2007-04-29

Isto é capaz de ser verdade...

"Comece a fazer alguma coisa.
Assim o tempo será um aliado, e não um inimigo:"

(Diz o Paulo Coelho, numa agenda que a Teresinha me deu)

2007-04-28

Vida


Existem os que plantam.
Estes, às vezes, sofrem com as tempestades, as estações, e raramente descansam.
Mas, ao contrário de um edifício, o jardim nunca pára de crescer e permite que
a vida seja uma grande aventura.
......
(Texto de Paulo Coelho, fotografia da Zília)

2007-04-25

Memórias

Alvalade do Sado! Faz hoje 33 anos!
Levantámo-nos às 7 da manhã como habitualmente. A Escola começava às 8h.
De repente a D. Luzia, dona da casa onde morávamos (eu e a minha colega Ana Maria), apareceu na sala meio estremunhada, meio apreensiva: "Senhoras, na telefonia diz que houve uma revolução e que devemos permanecer em casa. As escolas estão fechadas!"
Um nervoso miudinho tomou conta de nós. Passámos a manhã com o ouvido colado na dita telefonia.
Não me recordo já como foi, mas penso que no dia seguinte fomos trabalhar.
A população de Alvalade estava eufórica como de resto todo o País.
Nós também eufóricas!
E começou a "operação limpeza"!
"Limparam-se" duas ou três fábricas que havia na terra.
E falava-se que se iria também limpar a Escola.
Eu e as minhas colegas aguardávamos a "vassoura", confesso que sem grande temor pois tínhamos cá uma fé, que nada nos iria acontecer porque fazíamos falta. Quem tomaria conta dos filhos daquela gente?
Uma noite houve uma reunião "muito assanhada" na escola. De repente ouço uma voz de homem (o Sr. Romão, pai de um aluno meu) :
"Como algumas professoras que em vez de ensinar os moços, os mandam dar uma voltinha a correr em volta da escola para acalmarem!"
Santo Deus, ele não nomeou ninguém mas a visada era Eu! Fiquei mais "caladinha que um rato!..." Eu, acabadinha de sair do Magistério, cheia de ideais pedagógicos, onde se aplicava normas como :
«Se um aluno estiver muito inquieto e desatento, em vez de lhe ralhar, deixemo-lo ir dar uma voltinha no pátio e voltará com mais calma e disponibilidade para aprender.»
Era esta norma pedagógica que eu aplicava ao meu aluno Francisco Romão. Era um garoto de 7 anos, verdadeiro pardal sempre à solta pelos campos, e que agora na escola era obrigado a estar "engaiolado" cinco horas. E digo-vos que a voltinha resultava e era pedagógicamente muito correcta!
Mas... (acobardei-me) e nunca mais me atrevi!
O 25 de Abril não tinha chegado para todos!
O meu aluno nunca se deve ter apercebido porque razão, apartir daquela reunião na Escola a sua LIBERDADE foi afectada e os seus passeiozinhos pelo recreio foram cancelados.
Para ele o 25 de Abril não foi naquela data!
Fiquei sempre com este "remorso"!
Quem sabe se fosse hoje, eu não seria mais corajosa capaz de enfrentar "as massas" e defender os meus pontos de vista em relação à pedagogia e aos interesses dos meus alunos?!

2007-04-21

Amores-(im)perfeitos!


