretamente
ao pé de ti.
Eugánio de Andrade
2005-05-22
Arco-íris - XXIII
Os Sons e as Palavras (continuação) - timbre da vogal tónica na formação do plural
Avô e Avó
Exs.: Singular
- A minha bisavó Maria Claudina, cuja poça de banhos ainda existe, era mãe do meu avô Domingos.
- A minha avó Madalena era loura e tinha os olhos azuis.
Plural
- Os meus dois avôs - António e Domingos (eles) - eram muito altos.
- As minhas avós - Bertolina e Madalena(elas) - eram baixinhas.
- Os meus avós maternos - Madalena e Domingos (ela ele) - viveram mais anos do que os paternos.
- Respeito a memória dos meus avós (antepassados).
Lobo (ô) - animal feroz / Lobo(ó) parte mole e arredondada de um órgão.
Exs.: Os lobos (ô) escondem-se de dia e procuram as presas de noite; de Inverno, reúnem-se em alcateias.
Há pessoas, mulheres e homens, que gostam de prender brincos nos lobos (ó) das orelhas.
Avô e Avó
Exs.: Singular
- A minha bisavó Maria Claudina, cuja poça de banhos ainda existe, era mãe do meu avô Domingos.
- A minha avó Madalena era loura e tinha os olhos azuis.
Plural
- Os meus dois avôs - António e Domingos (eles) - eram muito altos.
- As minhas avós - Bertolina e Madalena(elas) - eram baixinhas.
- Os meus avós maternos - Madalena e Domingos (ela ele) - viveram mais anos do que os paternos.
- Respeito a memória dos meus avós (antepassados).
Lobo (ô) - animal feroz / Lobo(ó) parte mole e arredondada de um órgão.
Exs.: Os lobos (ô) escondem-se de dia e procuram as presas de noite; de Inverno, reúnem-se em alcateias.
Há pessoas, mulheres e homens, que gostam de prender brincos nos lobos (ó) das orelhas.
Reflexos - XXXIV
“Em Portugal há duas coisas grandes, pela força e pelo tamanho: Trás-os-Montes e o Alentejo. Trás-os-Montes é o ímpeto, a convulsão; o Alentejo, o fôlego, a extensão do alento (...)”.
Miguel Torga
A imensidão da paisagem nua, até perder de vista, e silenciosa que circunda Beja transmite paz que não encontra obstáculo nas montanhas grandiosas e assustadoramente belas , encanto doutras zonas do país, que escondem não se sabe o quê para além do que nos mostram.
Alentejo de ruas estreitas e brancas, janelas cerradas e vozes cantantes, únicas, que ecoam a serena solidão entre searas salpicdas de papoilas...
Miguel Torga
A imensidão da paisagem nua, até perder de vista, e silenciosa que circunda Beja transmite paz que não encontra obstáculo nas montanhas grandiosas e assustadoramente belas , encanto doutras zonas do país, que escondem não se sabe o quê para além do que nos mostram.
Alentejo de ruas estreitas e brancas, janelas cerradas e vozes cantantes, únicas, que ecoam a serena solidão entre searas salpicdas de papoilas...
Platero e Eu (1)
"Platero e Eu"é um pequeno e belo livro de Juan Ramon Jiménez, poeta espanhol nascido numa véspera de Natal de 1881.
Foi Prémio Nobel da Literatura em 1956.
Comove-nos e enternece-nos a maneira como o autor nos fala de Platero, o seu burrito, "feito de aço e prata de luar, ao mesmo tempo".
Estávamos no ano de 1973, (dia 2, mês de Fevereiro),quando recebi
como presente "Platero e Eu".
Trazia uma dedicatória :
"Para ti
De nós"
E este "nós" eram: o João e o Eduardo.
Tal como no livro, também entre nós, os três, se gerou uma amizade muito enternurada.
Mas os anos passaram e, do Eduardo perdi "o norte",do João...nem por isso!...
Hoje,constacto que estamos, apenas, à distância de um clik.
Eu, aqui nas "sardinheiras" e buscando no Google (por exemplo), lá estão eles:
João Limpinho (escultor).
Eduardo Langrouva, naquele tempo poeta, (fotógrafo e pintor agora).
Um CLIK apenas!!!
TÃO PERTO, MAS... TÃO LONGE, AFINAL!..........
Nota:Querem vê-los e conhecer a sua obra?
Façam como eu...CLIKEM!
Foi Prémio Nobel da Literatura em 1956.
Comove-nos e enternece-nos a maneira como o autor nos fala de Platero, o seu burrito, "feito de aço e prata de luar, ao mesmo tempo".
Estávamos no ano de 1973, (dia 2, mês de Fevereiro),quando recebi
como presente "Platero e Eu".
Trazia uma dedicatória :
"Para ti
De nós"
E este "nós" eram: o João e o Eduardo.
Tal como no livro, também entre nós, os três, se gerou uma amizade muito enternurada.
Mas os anos passaram e, do Eduardo perdi "o norte",do João...nem por isso!...
Hoje,constacto que estamos, apenas, à distância de um clik.
Eu, aqui nas "sardinheiras" e buscando no Google (por exemplo), lá estão eles:
João Limpinho (escultor).
Eduardo Langrouva, naquele tempo poeta, (fotógrafo e pintor agora).
Um CLIK apenas!!!
TÃO PERTO, MAS... TÃO LONGE, AFINAL!..........
Nota:Querem vê-los e conhecer a sua obra?
Façam como eu...CLIKEM!
Linhas e Entrelinhas - V
Sines, 05/05/22
Querida Amigalhaça,
Uma mão cheia de mar serenamente transparente, beijando suave e ternamente a areia da praia de Sines onde pescadores fixam as suas canas, namoram a paisagem, esperam que os peixes se deixem enganar...
Há pouco, como no domingo passado, as canas de pesca eram quinze e também havia duas mulheres, hoje pescadoras, uma sentada na areia e a outra numa cadeira, ambas mais maduras do que as da semana anterior - a mais idosa passeava à beira-mar no seu fato de banho vermelho molhado e a outra com um reduzidíssimo biquini, daquela cor, suplicava, deitada, ao sol que a aquecesse...
Cruzei-me com muitas senhoras apressadamente desportistas, que simpaticamente me cumprimentavam, e apenas com um senhor que constituía uma célula familiar com a esposa e duas meninas - onde estarão os outros?!...
E eu, querida Kanuthya, lá seguia, alongando caminho, com o repicar dos sinos atrás de mim, a passo largo, pensando no pequeno almoço - pão com queijo fresco, simples ou com doce, manteiga de cor, ou marmelada da maõzinha da amiga Céu?!... -, sem saber onde pairava o longínquo "mata-bicho"...
Olhei para o lado, enquanto subia a rampa da antiga ribeira, lembrando-me da tua saudade e poisando os olhos nas esparsas flores que avistava nos arbustos, nas heras e num punhado de rosinhas de Santa Teresinha que descobri encostadas a uma árvore...
Estamos à tua espera com a " AVÉ, MANHÃ" do "Sebastiãozinho" - hoje damos folga ao "Geninho"
A Manhã de hoje, branda,
parece Nossa Senhora...
Cantem-lhe os outros verso bem rimado...
- Eu, cá por mim, humilde, mais não sei
que continuar aqui ajoelhado...
"Bêjos" e um bom domingo para ti e para o teu amor,
Aurora
Querida Amigalhaça,
Uma mão cheia de mar serenamente transparente, beijando suave e ternamente a areia da praia de Sines onde pescadores fixam as suas canas, namoram a paisagem, esperam que os peixes se deixem enganar...
Há pouco, como no domingo passado, as canas de pesca eram quinze e também havia duas mulheres, hoje pescadoras, uma sentada na areia e a outra numa cadeira, ambas mais maduras do que as da semana anterior - a mais idosa passeava à beira-mar no seu fato de banho vermelho molhado e a outra com um reduzidíssimo biquini, daquela cor, suplicava, deitada, ao sol que a aquecesse...
Cruzei-me com muitas senhoras apressadamente desportistas, que simpaticamente me cumprimentavam, e apenas com um senhor que constituía uma célula familiar com a esposa e duas meninas - onde estarão os outros?!...
E eu, querida Kanuthya, lá seguia, alongando caminho, com o repicar dos sinos atrás de mim, a passo largo, pensando no pequeno almoço - pão com queijo fresco, simples ou com doce, manteiga de cor, ou marmelada da maõzinha da amiga Céu?!... -, sem saber onde pairava o longínquo "mata-bicho"...
Olhei para o lado, enquanto subia a rampa da antiga ribeira, lembrando-me da tua saudade e poisando os olhos nas esparsas flores que avistava nos arbustos, nas heras e num punhado de rosinhas de Santa Teresinha que descobri encostadas a uma árvore...
Estamos à tua espera com a " AVÉ, MANHÃ" do "Sebastiãozinho" - hoje damos folga ao "Geninho"
A Manhã de hoje, branda,
parece Nossa Senhora...
Cantem-lhe os outros verso bem rimado...
- Eu, cá por mim, humilde, mais não sei
que continuar aqui ajoelhado...
"Bêjos" e um bom domingo para ti e para o teu amor,
Aurora
2005-05-21
Papel Mata-Borrão - 13.º pingo de tinta
Hora adiantada para sair do trabalho numa sexta-feira, passos lentos, contemplação das folhas dançantes, respiração suspensa para saborear o seu som fino e melodioso de nascente, festival de andorinhas irrequietas e apressadas assobiando em vários sentidos, lua serena e misteriosa,
tentando acalmar a Primavera sedenta e descontente, alvoroço no jardim, águas do lago arrepiadas...
Na mente, imagens enternecedoras da expectativa de uma prima no início do processo para o seu casamento e do nervosismo no ensaio de dois jovens nubentes, ela apressada e entusiasta, ele calmo e ponderado, mas ambos irradiando felicidade!
