2005-04-04

Madrugada

O silêncio fresco bate às janelas adormecidas. O poeta, a criança e o velhinho ouvem-no e deixam-no entrar com sorrinhos afáveis e ele espreguiça-se pela casa, perfumando-a com fragâncias de rosas silvestres que beijou no jardim.
Ao longe, o mar toca uma melodia suave, que entontece as nuvens bailarinas, leves e transparentes; estrelas risonhas e vigilantes aplaudem de mansinho para não acordarem o sol, o vento, as árvores, os pássaros, os rios, os mares, os outros homens...
A criança chama o cão, o poeta estende as mãos ao mundo, abre as asas do coração, monta a lua, visita os que estão sós e tristes e mata a sua fome com alegria, esperança e coragem...
O velhinho, de olhos abertos para a luz difusa, contempla a aurora, interroga-se sobre o que haverá para além da cada uma das outras janelas, reflecte sobre as maravilhas e a efemeridade da vida, sonha com a paz entre os homens e agradece o novo dia!

Menina da Ribeira

1 comentário:

Anónimo disse...

Valha-me Deus, às 6h30m da manhã????? Mostra-me lá as "olheiras"!....