Anos sessenta.
Naquele dia rebentara a "bomba"!
Toda a gente ficou sabendo que "eles" tinham "um caso".
(Que risos escarninhos, que gozo, que invejas e frustrações vieram ao de cima nas mentes mais mesquinhas).
Toda a vila vibrou, saindo da pasmaceira!
Eu e a Ana Maria, perspicazes, vínhamos notando que um estranho e ternurento brilhozinho assomava aos olhos daqueles nossos dois professores quando se cruzavam. Ela, casada, jovem e bonita. Ele, casado, simpático e elegante.
Nós vínhamos notando... e o pior é que não fomos só nós a notar!...
"Rebentara a bomba"!
Foi com alguma tristeza e apreensão que nesse dia nos dirigimos para o liceu.
Ao passarmos numa rua, vimos junto de uma montra um alegrete cheio de amores-perfeitos. Parámos.Olhámos uma para a outra e sem palavras colhemos um raminho.
Chegadas à escola, vimos a nossa professora sozinha numa sala.Olhos vermelhos e congestionados de quem muito tinha chorado e pouco tinha dormido.
Sem palavras, estendemos-lhe o ramalhete. Recebeu-o com comovida surpresa e disse: - "O .... está arrasado e precisa de saber deste vosso gesto!"
Saiu e voltou pouco depois com "ele".
Trancaram a porta e ficámos ali os quatro abraçados, chorando.
Centenas, milhares de dedos apontados, e apenas nós duas, pouco mais que adolescentes, estávamos ali com um abraço e um ramo de amores-perfeitos.
.....
Naquele tempo, os escândalos eram mesmo escândalos, não se tinham tornado como hoje "lugares- comuns".
Mas... tal como outrora, ontem, hoje, amanhã e sempre, encontraremos:
Amores-perfeitos.
Amores-quase-perfeitos.
Amores (que a moral e os bons costumes tornam logo à nascença) ,
Amores-(im)perfeitos.
E se bem olharmos para os alegretes da vida, o que mais existe por aí hoje em dia, são descoloridos, discretos e melancólicos Amores-(des)feitos!
Ah!...muito raros e dispersos ainda se encontram por vezes Amores-(re)feitos!
....
Epílogo: Da nossa professora perdemos o rasto. O nosso professor alguns anos depois divorciou-se da esposa e refez (espero eu ) a sua vida com outra mulher.
....
(Usei neste texto, a palavra «alegrete» que me parece quase em desuso e que significa como devem ter percebido, pequeno canteiro de flores.)

2007-04-18

A flor é apenas flor.

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenasa flor.
...
..(Texto de Alberto Caeiro)


2007-04-16

Ondjaki

Clique no endereço e poderá ver uma entrevista dada por ONDJAKI à Rede Globo, num programa chamado Espaço Aberto.
Poderá Você também conversar com ele.
Ondjaki estará dia 17 de Abril, pelas 21:30 h (terça-feira), na Livraria «A das Artes» em Sines.
(Fazendo um duplo clique na imagem, verá a entrevista em ecran inteiro)
.......
(Mt obrigada ao Amigo Gil que me enviou este endereço, relembrando até que já o havíamos publicado no blog CANTO DAS LETRAS.)

2007-04-14

Eu penso ir. E você?...


Antes da partida para o fim-de-semana, que desejamos seja agradável e descansado, deixamos aqui o convite para a sua participação no lançamento do mais recente livro de Ondjaki - "Os da minha rua", que estará na Livraria A das Artes, em Sines, na próxima Terça-feira, a partir das 21,30h. para a apresentação e respectiva sessão de autógrafos.
Esta é uma oportunidade ímpar de conversar com um dos mais importantes escritores angolanos da actualidade na sua curta deslocação a Portugal.
Para saber mais sobre Ondjaki e a sua obra, clique
AQUI.
A nossa leitura de "Os da minha rua", está
AQUI.
Não deixe de saber sempre as últimas sobre as nossas actividades,
AQUI.

Obrigado e até Terça-feira.

Bom fim-de-semana!
...

2007-04-11

Edelweiss (canções de sempre...)

(clike)
( O Edelweiss (que em alemão quer dizer: branco precioso) ou Leontopodium alpinum, é um arbusto que tem flores brancas em forma de estrela. Como todo vegetal que vive em climas inóspitos (ou muito frio, ou muito quente), para evitar a perda de água, e consequente ressecamento, protege-se recobrindo a sua superfície com densos pelos. O edelweiss também o faz, mas com um adendo recobre também suas pétalas, e aí reside a grande beleza desta florzinha, extremamente branca, mas com a humidade que retém na penugem torna-se prateada e muito bonita.)