Apeteceu-me cantar-lhes o Sinal do Sebastião da Gama
Quanto amor me tens,
com amor te pago
- Trago-te no dedo,
num anel que trago.
Num anel redondo,
todo de oiro fino,
que é o teu sinal,
que é o teu destino.
Este anel me basta
pra bater-e à porta.
Truz! truz! truz! - na rua
como o frio corta!
Como a chuva cai,
como o vento mia!
Mas abriste logo,
que eu é que batia.
(Que outro anel tivera
som que te chamasse?)
Já teu vinho bebo,
pra que o frio me passe;
já na tua cama
me aconchego e deito;
já te chamo esposa,
peito contra peito.
como tudo é simples,
como é tudo imenso!
Ó mistério enorme,
de um anel suspenso!
E eis, na tua mão,
num anel igual,
brilha o teu destino,
luz o meu sinal.
tentando acalmar a Primavera sedenta e descontente, alvoroço no jardim, águas do lago arrepiadas...
Na mente, imagens enternecedoras da expectativa de uma prima no início do processo para o seu casamento e do nervosismo no ensaio de dois jovens nubentes, ela apressada e entusiasta, ele calmo e ponderado, mas ambos irradiando felicidade!
Apeteceu-me cantar-lhes o Sinal do Sebastião da Gama
Quanto amor me tens,
com amor te pago
- Trago-te no dedo,
num anel que trago.
Num anel redondo,
todo de oiro fino,
que é o teu sinal,
que é o teu destino.
Este anel me basta
pra bater-e à porta.
Truz! truz! truz! - na rua
como o frio corta!
Como a chuva cai,
como o vento mia!
Mas abriste logo,
que eu é que batia.
(Que outro anel tivera
som que te chamasse?)
Já teu vinho bebo,
pra que o frio me passe;
já na tua cama
me aconchego e deito;
já te chamo esposa,
peito contra peito.
como tudo é simples,
como é tudo imenso!
Ó mistério enorme,
de um anel suspenso!
E eis, na tua mão,
num anel igual,
brilha o teu destino,
luz o meu sinal.
Linhas e Entrelinhas - IV
Lx, 19/3/49
Minha muito querida Mécia
Escrever-me-ás, como eu agora te escrevo; mas o que dizemos já não tem nem precisa de resposta. Sem ti, sabes como fico, como não sei viver, mesmo para as mínimas coisas, que todas vêm de ti, são por ti ou para ti. Saudades, sinto-as outra vez, e não são já iguais às que sentia dantes: tu me falas, és uma parte de mim, que sempre o foi mas não como agora. Muitos beijos, muitos, demorados e longos do teu
Jorge
Nota: Esta carta foi escrita por Jorge de Sena na véspera do seu casamento com Maria Mécia Lopes.
Minha muito querida Mécia
Escrever-me-ás, como eu agora te escrevo; mas o que dizemos já não tem nem precisa de resposta. Sem ti, sabes como fico, como não sei viver, mesmo para as mínimas coisas, que todas vêm de ti, são por ti ou para ti. Saudades, sinto-as outra vez, e não são já iguais às que sentia dantes: tu me falas, és uma parte de mim, que sempre o foi mas não como agora. Muitos beijos, muitos, demorados e longos do teu
Jorge
Nota: Esta carta foi escrita por Jorge de Sena na véspera do seu casamento com Maria Mécia Lopes.
Pétalas de Bem-te-Quer - 12.ª
Admirei, esta tarde, do cimo do Canto Mosqueiro, de olhar atento, a Pedra do Homem na sua sumptuosa silhueta enfrentando o mar, de rosto hirto e corpo estendido sobre a areia, sobressaindo duas partes distintas, uma ligeiramente afastado da "cabeça", o tronco, outra representando duas bem alicerçadas pernas desta figura aparentada com algumas da mitologia.
- Que bela representação para o trio com o seu nome! - pensei!
Depois ouvi da boca conhecedora do tio Acácio que ali se chamara a Praia do Forno, local de grandes pescarias, destacando-se o seu irmão Jacinto, entre muita gente.
Pedi a uma gaivota que colhesse pétalas das flores douradas e róseas dos chorões e as oferecesse ao "homem de pedra" e despedi-me com olhos sorridentes saplicados de mar.
- Que bela representação para o trio com o seu nome! - pensei!
Depois ouvi da boca conhecedora do tio Acácio que ali se chamara a Praia do Forno, local de grandes pescarias, destacando-se o seu irmão Jacinto, entre muita gente.
Pedi a uma gaivota que colhesse pétalas das flores douradas e róseas dos chorões e as oferecesse ao "homem de pedra" e despedi-me com olhos sorridentes saplicados de mar.
Tchaikowisky!
Inaugurei o meu dia ao som do "Quebra-Nozes" de Tchaikowisky!
Está a ver,MJB (da Pedra do Homem)?
A prenda de Natal que você recebeu, já atrasada não sei de quem, sugeriu-me este enfeite musical para uma manhã de Sábado.
Isto também é Partilha!!!!
Obrigada!
Está a ver,MJB (da Pedra do Homem)?
A prenda de Natal que você recebeu, já atrasada não sei de quem, sugeriu-me este enfeite musical para uma manhã de Sábado.
Isto também é Partilha!!!!
Obrigada!
2005-05-20
Cantiguinha de bem- querer!
(Para inaugurar o meu novo computador, mando uma cantiguinha.
Por isso, leia cantarolando...)
Tinha um chapéu preto
tinha uma viola
e um ramo de oliveira
pendia da sacola.
Tinha uns olhos mansos
tinha um ar de amigo.
As mãos pareciam pombas
a boca era de riso.
Espreitava uma papoila
atrás da sua orelha
e presa num cordel
trazia uma ovelha.
Nos braços que eram longos
cabia o mundo inteiro.
Apetecia gritar-lhe:
- Bom dia companheiro!
No ar um leve aroma
cheiro de terra e trigo.
Sorri e perguntei:
-Deixas-me ir contigo?
Ofeceu-me da ramagem
que tinha na sacola
e juntos caminhámos
ao toque da viola.
Por isso, leia cantarolando...)
Tinha um chapéu preto
tinha uma viola
e um ramo de oliveira
pendia da sacola.
Tinha uns olhos mansos
tinha um ar de amigo.
As mãos pareciam pombas
a boca era de riso.
Espreitava uma papoila
atrás da sua orelha
e presa num cordel
trazia uma ovelha.
Nos braços que eram longos
cabia o mundo inteiro.
Apetecia gritar-lhe:
- Bom dia companheiro!
No ar um leve aroma
cheiro de terra e trigo.
Sorri e perguntei:
-Deixas-me ir contigo?
Ofeceu-me da ramagem
que tinha na sacola
e juntos caminhámos
ao toque da viola.
Palavras XXV
Uma palavra só em que te avise
de que em sossego fiques e não ames
senão o que de amor nenhum precise.
Agostinho da Silva
de que em sossego fiques e não ames
senão o que de amor nenhum precise.
Agostinho da Silva
2005-05-19
Reflexos - XXXIII
Faz uma chave, mesmo pequena,
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
Eugénio de Andrade
entra na casa.
Consente na doçura, tem dó
da matéria dos sonhos e das aves.
Invoca o fogo, a claridade, a música
dos flancos.
Não digas pedra, diz janela.
Não sejas como a sombra.
Diz homem, diz criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e se demora.
Volta a dizer: homem, mulher, criança.
Onde a beleza é mais nova.
Eugénio de Andrade
2005-05-18
Rica Prima!...
Então já pensou no assunto, rica prima????
Ir à Comuna, ver o espectáculo de poesia em homenagem a João Vilaret.
As duas muitos lindas, no seu jipe, por essas estradas fora de cabelos a esvoaçar ao vento!!!....
Pago uma bifana no Café/Teatro.
Se não pode, deixe lá!
Vou na outra quinta com o mano.
BJS para os meninos e para o primo.
Ir à Comuna, ver o espectáculo de poesia em homenagem a João Vilaret.
As duas muitos lindas, no seu jipe, por essas estradas fora de cabelos a esvoaçar ao vento!!!....
Pago uma bifana no Café/Teatro.
Se não pode, deixe lá!
Vou na outra quinta com o mano.
BJS para os meninos e para o primo.
Vá de rima!...
Várias canetas sem tinta
Eu encontrei por aí
Fui ali a Santiago
E agora já "volti".
(Isto sim!! É poesia da boa!!!...)
Eu encontrei por aí
Fui ali a Santiago
E agora já "volti".
(Isto sim!! É poesia da boa!!!...)
Vou...
Vou ali a Santiago
Montada no meu carrinho.
Veja lá tome cuidado!....
Se conduz, não beba vinho!!!!
Montada no meu carrinho.
Veja lá tome cuidado!....
Se conduz, não beba vinho!!!!
2005-05-17
E agora vou à gaveta dos papéis amarelecidos...
Sou
como um rio
que em ti
mistura
as suas águas.
Tu
és o mar.
(A minha foz
...de mágoas!)
como um rio
que em ti
mistura
as suas águas.
Tu
és o mar.
(A minha foz
...de mágoas!)
Chá Príncipe, matinalmente...
Também com Eugénio de Andrade e na sequência de um Chá, que por sinal, é Príncipe:
Despertar
É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave, água no mar.
(E para todos um bom despertar!)
: ) ; ) : ) ; ) : ) : )
Despertar
É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?
Pássaro ou rosa ou mar,
tudo é ardor, tudo é amor.
Acordar é ser rosa na rosa,
canto na ave, água no mar.
(E para todos um bom despertar!)
: ) ; ) : ) ; ) : ) : )
Papel Mata-Borrão - 12.º pingo de tinta
S. TORPES
No ano 67 da nossa era cristã, um oficial da casa do Imperador Nero, Torpes, adepto do cristianismo, foi degolado, depois de ter resistido a açoites e atirado às feras, que não lhe fizeram mal, no dia vinte e nove de Abril do século l (469) em Pisa e lançado ao rio Amo.
A 17 de Maio do mesmo ano, foi encontrada em Portugal, nas terras de Sines, por Santa Celerina*, a quem um anjo anunciara, em sonhos, que recebesse os restos mortais de S. Torpes e lhe desse uma sepultura digna, a cabeça do Santo Mártir, velada por um cão e um galo, junto à Foz da Ribeira da Junqueira.
Santa Celerina mandou construir ali um magnífico templo, que foi considerado o primeiro monumento divino da Europa e o segundo da Cristandade.
Os sinienses e outros crentes europeus acorreram ao local através dos séculos, para honrar e suplicar graças a S. Torpes, ou Torpet, especialmente no dia 17 de Maio.
Em 7 de Junho de 159, as relíquias do Santo seguiram para a vila, em procissão, para serem enterradas na igreja matriz.
Consta que alguns párocos da época foram distribuindo os ossos de S. Torpes a alguns devotos, que queriam a sua protecção para além da veneração na igreja.
A praia portuguesa onde aportou a cabeça do Santo designa-se, desde sempre, São Torpes e a herdade que com ela confina chama-se Provença.
Diz-se que o corpo do Santo apareceu na costa francesa, hoje denominada Saint Torpez, na região da Provence.
*Santa Celerina ou Catarina foi homenageada pelos seus milagres com a construção de uma ermida nas rochas, perto do Pontal, da qual em 1969 ainda existiam algumas pedras na Quinta de Santa Catarina.
No ano 67 da nossa era cristã, um oficial da casa do Imperador Nero, Torpes, adepto do cristianismo, foi degolado, depois de ter resistido a açoites e atirado às feras, que não lhe fizeram mal, no dia vinte e nove de Abril do século l (469) em Pisa e lançado ao rio Amo.
A 17 de Maio do mesmo ano, foi encontrada em Portugal, nas terras de Sines, por Santa Celerina*, a quem um anjo anunciara, em sonhos, que recebesse os restos mortais de S. Torpes e lhe desse uma sepultura digna, a cabeça do Santo Mártir, velada por um cão e um galo, junto à Foz da Ribeira da Junqueira.
Santa Celerina mandou construir ali um magnífico templo, que foi considerado o primeiro monumento divino da Europa e o segundo da Cristandade.
Os sinienses e outros crentes europeus acorreram ao local através dos séculos, para honrar e suplicar graças a S. Torpes, ou Torpet, especialmente no dia 17 de Maio.
Em 7 de Junho de 159, as relíquias do Santo seguiram para a vila, em procissão, para serem enterradas na igreja matriz.
Consta que alguns párocos da época foram distribuindo os ossos de S. Torpes a alguns devotos, que queriam a sua protecção para além da veneração na igreja.
A praia portuguesa onde aportou a cabeça do Santo designa-se, desde sempre, São Torpes e a herdade que com ela confina chama-se Provença.
Diz-se que o corpo do Santo apareceu na costa francesa, hoje denominada Saint Torpez, na região da Provence.
*Santa Celerina ou Catarina foi homenageada pelos seus milagres com a construção de uma ermida nas rochas, perto do Pontal, da qual em 1969 ainda existiam algumas pedras na Quinta de Santa Catarina.
2005-05-16
Caracóis, nunca mais!...
Bom, também não é preciso ser tão radical!
Direi: -Caracóis, só daqui a uns tempos!
Ontem, dirigia-me eu para casa, por volta das sete da tarde, sinal no telélé: ( o mano) - Vamos ao caracol ?
Fomos.
Caracol, choco frito e imperial.(Pois!!!).
Quando cheguei a casa bebi logo um chá, para prevenir...
"Bloguei" um pouco e fui- me deitar.
Às quatro da manhã ainda "rabiava" sem dormir.
- É fome!(De madrugada, tiro conclusões rápidas e lúcidas...)
Leanvantei-me e bebi meia caneca de leite com açúcar e um quarto de lexotan.
Ás cinco, chega o sono, mas instala-se uma enorme indisposição.
Levantei- me (de novo) e deambulei pela casa ao sabor de duas pastilhas Rennie.
Espreitei pela janela. Cinco gaivotas (na escuridão) voavam por cima dos telhados.
Conclui com toda a lógica:
"Estas malucas também devem ter ido ao caracol!!!...."
Já o dia raiava quando "passei pelas brasas".
E elas, as malucas?
Certamente, de cabeça debaixo da asa, a esta hora ainda dormitam no balanceio d'alguma onda!
Que falta de juízo!
Eu se fosse gaivota,só comia canjas de galinha!!!
Direi: -Caracóis, só daqui a uns tempos!
Ontem, dirigia-me eu para casa, por volta das sete da tarde, sinal no telélé: ( o mano) - Vamos ao caracol ?
Fomos.
Caracol, choco frito e imperial.(Pois!!!).
Quando cheguei a casa bebi logo um chá, para prevenir...
"Bloguei" um pouco e fui- me deitar.
Às quatro da manhã ainda "rabiava" sem dormir.
- É fome!(De madrugada, tiro conclusões rápidas e lúcidas...)
Leanvantei-me e bebi meia caneca de leite com açúcar e um quarto de lexotan.
Ás cinco, chega o sono, mas instala-se uma enorme indisposição.
Levantei- me (de novo) e deambulei pela casa ao sabor de duas pastilhas Rennie.
Espreitei pela janela. Cinco gaivotas (na escuridão) voavam por cima dos telhados.
Conclui com toda a lógica:
"Estas malucas também devem ter ido ao caracol!!!...."
Já o dia raiava quando "passei pelas brasas".
E elas, as malucas?
Certamente, de cabeça debaixo da asa, a esta hora ainda dormitam no balanceio d'alguma onda!
Que falta de juízo!
Eu se fosse gaivota,só comia canjas de galinha!!!
Por isso...
José Gomes Ferreira diria:
"Leva-me os olhos, gaivota,
e deixa- os cair lá longe naquela ilha sem rota...
Lá...
onde os cravos e os jasmins
nunca se repetem nos jardins...
Lá...
onde nunca a mesma aranha tece a mesma teia
na mesma escuridão das mesmas casas...
Lá...
onde toda a noite canta uma sereia
...e a lua tem asas..."
"Leva-me os olhos, gaivota,
e deixa- os cair lá longe naquela ilha sem rota...
Lá...
onde os cravos e os jasmins
nunca se repetem nos jardins...
Lá...
onde nunca a mesma aranha tece a mesma teia
na mesma escuridão das mesmas casas...
Lá...
onde toda a noite canta uma sereia
...e a lua tem asas..."
2005-05-15
Boas cores!
O nosso amigo Livreiro hoje estava com boas cores!
Fui fazer- lhe um bocadinho de companhia e nesse espaço de tempo, um amigo espreitou à porta e disse:
-Já lanchou ou quer que lhe vá buscar alguma coisa para comer?
Não quis. Já tinha comido.
Um pouco mais tarde, entrou outro amigo que o convidou para jantar.
E lá foram!
Sr. Livreiro, vossemecê (gosto desta palavra) poderá não enriquecer a vender livros, mas cá me parece que, em questão de amigos, tem um rico "pé de meia"!!!
Fui fazer- lhe um bocadinho de companhia e nesse espaço de tempo, um amigo espreitou à porta e disse:
-Já lanchou ou quer que lhe vá buscar alguma coisa para comer?
Não quis. Já tinha comido.
Um pouco mais tarde, entrou outro amigo que o convidou para jantar.
E lá foram!
Sr. Livreiro, vossemecê (gosto desta palavra) poderá não enriquecer a vender livros, mas cá me parece que, em questão de amigos, tem um rico "pé de meia"!!!
O Alberto (3) - de novo...
Não deviam ter acabado com a horta do Alberto.
É por isso que ele vagueia praia abaixo, praia acima.
Não tem mais nada que fazer!
Há uns anos atrás, antes de arranjarem a falésia, ele tinha uma hortinha, ali mesmo à esquerda de onde agora há um laguinho (com rãs, felizmente).
Por ironia, construiram uma escadaria com 3 ou 4 degraus que não levam a lugar nenhum, mas que iria ter à horta se não a tivessem destruído.
-Cabrões!- clamava ele, na altura.
E eu concordo.Porque aquilo até devia ser perseverado e considerado património do recém- eleito "calçadão"!
O Alberto tinha lá de tudo e até organizava petisqueiras com os amigos que muitas vezes lá vi.
Depois disso, cheguei a encontrá- lo a "esgravatar" debaixo duma palmeira:
- Talvez os gajos me deixem fazer aqui uma horta. Vou pedir!
Claro que não está lá horta nenhuma. Ou não pediu, ou não deixaram.
Um dia, vi- o caminhar pela areia, com um saco de plástico cheio de água que tinha ido buscar a uma torneira.
Fiquei a observar...
Chegou junto de um grande "pé de celca" que tinha nascido junto ao muro da praia e regou- a com a água do saco.
Durante dias, vi- o sentado numa pedra (com queixo pousado nas mãos) a cuidar da sua "horta".
Mas...desta vez, foi o "ar do mar"que lhe acabou com o tesouro.
E é por isso que ele vagueia pela praia, apanhando tudo o que a maré traz e ele acha aproveitável.
- LIXOS!!!- disse- me ontem a mulher, que finalmente conheci e me perguntou se o tinha visto por ali.
E desabafou: - Anda sempre aqui de um lado para o outro. Eu então não dou nenhum valor ao mar!!!
Ai... Ai... porque é que só as fadas têm varinha mágica? Se eu tivesse, faria duas coisas:
É por isso que ele vagueia praia abaixo, praia acima.
Não tem mais nada que fazer!
Há uns anos atrás, antes de arranjarem a falésia, ele tinha uma hortinha, ali mesmo à esquerda de onde agora há um laguinho (com rãs, felizmente).
Por ironia, construiram uma escadaria com 3 ou 4 degraus que não levam a lugar nenhum, mas que iria ter à horta se não a tivessem destruído.