2007-04-10

Doçuras...


Que diria Verdi, se visse a sua Traviata tão adocicada?...
Clike mas, tenha cuidado com o colesterol!
(Doçuras roubadas...)

2007-04-09

Desafios

Coragem não significa ausência de temores,
mas, sim, a capacidade de não nos deixarmos paralizar.
.....
Conto: Hagakure e os Caminhos do Samurai
Paulo Coelho

2007-04-08

Desafios

Os verdadeiros companheiros de um guerreiro
estão ao seu lado em todos os momentos,
nas horas difíceis e nas horas fáceis.
.....(Crónica-As decisões de um guerreiro)
Paulo Coelho

2007-04-06

Boa Páscoa?


Boooooa Páscoa???...
Só se for para vocês!
Coelhinho sofre!....
Ele é na caçarola, ele é na grelha, ele é de chocolate...
Ai...ai...quem teria inventado o coelhinho da Páscoa?
Ainda por cima resolveram esconder-me num OVO!
Onde já se viu? Coelhos dentro de ovos! É que ainda corro o risco de ser estrelado, cozido, escalfado ou feito em gemada!
E aos pintos fazem o quê?
Metem-nos nas coelheiras?
Espero que para o ano tenham o bom senso de inventar o "Pintainho da Páscoa"!
Por amor de Deus deixem-me sossegado na toca! Que mal fiz eu? Não basta já, perseguirem-me de espingarda apontada?
Não me façam zangar que ainda arranjo uma fisga e vos dou com uma amêndoa na testa!
Adeus, adeus e tomem mas é juízo!
Coelhinho da Páscoa... onde já se viu?!?...

2007-04-05

Cantiguinha da infância!

"A rolinha andar andou
caiu no laço sempre lá ficou.
Dá-me um beijinho com todo o carinho
que a rolinha nova já saiu do ninho.
Dá-me um abraço com desembaraço
que a rolinha nova já caiu no laço."
........
O "pessoal do meu tempo", vai com certeza relembrar esta cantiguinha que cantávamos nos pátios da escola. Deixámos de a ouvir e perdeu-se na nossa memória. Foi com ternurenta surpresa que a vi relembrada e transcrita no livro "Ventos de mudança em Santiago do Cacém" de Mª da Conceição Vilhena.
As cantigas do povo têm sempre um jeito brejeiro e engraçado ao qual se podem dar várias conotações.
As "rolas" foram sempre tema de cantiga, anedota, história engraçada e claro tema de caça.
As ROLAS são aves que hoje em dia proliferam no nosso país por campos, quintais e jardins. Cantam, encantam não incomodam e devem ser protegidas!
Chamo a vossa atenção para a postagem: A INSENSIBILIDADE DE QUEM SE JULGA DONO DA RES PÚBLICA, 03/03/2007, que pode ser lida no blog do Gil.
Para isso basta procurar em: "Confabulando em Nampulês" que se encontra do lado direido das Sardinheiras, ou então clicando em:

2007-04-03

Ana Lúcia e os Fol&Ar em Santo André!














(Clique no endereço. Depois clicando duas vezes na "seta" que aparece à esquerda das fotos poderá ver e ouvir o video das canções ).

2007-04-01

Psssst...reparou? É lua cheia!...


..................
Está alta no céu a lua e é Primavera.
Penso em ti e dentro de mim estou completo.
....
Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome; não sou eu: sou feliz.
...
Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelos campos,
E eu andarei contigo pelos campos a ver-te colher flores.
...
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Mas quando vieres amanhã e andares comigo realmente a colher flores,
....
Isso será uma alegria e uma novidade para mim.
..
(Texto de Álvaro de Campos, pintura de Linda Bergkvist)