-Cabrões!- clamava ele, na altura.
E eu concordo.Porque aquilo até devia ser perseverado e considerado património do recém- eleito "calçadão"!
O Alberto tinha lá de tudo e até organizava petisqueiras com os amigos que muitas vezes lá vi.
Depois disso, cheguei a encontrá- lo a "esgravatar" debaixo duma palmeira:
- Talvez os gajos me deixem fazer aqui uma horta. Vou pedir!
Claro que não está lá horta nenhuma. Ou não pediu, ou não deixaram.
Um dia, vi- o caminhar pela areia, com um saco de plástico cheio de água que tinha ido buscar a uma torneira.
Fiquei a observar...
Chegou junto de um grande "pé de celca" que tinha nascido junto ao muro da praia e regou- a com a água do saco.
Durante dias, vi- o sentado numa pedra (com queixo pousado nas mãos) a cuidar da sua "horta".
Mas...desta vez, foi o "ar do mar"que lhe acabou com o tesouro.
E é por isso que ele vagueia pela praia, apanhando tudo o que a maré traz e ele acha aproveitável.
- LIXOS!!!- disse- me ontem a mulher, que finalmente conheci e me perguntou se o tinha visto por ali.
E desabafou: - Anda sempre aqui de um lado para o outro. Eu então não dou nenhum valor ao mar!!!
Ai... Ai... porque é que só as fadas têm varinha mágica? Se eu tivesse, faria duas coisas:
- Devolvia a horta ao Alberto
- Dava- lhe uma mulher que "desse valor ao mar"
E sai...
E sai uma açorda dourada!(Como o Mano Zé lhe chamava).
Que é, afinal uma açorda de coentro e bacalhau, mas que leva um ovo batido no caldo.
Por isso...dourada!!!
E vocês???
Seja lá o que for, bom apetite!!!
Que é, afinal uma açorda de coentro e bacalhau, mas que leva um ovo batido no caldo.
Por isso...dourada!!!
E vocês???
Seja lá o que for, bom apetite!!!
Retalhos de Tira-Teimas - 7
BEGÓNIA - planta ornamental, de origem tropical e de cores brilhantes, rosa ou branca. Foi trazida de Santo Domingo para a Europa por um magistrado francês: Michel Bégon.
BUGANVÍLIA - planta trepadeira, proveniente da América tropical e subtropical, de flores rosa-violáceas. Chegou à Europa pelo navegador e explorador francês Luis Antoine de Bougainville.
CAMÉLIA ou rosa-do-japão - flor de grande arbusto, de cor branca, vermelha ou cor-de-rosa. Deve o seu nome ao missionário e botânico moravo George Kamel, conhecido por Camellus, que a trouxe das Filipinas para a Europa.
DÁLIA - planta ornamental, de flores de tons diversos, inodora. Foi descoberta no México pelo naturalista alemão Alexandr von Humboldt e deve o seu nome ao botânico sueco Anders Dahl, homenageado em Madrid no ano de 1789.
HORTÊNSIA - flor de arbusto, de origem chinesa e japonesa. As suas flores mudam de cor, conforme a composição do terreno em que é cultivada: cor-de-rosa, lilás, branca ou azulada. Deve o seu nome aHortense Lepante, amiga do botânico francês Commerson, que a importou.
BUGANVÍLIA - planta trepadeira, proveniente da América tropical e subtropical, de flores rosa-violáceas. Chegou à Europa pelo navegador e explorador francês Luis Antoine de Bougainville.
CAMÉLIA ou rosa-do-japão - flor de grande arbusto, de cor branca, vermelha ou cor-de-rosa. Deve o seu nome ao missionário e botânico moravo George Kamel, conhecido por Camellus, que a trouxe das Filipinas para a Europa.
DÁLIA - planta ornamental, de flores de tons diversos, inodora. Foi descoberta no México pelo naturalista alemão Alexandr von Humboldt e deve o seu nome ao botânico sueco Anders Dahl, homenageado em Madrid no ano de 1789.
HORTÊNSIA - flor de arbusto, de origem chinesa e japonesa. As suas flores mudam de cor, conforme a composição do terreno em que é cultivada: cor-de-rosa, lilás, branca ou azulada. Deve o seu nome aHortense Lepante, amiga do botânico francês Commerson, que a importou.
Reflexos - XXXII
Lê os bons livros. Os livros
Onde mais discreto amigo?
Dizem-me tudo o que sabem,
Não contam o que eu lhes digo!
Lê bem. Se vais à botica,
Levas mel ou rosalgar?
Escolhe: há livros-veneno:
Não te vás envenenar.
A. Correia de Oliveira
Onde mais discreto amigo?
Dizem-me tudo o que sabem,
Não contam o que eu lhes digo!
Lê bem. Se vais à botica,
Levas mel ou rosalgar?
Escolhe: há livros-veneno:
Não te vás envenenar.
A. Correia de Oliveira
Sabores à Portuguesa - XIX
A alimentação diária
Constituição da Roda dos Alimentos:
- cereais e derivados, tubérculos - 28%;
- hortícolas - 23%;
- fruta - 20%;
- lacticínios - 18%;
- carnes, pescado e ovos - 5%;
- leguminosas - 4%;
- gorduras e óleos - 2%.
Bebidas
O consumo de água pode variar entre 1,5 e 3 litros por dia.
Outras bebidas: sumos de fruta naturais e chá sem teína - camomila, cidreira, limão, tília - ou cafés sem cafeína.
As bebidas alcoólicas devem ser tomadas às refeições, com moderação, pelos adultos - são desaconselhadas a: crianças, jovens, grávidas e aleitantes.
Açúcar
Os doces e refrigerantes devem ser ingeridos no final das refeições e em ocasiões festivas.
Sal
O sal e os produtos salgados - salsicharia / charcutaria, enlatados, batas fritas, aperitivos - devem ser consumidos moderadamente.
As ervas aromáticas - aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentro, estragão, louro, oregão, salsa, etc. - e especiarias - açafrão, baunilha, canela, caril, colorau, noz moscada, etc. - podem substituir o sal e dão um novo sabor e cor aos alimentos.
Constituição da Roda dos Alimentos:
- cereais e derivados, tubérculos - 28%;
- hortícolas - 23%;
- fruta - 20%;
- lacticínios - 18%;
- carnes, pescado e ovos - 5%;
- leguminosas - 4%;
- gorduras e óleos - 2%.
Bebidas
O consumo de água pode variar entre 1,5 e 3 litros por dia.
Outras bebidas: sumos de fruta naturais e chá sem teína - camomila, cidreira, limão, tília - ou cafés sem cafeína.
As bebidas alcoólicas devem ser tomadas às refeições, com moderação, pelos adultos - são desaconselhadas a: crianças, jovens, grávidas e aleitantes.
Açúcar
Os doces e refrigerantes devem ser ingeridos no final das refeições e em ocasiões festivas.
Sal
O sal e os produtos salgados - salsicharia / charcutaria, enlatados, batas fritas, aperitivos - devem ser consumidos moderadamente.
As ervas aromáticas - aipo, alecrim, alho, cebolinho, coentro, estragão, louro, oregão, salsa, etc. - e especiarias - açafrão, baunilha, canela, caril, colorau, noz moscada, etc. - podem substituir o sal e dão um novo sabor e cor aos alimentos.
2005-05-14
Hotel Urgeiriça (2)
(continuação)
Lembram-se? Tinha eu tomado o pequeno almoço, falei com as senhoras da limpeza e .... entrei no quarto e estendi-me em cima da cama.
Então...comecei a ouvir o som de um aspirador mas, sobrepondo- se a este som e abafando-o, duas belas e frescas vozes cantavam lindas canções da região!
Uma delícia!!!!
Eram as vozes daquelas senhoras, que com alegria e desembaraço, arrumava dezenas de quartos!
É bom saber que há lugares assim. Lugares onde as pessoas se alegram por ter muito que fazer e manifestam essa alegria cantando enquanto trabalham.
Hotel Urgeiriça, por tudo o mais, mas principalmente por isto, um lugar encantador!!
Nota final- Lamento se este desfecho vos desiludiu e não correspondeu ao "suspense" criado.
Talvez esperassem algo de mais "picante"...
Mas, picante nada aconteceu a não ser...o velhote (ele também de bengala) que me ajudou a subir os degraus da piscina!!!!
Mais oito dias de termas e ... talvez agora, (à entrada da minha casa) no meu "porta- guarda- chuvas"(aquela coisa onde se metem as sombrinhas quando chove), talvez agora, dizia eu, se perfilassem duas carunchosas bengalas!
Sabe- se lá!!!...
E lá andaria eu, de velhote a tiracolo, calçadão abaixo, calçadão acima!!!
Lembram-se? Tinha eu tomado o pequeno almoço, falei com as senhoras da limpeza e .... entrei no quarto e estendi-me em cima da cama.
Então...comecei a ouvir o som de um aspirador mas, sobrepondo- se a este som e abafando-o, duas belas e frescas vozes cantavam lindas canções da região!
Uma delícia!!!!
Eram as vozes daquelas senhoras, que com alegria e desembaraço, arrumava dezenas de quartos!
É bom saber que há lugares assim. Lugares onde as pessoas se alegram por ter muito que fazer e manifestam essa alegria cantando enquanto trabalham.
Hotel Urgeiriça, por tudo o mais, mas principalmente por isto, um lugar encantador!!
Nota final- Lamento se este desfecho vos desiludiu e não correspondeu ao "suspense" criado.
Talvez esperassem algo de mais "picante"...
Mas, picante nada aconteceu a não ser...o velhote (ele também de bengala) que me ajudou a subir os degraus da piscina!!!!
Mais oito dias de termas e ... talvez agora, (à entrada da minha casa) no meu "porta- guarda- chuvas"(aquela coisa onde se metem as sombrinhas quando chove), talvez agora, dizia eu, se perfilassem duas carunchosas bengalas!
Sabe- se lá!!!...
E lá andaria eu, de velhote a tiracolo, calçadão abaixo, calçadão acima!!!
Hoje, vou dar um ar da minha graça...
Hoje
Esperei com a certeza
De quem sabia que vinhas
(Ninguém te viu
Nem mesmo o meu olhar)
Fluido apenas
Nocturno de Chopin
Teia de espuma
Mar
Esperei com a certeza
De quem sabia que vinhas
(Ninguém te viu
Nem mesmo o meu olhar)
Fluido apenas
Nocturno de Chopin
Teia de espuma
Mar
O Verbo do Dia - Três
São três os meses de existência das Sardinheiras, que continuam com o seu jardim desprovido de imagens daquelas que os olhos vêem, mas coloridamente pintado com palavras que os sentidos captam, sentem e reflectem.
Muito obrigada a todos!
Aurora e Carolina
Muito obrigada a todos!
Aurora e Carolina
A Menina do Comando
Era uma vez...
... uma menina que tinha um comando de televisão com o qual brincava, à procura de algo novo: visitava países longínquos, uns que já conhecia, outros que a faziam suspirar de desejo pela aventura; sabia tudo o que se sucedia no seu amado país e no mundo; não perdia o seu "romance" preferido...
Quando estava aborrecida, devido à falta de qualidade da programação, atirava-o para cima do sofá, protestando com "ditos" de "legítima" alentejana...
A menina compensava-se desta insatisfação, recorrendo ao comando da sua aparelhagem, seleccionando a sua música preferida, deambulando com os clássicos, vibrando com os sons africanos, embalando-se no fado...
Mais tarde, a menina recebeu um comando de garagem, que manuseava quase de olhos fechados.
Um dia, esta menina arranjou outro comando para deixar entrar: a luz, o mar, os barcos, o céu e as gaivotas em sua casa, sem sair do seu lugar, ou para lhes desejar as boas noites.
No primeiro dia desta semana, alguém que ela adora ofereceu-lhe outro comando para poder transpor, de automóvel, um célebre portão...
Agora a menina também já pode colher: flores, ervas aromáticas e alguns produtos comestíveis que a terra produz!...
Como ela está feliz por assumir o comando das suas operações!
... uma menina que tinha um comando de televisão com o qual brincava, à procura de algo novo: visitava países longínquos, uns que já conhecia, outros que a faziam suspirar de desejo pela aventura; sabia tudo o que se sucedia no seu amado país e no mundo; não perdia o seu "romance" preferido...
Quando estava aborrecida, devido à falta de qualidade da programação, atirava-o para cima do sofá, protestando com "ditos" de "legítima" alentejana...
A menina compensava-se desta insatisfação, recorrendo ao comando da sua aparelhagem, seleccionando a sua música preferida, deambulando com os clássicos, vibrando com os sons africanos, embalando-se no fado...
Mais tarde, a menina recebeu um comando de garagem, que manuseava quase de olhos fechados.
Um dia, esta menina arranjou outro comando para deixar entrar: a luz, o mar, os barcos, o céu e as gaivotas em sua casa, sem sair do seu lugar, ou para lhes desejar as boas noites.
No primeiro dia desta semana, alguém que ela adora ofereceu-lhe outro comando para poder transpor, de automóvel, um célebre portão...
Agora a menina também já pode colher: flores, ervas aromáticas e alguns produtos comestíveis que a terra produz!...
Como ela está feliz por assumir o comando das suas operações!
2005-05-13
Porque hoje é um dia triste...
Victor Roberto.
29 anos de idade.
Guarda Nacional Republicano.
Morreu ontem de manhã a caminho do trabalho.
Ataque de coração (fulminante).
Querida colega e amiga Teresa, fechaste a porta da escola quando viste que se aproximavam colegas do teu marido.
O teu coração adivinhou e não querias ouvir o que tinham para te dizer.
Fechavas a porta com a energia que te era possível.
De nada valeu!...
As más notícias não precisam de porta para entrar.
Hoje é um dia triste para todos os que vos queriam e querem bem!
Que o tempo e a esperança te ajudem a reabrir devagarinho as portas e possas, com coragem, força e alegria, criar os teus dois filhinhos gémeos de cinco anos.
Um beijo.
Carolina
29 anos de idade.
Guarda Nacional Republicano.
Morreu ontem de manhã a caminho do trabalho.
Ataque de coração (fulminante).
Querida colega e amiga Teresa, fechaste a porta da escola quando viste que se aproximavam colegas do teu marido.
O teu coração adivinhou e não querias ouvir o que tinham para te dizer.
Fechavas a porta com a energia que te era possível.
De nada valeu!...
As más notícias não precisam de porta para entrar.
Hoje é um dia triste para todos os que vos queriam e querem bem!
Que o tempo e a esperança te ajudem a reabrir devagarinho as portas e possas, com coragem, força e alegria, criar os teus dois filhinhos gémeos de cinco anos.
Um beijo.
Carolina
Pétalas de Bem-te-Quer - 11.ª
Dia sombrio, triste, choroso como um coração de mãe, inverno na vida de uma jovem esposa, chilreio inocente de duas crianças que não percebem o hoje, mas reconherão um vazio amanhã, braços caídos de um pai, saudade de todos pelo verão arrancado de uma vida sorridente de vencedor!
Olhos fechados, partida com lágrimas, palavras perdidas, silêncios pausados de pássaros feridos, mãos que não querem acenar-te, solidão sentida nesta tempestade brutal, nuvens de insónia, soluços profundos sem lágrimas...
Pétalas de despedida orvalhadas reflectem com beijos de amor e gratidão a tua luz!
Olhos fechados, partida com lágrimas, palavras perdidas, silêncios pausados de pássaros feridos, mãos que não querem acenar-te, solidão sentida nesta tempestade brutal, nuvens de insónia, soluços profundos sem lágrimas...
Pétalas de despedida orvalhadas reflectem com beijos de amor e gratidão a tua luz!
2005-05-12
Para a minha afilhada Carol e irmãos!
CANÇÃO DA MENTIRA
Foi numa serra nevada
em Vila Franca de Xira
que um lagarto me ensinou
esta canção da mentira.
Ia um rei a cavalgar
na sua pulga preferida
em cada salto saltava
uma légua bem medida.
Visitou uma cidade
que andava a fazer o pino
onde as igrejas dançavam
equilibradas no sino.
Encontrou uma princesa
que chiava de aflição
ao ver um gato com garfo
e a faca a comer um cão.
Como era um rei corajoso
puxou a espada de pau
para fugir a sete pés
mas tropeçou num lacrau.
Passou por baixo da ponte
quando chegou junto ao rio.
Tanto apertava o calor
que ele tremia de frio.
Quando voltou ao castelo
no meio do olival
viu carapaus a voarem
e nuvens a chover sal.
(Luísa Ducla Soares)
Foi numa serra nevada
em Vila Franca de Xira
que um lagarto me ensinou
esta canção da mentira.
Ia um rei a cavalgar
na sua pulga preferida
em cada salto saltava
uma légua bem medida.
Visitou uma cidade
que andava a fazer o pino
onde as igrejas dançavam
equilibradas no sino.
Encontrou uma princesa
que chiava de aflição
ao ver um gato com garfo
e a faca a comer um cão.
Como era um rei corajoso
puxou a espada de pau
para fugir a sete pés
mas tropeçou num lacrau.
Passou por baixo da ponte
quando chegou junto ao rio.
Tanto apertava o calor
que ele tremia de frio.
Quando voltou ao castelo
no meio do olival
viu carapaus a voarem
e nuvens a chover sal.
(Luísa Ducla Soares)
Hotel Urgeiriça (1)
"O Hotel Urgeiriça, fica situado no coração da Beira Alta, zona de raros encantos naturais e termais e da Região de Turismo Dão Lafões, no concelho de Nelas, a cerca de 20 Km de Viseu e da Serra da Estrela.
A arquitectura beirã com o granito e a decoração tipicamente inglesa, fazem do Hotel um local único e extrememente aprazível."(Assim reza o folheto e não mente.)
Aqui passei oito dias agradáveis!
Deparou- se- me uma dificuldade.Para ter acesso ao hotel teria de subir uma bela escadaria de granito (o que para mim representava algum problema).
Assim sendo, amavelmente foi- me cedida uma chave, que me permitia entrar por outra porta, caminhando por uma rampa.
Agradeço a compreensão e a confiança!
Com aquela chave em meu poder quase me senti guardiã de um Castelo!
Pessoal amável e profissional.
Destaco o Sr.Rodrigues, que nos servia belos manjares, para alguns dos quais tivemos a audácia de sugerir a confecção. Este senhor,com um pouco de suspense, surpreendia- nos sempre com o saborosíssimo "esparregado", que sagazmente, percebeu fazer as nossas delícias!!!
Mas...
A grande surpresa surgiu no último dia!
Depois do pequeno almoço voltei para o quarto.
Os meus amigos tinham ido fazer os tratamentos termais,mas eu preferi ficar a descansar.(Uma viagem de 400Km esperava-me até Sines.)
As senhoras da limpeza, que arrumavam os quartos, encontravam- se já na sua azáfama (nessa noite mais de 100 pessoas tinham dormido no hotel).
Eu pedi:
-Por favor, deixem o meu quarto para o fim, vou descansar e só saio por volta do meio dia.
Responderam- me sorrindo:
-A senhora esteja à sua vontade,temos muito que fazer,Graças a Deus hoje há muito trabalho!
(Tanta animação deixou- me agradavelmente surpreendida).
Entrei no quarto e.....(Continua amanhã,também sei fazer o meu suspense...)
A arquitectura beirã com o granito e a decoração tipicamente inglesa, fazem do Hotel um local único e extrememente aprazível."(Assim reza o folheto e não mente.)
Aqui passei oito dias agradáveis!
Deparou- se- me uma dificuldade.Para ter acesso ao hotel teria de subir uma bela escadaria de granito (o que para mim representava algum problema).
Assim sendo, amavelmente foi- me cedida uma chave, que me permitia entrar por outra porta, caminhando por uma rampa.
Agradeço a compreensão e a confiança!
Com aquela chave em meu poder quase me senti guardiã de um Castelo!
Pessoal amável e profissional.
Destaco o Sr.Rodrigues, que nos servia belos manjares, para alguns dos quais tivemos a audácia de sugerir a confecção. Este senhor,com um pouco de suspense, surpreendia- nos sempre com o saborosíssimo "esparregado", que sagazmente, percebeu fazer as nossas delícias!!!
Mas...
A grande surpresa surgiu no último dia!
Depois do pequeno almoço voltei para o quarto.
Os meus amigos tinham ido fazer os tratamentos termais,mas eu preferi ficar a descansar.(Uma viagem de 400Km esperava-me até Sines.)
As senhoras da limpeza, que arrumavam os quartos, encontravam- se já na sua azáfama (nessa noite mais de 100 pessoas tinham dormido no hotel).
Eu pedi:
-Por favor, deixem o meu quarto para o fim, vou descansar e só saio por volta do meio dia.
Responderam- me sorrindo:
-A senhora esteja à sua vontade,temos muito que fazer,Graças a Deus hoje há muito trabalho!
(Tanta animação deixou- me agradavelmente surpreendida).
Entrei no quarto e.....(Continua amanhã,também sei fazer o meu suspense...)
O Verbo do Dia - Ralar
RALAR - reduzir a migalhas com o ralador; afligir; o mesmo que relar, coaxar.
Há pessoas que não se ralam com o que quer que seja; outras levam a vida raladas, porque têm muitas ralações - raladelas ou raladuras - e ainda há quem rale queijo, etc., e a paciência dos outros...
Tenha um bom dia, não se rale, e ignore quem o quiser relar!
Há pessoas que não se ralam com o que quer que seja; outras levam a vida raladas, porque têm muitas ralações - raladelas ou raladuras - e ainda há quem rale queijo, etc., e a paciência dos outros...
Tenha um bom dia, não se rale, e ignore quem o quiser relar!
Papel Mata-Borrão - 11.º pingo de tinta
Um solitário, andrajoso, cabelo grisalho, magro, coxeando ligeiramente, descolando-se sem rumo...
Um cão sozinho, preto, enorme, esperando a chuva para lavar o seu pêlo farto, aproximou-se do homem, encostou-se às suas pernas, impedindo-o de continuar no seu passo lento...
O homem estendeu a mão, acariciou o animal e falou-lhe baixinho, demoradamente...
Mais tarde, o cão passou por mim, agitando a cauda, alimentado de calor humano...
Um cão sozinho, preto, enorme, esperando a chuva para lavar o seu pêlo farto, aproximou-se do homem, encostou-se às suas pernas, impedindo-o de continuar no seu passo lento...
O homem estendeu a mão, acariciou o animal e falou-lhe baixinho, demoradamente...
Mais tarde, o cão passou por mim, agitando a cauda, alimentado de calor humano...
Linhas e Entrelinhas - III
Lisboa, 22 de MArço de 1994
Querida Marta,
Pelo menos uma vez na vida fiz uma coisa útil: contei uma história a uma vellhinha, num asilo. Isto tem de valer alguma coisa, não tem?
Um beijo da
Joana
Maria Teresa Maia Gonzales, A Lua de Joana
Querida Marta,
Pelo menos uma vez na vida fiz uma coisa útil: contei uma história a uma vellhinha, num asilo. Isto tem de valer alguma coisa, não tem?
Um beijo da
Joana
Maria Teresa Maia Gonzales, A Lua de Joana
2005-05-11
Achei!!!
Achei as minhas ricas cenouras!
Estavam num saco com a correspondência e os jornais!
Claro, só podia ser!!
Nunca na vida eu compraria cenouras que não soubessem ler!...
Estavam num saco com a correspondência e os jornais!
Claro, só podia ser!!
Nunca na vida eu compraria cenouras que não soubessem ler!...
Legumes!
Alguém sabe onde é que eu guardei as cenouras, que comprei ontem, para fazer a sopa?
É que no frigorífico não estão!!!
E já nada me espanta, porque um dia, em vez de colocar na torradeira uma fatia de pão para torrar, meti-a na máquina de lavar a roupa...
Vou ver no guarda- vestidos ou, quem sabe, no armário dos sapatos...
Santo Deus, será que as pendurei na corda a secar??????
É que no frigorífico não estão!!!
E já nada me espanta, porque um dia, em vez de colocar na torradeira uma fatia de pão para torrar, meti-a na máquina de lavar a roupa...
Vou ver no guarda- vestidos ou, quem sabe, no armário dos sapatos...
Santo Deus, será que as pendurei na corda a secar??????
Palavras - XXIV
Santini
(...) O Estado concede-me o monopólio da exploração das palavras e eu pago-lhe, é claro, o imposto adequado. Veja: venderei a cada indivíduo as palavras que ele deseje pronunciar. As palavras terão um preço.
Abu Zaid
Um preço...?
Santini
(...) Repare: cada homem passará a ter, também, um contador para as palavras. Pela primeira vez na história - compreende? - os homens medirão as palavras, o valor das palavras. Conseguir-se-á assim uma economia de vocábulos, uma maior abundância de actividade. Palavras a menos e trabalho a mais. Actos e não palavras, eis a fórmula, eminentemente social, como vê.
Abud Zaid
Percebo, percebo. E ficará rico...
Santini
É uma questão de dias, só me falta um capitalista.
Augusto Abelaira
(...) O Estado concede-me o monopólio da exploração das palavras e eu pago-lhe, é claro, o imposto adequado. Veja: venderei a cada indivíduo as palavras que ele deseje pronunciar. As palavras terão um preço.
Abu Zaid
Um preço...?
Santini
(...) Repare: cada homem passará a ter, também, um contador para as palavras. Pela primeira vez na história - compreende? - os homens medirão as palavras, o valor das palavras. Conseguir-se-á assim uma economia de vocábulos, uma maior abundância de actividade. Palavras a menos e trabalho a mais. Actos e não palavras, eis a fórmula, eminentemente social, como vê.
Abud Zaid
Percebo, percebo. E ficará rico...
Santini
É uma questão de dias, só me falta um capitalista.
Augusto Abelaira
Retalhos de Tira-Teimas - 6
IOGA - do sânscrito, yoga, união.
Actualmente, refere-se ao sistema filosófico hindu, fundado por Patanjali, que consiste na comunhão completa com o Brama, através do domínio do corpo e do espírito, pelas práticas ascéticas, nomeadamente: contemplação, imobilidade física e êxtase.
Alguns vocábulos do ioga
ASANA - posturas
DHARANA - concentração
DHYANA - meditação ou contemplação
NIYAMA - observância
PRANAYAMA - domínio da respiração
PRATYAHARA - recolhimento dos sentidos
SAMADHI - concentração suprema
YAMA - abstenção
YOGA-NIDRA - ioga dos olhos
YOGASUTRA - textos de Patanjali so séc. II a.C., com a filosofia e o método
YOGI / IOGUE / IOGUI - praticante
Actualmente, refere-se ao sistema filosófico hindu, fundado por Patanjali, que consiste na comunhão completa com o Brama, através do domínio do corpo e do espírito, pelas práticas ascéticas, nomeadamente: contemplação, imobilidade física e êxtase.
Alguns vocábulos do ioga
ASANA - posturas
DHARANA - concentração
DHYANA - meditação ou contemplação
NIYAMA - observância
PRANAYAMA - domínio da respiração
PRATYAHARA - recolhimento dos sentidos
SAMADHI - concentração suprema
YAMA - abstenção
YOGA-NIDRA - ioga dos olhos
YOGASUTRA - textos de Patanjali so séc. II a.C., com a filosofia e o método
YOGI / IOGUE / IOGUI - praticante
2005-05-10
Pétalas de Bem-te-quer - 10.ª
Todas as pétalas de ternura e força para uma amiga da Kanuthia e minha.
Encontrei-a, há dias, fora do local de trabalho. Chamou-me, graciosamente, perguntando-me o que estava a fazer à sua porta. Aproximou-se de mim e segredou-me que na véspera tomara mais um comprimido, porque não tinha aguentado...
Os seus olhos de mel, profundamente tristes e perdidos, em busca vã e constante do menino de ouro que foi abupltamente arrancado do seu regaço, acompanharam, lânguidos e suplicantes, o que acrescentou:
- Escreve-me!
Encontrei-a, há dias, fora do local de trabalho. Chamou-me, graciosamente, perguntando-me o que estava a fazer à sua porta. Aproximou-se de mim e segredou-me que na véspera tomara mais um comprimido, porque não tinha aguentado...
Os seus olhos de mel, profundamente tristes e perdidos, em busca vã e constante do menino de ouro que foi abupltamente arrancado do seu regaço, acompanharam, lânguidos e suplicantes, o que acrescentou:
- Escreve-me!
A propósito de uma fotografia, posta a pedido de amigos!
E estão tão bonitos, os meus queridos, nessa fotografia!
ELA... mais bonita do que ele!!!
Um dia, em que Rafaela não estava na loja, eu disse:
-Sr. Joaquim, diga- lhe que venha, faz aqui falta. Ela enfeita a loja!
O nosso Livreiro respondeu:
-Claro! A Rafaela é a flor! Eu sou apenas o jarrão!
Eu acrescentei:
-O senhor é a prosa, ela é a poesia!
Parece que não me enganei...
Pois pelo que temos lido no blog de "A das Artes", não duvidamos que ALGUÉM (muito leve, sopro de asa, talvez espuma...), anda segurando a sua mão, ajudando-o a desenhar as palavras certas, numa brincadeira de poetas.
Ou acha que vamos acreditar que o Poeta é o senhor???...
ELA... mais bonita do que ele!!!
Um dia, em que Rafaela não estava na loja, eu disse:
-Sr. Joaquim, diga- lhe que venha, faz aqui falta. Ela enfeita a loja!
O nosso Livreiro respondeu:
-Claro! A Rafaela é a flor! Eu sou apenas o jarrão!
Eu acrescentei:
-O senhor é a prosa, ela é a poesia!
Parece que não me enganei...
Pois pelo que temos lido no blog de "A das Artes", não duvidamos que ALGUÉM (muito leve, sopro de asa, talvez espuma...), anda segurando a sua mão, ajudando-o a desenhar as palavras certas, numa brincadeira de poetas.
Ou acha que vamos acreditar que o Poeta é o senhor???...
2005-05-09
Voltei!!!
Voltei, mas agora preciso recuperar o fôlego!!!...
Voltei renovada, ou mais desasada???
Isso nem eu sei!
Veremos...
Voltei renovada, ou mais desasada???
Isso nem eu sei!
Veremos...
2005-05-06
Reflexos - XXX
TODOS OS HOMENS SÃO MARICAS QUANDO ESTÃO COM GRIPE (diz o António Lobo Antunes)
(pasodoble)
Pachos na testa
terço na mão
uma botija
chá de limão
zaragatoas
vinho com mel
três aspirinas
creme na pele
grito de medo
chamo a mulher
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer
mede-me a febre
olha-me a goela
cala os miúdos
fecha a janela
não quero canja
nem salada
ai Lurdes Lurdes
não vales nada
se tu sonhasses
como me sinto
já vejo a morte
nunca te minto
já vejo o inferno
chamas diabos
anjos estranhos
cornos e rabos
vejo os demónios
nas suas danças
tigres de tranças
choros de coruja
risos de grilo
ai Lurdes Lurdes
que foi aquilo
não é a chuva
no meu postigo
ai Lurdes Lurdes
fica comigo
não é o vento
a cirandar
nem são as vozes
que vêm do mar
não é o pingo
de uma torneira
põe-me a santinha
à cabeceira
compõe-me a colcha
fala ao prior
pousa o Jesus
no cobertor
chama o doutor
passa a chamada
ai Lurdes Lurdes
nem dás por nada
faz-me tisanas
e pão de ló
não te levantes
que fico só
aqui sozinho
a apodrecer
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer.
(pasodoble)
Pachos na testa
terço na mão
uma botija
chá de limão
zaragatoas
vinho com mel
três aspirinas
creme na pele
grito de medo
chamo a mulher
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer
mede-me a febre
olha-me a goela
cala os miúdos
fecha a janela
não quero canja
nem salada
ai Lurdes Lurdes
não vales nada
se tu sonhasses
como me sinto
já vejo a morte
nunca te minto
já vejo o inferno
chamas diabos
anjos estranhos
cornos e rabos
vejo os demónios
nas suas danças
tigres de tranças
choros de coruja
risos de grilo
ai Lurdes Lurdes
que foi aquilo
não é a chuva
no meu postigo
ai Lurdes Lurdes
fica comigo
não é o vento
a cirandar
nem são as vozes
que vêm do mar
não é o pingo
de uma torneira
põe-me a santinha
à cabeceira
compõe-me a colcha
fala ao prior
pousa o Jesus
no cobertor
chama o doutor
passa a chamada
ai Lurdes Lurdes
nem dás por nada
faz-me tisanas
e pão de ló
não te levantes
que fico só
aqui sozinho
a apodrecer
ai Lurdes Lurdes
que vou morrer.
Papel Mata-Borrão - 10.º pingo de tinta
Fernando noutra pessoa
Lisboa, Atrium Saldanha, 01 de Maio de 2005, 16h 15m
Um jovem do nosso tempo, pede licença para fumar, após ter elogiado o prato de bacalhau com natas que o saciou.
Cedida a autorização pelos presentes, inicia a preparação do seu cigarro.
- É do mesmo que o Fernando Pessoa usava - respondeu ao silêncio curioso que o cercava.
- O meu pai também fazia assim - afirmou uma das senhoras, acenando com acabeça.
A Sr.ª mais nova observa a hábil confecção, formula perguntas acerca dos perigos do uso do tabaco, cita exemplos de consequências fatais, e pede licença para ver os produtos.
Tabaco de enrolar - Águia, 40g, 2,40 euros.
Papel de Arroz " Smoking de Luxe".
Premiun Filters Venti regular Slims - com os longos, fuma-se menos.
Isqueiro "Portugal" com um distinto galo de Barcelos.
É a mesma Sr.ª quem lê, pausadamente e em voz alta, o alerta inscrito no saco do tabaco:
- " Fumar bloqueia as artérias e provoca ataques cardíacos e enfartes",
-" Fumar prejudica gravemente a sua saúde e a dos que o rodeiam".
Miguel Torga também vem para a mesa pelo poema "Sísifo", que a Sr.ª retira da mala e recita...
Lisboa, Atrium Saldanha, 01 de Maio de 2005, 16h 15m
Um jovem do nosso tempo, pede licença para fumar, após ter elogiado o prato de bacalhau com natas que o saciou.
Cedida a autorização pelos presentes, inicia a preparação do seu cigarro.
- É do mesmo que o Fernando Pessoa usava - respondeu ao silêncio curioso que o cercava.
- O meu pai também fazia assim - afirmou uma das senhoras, acenando com acabeça.
A Sr.ª mais nova observa a hábil confecção, formula perguntas acerca dos perigos do uso do tabaco, cita exemplos de consequências fatais, e pede licença para ver os produtos.
Tabaco de enrolar - Águia, 40g, 2,40 euros.
Papel de Arroz " Smoking de Luxe".
Premiun Filters Venti regular Slims - com os longos, fuma-se menos.
Isqueiro "Portugal" com um distinto galo de Barcelos.
É a mesma Sr.ª quem lê, pausadamente e em voz alta, o alerta inscrito no saco do tabaco:
- " Fumar bloqueia as artérias e provoca ataques cardíacos e enfartes",
-" Fumar prejudica gravemente a sua saúde e a dos que o rodeiam".
Miguel Torga também vem para a mesa pelo poema "Sísifo", que a Sr.ª retira da mala e recita...
Palavras - XXIII
A PALAVRA EXACTA
Eu dou-te uma palavra, e tu jogarás nela
e nela apostarás com determinação.
Seja a palavra "biltre".
Talvez penses num cesto,
açafate de ráfia, prenhe de flores e frutos.
Talvez numa almofada num regaço
onde as mãos ágeis manobrando as linhas
as complicadas rendas vão tecendo.
Talvez num insecto de élitros metálicos
emergindo da terra empapada de chuva.
Talvez num jogo, numa esfera de vidro,
pequena, contra outra arremessada.
Talvez...
Mas não.
Biltre é um homem vil, infame e ordinário.
São assim as palavras.
António Gedeão
Eu dou-te uma palavra, e tu jogarás nela
e nela apostarás com determinação.
Seja a palavra "biltre".
Talvez penses num cesto,
açafate de ráfia, prenhe de flores e frutos.
Talvez numa almofada num regaço
onde as mãos ágeis manobrando as linhas
as complicadas rendas vão tecendo.
Talvez num insecto de élitros metálicos
emergindo da terra empapada de chuva.
Talvez num jogo, numa esfera de vidro,
pequena, contra outra arremessada.
Talvez...
Mas não.
Biltre é um homem vil, infame e ordinário.
São assim as palavras.
António Gedeão
Verbo do Dia - "Desalvorar" ( desarvorar)
- "Hoje estou desalvorada" - desabafou uma voz sorridente do outro lado da linha.
Retribui o sorriso e acrescentei que aquele seria o verbo do dia, contudo, um compromisso com colegas de curso, arrastou a intenção até ao despertar do dia seguinte - desculpe-me!
Não me pareceu tão alvoraçada, nem "desgovernada" quanto dizia, mas ela é que lá sabe o que estava arvorado e deitou abaixo, que mastros derrubou... - "coisas" de mulher corajosa!
Boa noite!
Retribui o sorriso e acrescentei que aquele seria o verbo do dia, contudo, um compromisso com colegas de curso, arrastou a intenção até ao despertar do dia seguinte - desculpe-me!
Não me pareceu tão alvoraçada, nem "desgovernada" quanto dizia, mas ela é que lá sabe o que estava arvorado e deitou abaixo, que mastros derrubou... - "coisas" de mulher corajosa!
Boa noite!
2005-05-04
Arco-íris - XXII
Os Sons e as Palavras - timbre da vogal tónica na formação do plural
Não misture os molhos (mólhos - feixes), de coentros, legumes, lenha, chaves, etc. com os molhos (môlhos - condimentos) de tomate, béchamel, natas e tantos mais!... - estas palavras conservam no plural o timbre da vogal do singular.
Faça acordos (acôrdos).
Lembre-se de que:
- a Ana e o André (ela e ele) são esposos (espósos);
- a Marisa e a Neuza falam bem dos seus esposos (espôsos - ele e ele);
- o Sr. X e o Sr. Y são esposos (espôsos -ele e ele).
(continua)
Não misture os molhos (mólhos - feixes), de coentros, legumes, lenha, chaves, etc. com os molhos (môlhos - condimentos) de tomate, béchamel, natas e tantos mais!... - estas palavras conservam no plural o timbre da vogal do singular.
Faça acordos (acôrdos).
Lembre-se de que:
- a Ana e o André (ela e ele) são esposos (espósos);
- a Marisa e a Neuza falam bem dos seus esposos (espôsos - ele e ele);
- o Sr. X e o Sr. Y são esposos (espôsos -ele e ele).
(continua)
Pétalas de Bem-te-Quer - 10.ª
Uma sardinheira molha as pétalas numa piscina, é massajada com Vichi, temperada com calor húmido, regada com "boa comida e bom vinho", e perfuma o bar com gargalhadas, enquanto a outra , timidamente, faz tentativas de representação no "calçadão", mas não tem a leveza nem a graça de gaivota, não é assídua, nem pontual, não fala com o Alberto, nem com o Sr. Monteiro, não medita, nem contempla o mar no seu passo apressado para o trabalho...
Reflexos - XXIX
Camões
Cantiga a três damas que lhe diziam que o amavam:
MOTO
Não sei se me engana Helena,
se Maria, se Joana,
não sei qual delas me engana.
VOLTAS
Ûa diz que me quer bem,
outra jura que mo quer;
mas, em jura de mulher
quem crerá, se elas não crêm*?
Não posso não crer** a Helena,
A Maria, nem Joana,
Mas não sei qual mais me engana.
Ûa faz-me juramentos
que só meu amor estima;
a outra diz que se fina;***
Joana, que bebe os ventos.****
Se cuido que mente Helena,
também mentirá Joana;
mas quem mente, não me engana.
* "crêm": crêem;
** " Não posso não querer": não posso deixar de crer;
*** "se fina": morre (de amores);
**** " que bebe os ventos": que é capaz de fazer grandes loucuras por mim;
Cantiga a três damas que lhe diziam que o amavam:
MOTO
Não sei se me engana Helena,
se Maria, se Joana,
não sei qual delas me engana.
VOLTAS
Ûa diz que me quer bem,
outra jura que mo quer;
mas, em jura de mulher
quem crerá, se elas não crêm*?
Não posso não crer** a Helena,
A Maria, nem Joana,
Mas não sei qual mais me engana.
Ûa faz-me juramentos
que só meu amor estima;
a outra diz que se fina;***
Joana, que bebe os ventos.****
Se cuido que mente Helena,
também mentirá Joana;
mas quem mente, não me engana.
* "crêm": crêem;
** " Não posso não querer": não posso deixar de crer;
*** "se fina": morre (de amores);
**** " que bebe os ventos": que é capaz de fazer grandes loucuras por mim;
2005-05-03
Sabores à Portuguesa - VII
A proposta de hoje é uma das "Receitas de Cozinha" de Florbela Espanca.
Pudim de laranja
1 arratel de açúcar, 12 ovos 2 cinco laranjas. Põe-se o açúcar em ponto de pasta, tira-se para fora e deixa-se arrefecer, depois deita-se os ovos que só três são com clara, os outros só a gema; junta-se o sumo das cinco laranjas e o resto das laranjas raladas casca e tudo. Mistura-se tudo mui.....................
Pudim de laranja
1 arratel de açúcar, 12 ovos 2 cinco laranjas. Põe-se o açúcar em ponto de pasta, tira-se para fora e deixa-se arrefecer, depois deita-se os ovos que só três são com clara, os outros só a gema; junta-se o sumo das cinco laranjas e o resto das laranjas raladas casca e tudo. Mistura-se tudo mui.....................
Verbo do Dia - Florbela
" O mundo quer-me mal porque ninguém tem asas como eu tenho!"
Florbela Espanca
Florbela Espanca
Linhas e Entrelinhas - III
20 de Abril de 1922
" Portugal está vivendo uma das suas horas mais belas. Estou ouvindo as salvas em Lisboa e parece que tudo rebenta dentro do meu coração. Tenho chorado, eu que nunca choro. É uma coisa extraordinária o que aqueles dois homens estão fazendo, e em Lisboa anda tudo maluco; não se descreve a ansiedade com que dia e noite se esperam notícias; até eu ando maluca, e poucas coisas já me comoveram nesta vida. A marinha de guerra anda inchadíssima e com razão, caramba! Venham depressa gritar com toda a gente: Viva Gago Coutinho! Viva Sacadura Cabral"!
Florbela Espanca
Nota: Em 20 de Março de 1922, Gago Coutinho e Sacadura Cabral tinham efectuado a travessia aérea do Atlântico Sul, pela primeira vez.
" Portugal está vivendo uma das suas horas mais belas. Estou ouvindo as salvas em Lisboa e parece que tudo rebenta dentro do meu coração. Tenho chorado, eu que nunca choro. É uma coisa extraordinária o que aqueles dois homens estão fazendo, e em Lisboa anda tudo maluco; não se descreve a ansiedade com que dia e noite se esperam notícias; até eu ando maluca, e poucas coisas já me comoveram nesta vida. A marinha de guerra anda inchadíssima e com razão, caramba! Venham depressa gritar com toda a gente: Viva Gago Coutinho! Viva Sacadura Cabral"!
Florbela Espanca
Nota: Em 20 de Março de 1922, Gago Coutinho e Sacadura Cabral tinham efectuado a travessia aérea do Atlântico Sul, pela primeira vez.
2005-05-02
Verbo do Dia - Bailar
Baile sem parar ao som da música e redopie, sonhe, nas festas tradicionais - Santos
Populares e outros -, nas sociais, em momentos especiais.
Quem baila, move o corpo e dá certos passos, de acordo com as regras da dança.
Que divertidos são os balhos - forma popular de baile - e bailaricos da aldeia!
Vá ao teatro e assista às bailadas ou bailias do povo e dos jograis e não perca um bom bailado!
Que delicadeza a das (os) bailarinas (os) ou bailadoras (es) nos movimentos que executam com o corpo em bicos dos pés.
Bailavam lágrimas nos seus olhos do avozinho quando recordava os bailes do seu tempo: o lencinho que a menina oferecia para ele colocar na mão que tocaria as suas costas; o convite silencioso do dedo indicador, chamando alguém, seguido de um movimento circular, voltado para baixo; o..."A menina dança?"
Populares e outros -, nas sociais, em momentos especiais.
Quem baila, move o corpo e dá certos passos, de acordo com as regras da dança.
Que divertidos são os balhos - forma popular de baile - e bailaricos da aldeia!
Vá ao teatro e assista às bailadas ou bailias do povo e dos jograis e não perca um bom bailado!
Que delicadeza a das (os) bailarinas (os) ou bailadoras (es) nos movimentos que executam com o corpo em bicos dos pés.
Bailavam lágrimas nos seus olhos do avozinho quando recordava os bailes do seu tempo: o lencinho que a menina oferecia para ele colocar na mão que tocaria as suas costas; o convite silencioso do dedo indicador, chamando alguém, seguido de um movimento circular, voltado para baixo; o..."A menina dança?"
Palavras - XXII
Para dizer
Queria palavras tão reais como chamas
E tão precárias
Palavras que vivessem só o tempo de dizer a sua parte
No discurso de fogo
Logo extintas na combustão das próximas
Palavras que não esperassem
Em sal ou em diamante
O minuto ridículo precioso raro
De sangrar a luz a gota de veneno
Cativa das entranhas ociosas
Alexandre O´Neill
Queria palavras tão reais como chamas
E tão precárias
Palavras que vivessem só o tempo de dizer a sua parte
No discurso de fogo
Logo extintas na combustão das próximas
Palavras que não esperassem
Em sal ou em diamante
O minuto ridículo precioso raro
De sangrar a luz a gota de veneno
Cativa das entranhas ociosas
Alexandre O´Neill
Momento de Cultura e Arte
No dia 1 de Maio de 2005, a Comuna festejou o seu 33.º aniversário e presenteou o público com uma homenagem ao actor e declamador João Villaret numa sessão de poesia magnificamente recitada pelas vozes de Ana Lúcia Palminha e Carlos Paulo.
O auditório silencioso aplaudia calorosa e insistentemente: A Procissão, Santo António, Rosa Araújo, Recado a LIsboa, Fado Falado, entre outros...
O espectáculo estará patente ao público durante o mês de Maio, à 5.ª feira pelas 19h - não perca!
O auditório silencioso aplaudia calorosa e insistentemente: A Procissão, Santo António, Rosa Araújo, Recado a LIsboa, Fado Falado, entre outros...
O espectáculo estará patente ao público durante o mês de Maio, à 5.ª feira pelas 19h - não perca!
2005-05-01
Reflexos - XXVIII
POEMA À MÃE
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que aperttava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas - tu sabias - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.
Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que aperttava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas - tu sabias - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
Papel Mata-Borrão - 9.º Pingo de Tinta
Chamo-me Maio, sou o 5.º filho do ano, devo o meu nome à deusa Maia, que encarnava a Primavera e protegia a vegetação, sou o mês das flores, de Maria, do Dia da Mãe e do Trabalhador e escrevo-me com letra maiúscula.
Por minha causa, há até quem goste de ser tratado por: florido como um Maio.
Tenho duas primas, minhas homónimas, que quero apresentar-vos:
- maio, a planta do campo de flores amarelas e ramos compridos e finos;
- Maio, a ilha de Cabo Verde, que foi descoberta em 1460.
Sou o responsável pela intensa labuta do hortelão ao longo destes trinta e um dias.
Sugiro-vos um passeioznho pela História de Portugal onde me encontrarão...
Por minha causa, há até quem goste de ser tratado por: florido como um Maio.
Tenho duas primas, minhas homónimas, que quero apresentar-vos:
- maio, a planta do campo de flores amarelas e ramos compridos e finos;
- Maio, a ilha de Cabo Verde, que foi descoberta em 1460.
Sou o responsável pela intensa labuta do hortelão ao longo destes trinta e um dias.
Sugiro-vos um passeioznho pela História de Portugal onde me encontrarão...
Verbo do Dia -Reivindicar
REIVINDICAR (do latim, res, rei, bens, e vindicare, reclamar)
No dia 1.º de Maio, desde 1888, os trabalhadores paralisam a sua actividade e reclamam os seus direitos políticos e / ou sociais.
É importante relembrar que reivindicar também significa assumir, portanto, quando o trabalhador atinge os seus objectivos, reivindica responsabilidades...
No dia 1.º de Maio, desde 1888, os trabalhadores paralisam a sua actividade e reclamam os seus direitos políticos e / ou sociais.
É importante relembrar que reivindicar também significa assumir, portanto, quando o trabalhador atinge os seus objectivos, reivindica responsabilidades...
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