2009-12-28

O Búzio




















Num dia de aulas escrevi no quadro:
"Sou um búzio abandonado na janela de uma escola.
Como a vida era bela quando eu vivia no mar.
Vou contar..."
E o Nuno Miguel desenvolveu assim o tema:
"Havia plantas aquáticas, peixes grandes, bonitos, feios, pequenos e outros!...
Os búzios como eu jogavam às escondidas, outros preferiam ir brincar com os caranguejos.
Ai, ai!.... Belos tempos aqueles! Até que um dia um homem me apanhou e pôs-me num aquário onde conheci outros búzios e peixes. Mas, estar fechado naquele aquário também não era fácil. Tinha vontade de passear pelo mar, mas não foi preciso fugir. O homem que me tinha apanhado já era velho e tinha uma neta que se chamava Carolina.
O homem deu-me à sua neta, ela ficou toda contente e levou-me para a escola onde fiquei anos, porque a Carolina era professora.
E foi assim que eu vim aqui parar na janela da escola primária na sala nº 3."
( Nuno Miguel)

2009-12-19

Afinal, sempre é Natal!


Chegou o Natal
com fitas e laços
prendinhas
sorrisos
e também abraços!
......
Pinheiro enfeitado
luzes a piscar
filhoses
azevias
estrelas a brilhar!
......
.......
Com musgo verdinho
compõe-se o presépio
José e Maria
o Menino dormindo
chegam os Reis Magos
com prendas
sorrindo!
....
Chegou o Natal
tempo de Alegria
precisamos fazer
um Natal
cada dia!

2009-12-16

Pois é!

Um postal dos alunos da Universidade de Aveiro do Curso Superior de Comunicação e Arte.

2009-12-14

Uf!...








..............
...............
....................
Vou veloz
Vou correndo
Vou na toda
Que já tenho
Muita pressa
Muita pressa
Muita pressa
Muita pressa
Muiiiita
preeeeessa...

2009-12-08

Ó Vida!...

Sou Rena patinadora
mas hoje estou com azar
desiquilibro-me
escorregam-me
os cascos
não consigo patinar
...
Penso que é o stress
do trabalho que me espera
ó Inverno vai-te embora
que eu prefiro a Primavera
...
Atrelada a um trenó
e correndo "seca e meca"
não paramos
não comemos
nem dormimos
uma soneca
..
Quando passar o Natal
bato os cascos
vou embora
p'ró Brasil
ou p'ra Cancun
sem demora!



2009-12-02

Ai...ai...





Onde é que será isso do Natal???
Nunca mais lá chego!!!...
Anda um pobre homem cansado, à chuva e na neve e todos o esperam com ansiedade!
Egoístas! E eu, a mim ninguém me dá nada?
Sou velhote, ando nesta vida "há que séculos". Não mereço ainda a reforma? Já tenho o saco "coçado" e as botas sem solas. As barbas já "ralas" e por este andar ainda me cai o pompom do barrete.
Até as renas já me abandonaram e foram para lugares mais quentes.
O caruncho acabou com o trenó.
E eu aqui, com a língua de fora, calcorreando montes e vales.
Ninguém me dá "um copinho" para retemperar as forças?
Ai...ai...Natal! Quem te teria inventado com tantos presentes?
Não vos chegaria, SAÚDE, PAZ E AMOR?!

2009-11-27

Apressem-se!!!




Os pedidos feitos à "última da hora" não leverão laçarote!

Assim sendo, APRESSEM-SE!!!

(Postagem "repescada" , postada em 20/12/2005)

Já agora ofereço-lhe um momento musical lindíssimo,clique:

http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=2539741

(Endereço "roubado" descaradamente do blogue:http://nampulasandre.blogspot.com/)

2009-11-19

Chamava-se Carolina

Chamava-se Carolina e tinha sete anos.
Vivia com a avó no Monte dos Mariais por trás da estação do caminho de ferro, em Santiago do Cacém.
Andava na 1ª classe e a professora era a D. Ilda, senhora muito amável e com muito jeito para o desenho, como se pode ver na fotografia.
Ela, a Menina, usava um "rabo de cavalo" e consta que era endiabrada.
Fez o primeiro ano e o segundo. Nas férias grandes, teve uns "problemitas" de saúde e não pôde frequentar a terceira classe no ano seguinte.
Quando a professora soube que a Menina não podia ir à escola, pensando que aquilo era doença para pouco tempo, perguntou na aula, quem gostaria de ir levar os deveres à Carolina para que ela, assim, não se atrasasse muito.
A Eugénia, uma coleguinha da turma ofereceu-se logo.
E pronto, lá ia ela todos os dias, correndo alegre a apressada a casa da Menina com o caderno dos trabalhos escolares.
Mas a doença prolongou-se e deram-se conta de que a Menina não iria à escola nesse ano e por isso não poderia passar de classe.
Então, solidária, a Eugénia informou a professora e os pais que também não queria passar de classe porque assim poderia continuar a ajudar a Carolina.
Só muitos anos passados a Eugénia contou estes factos à Menina que, (então já adulta) nunca tinha tido conhecimento da inocente e generosa resolução desta sua amiga de infância.
E, claro, comoveu-se!
Como é generoso e inocente o coração das crianças.
Obrigada, Eugénia!

2009-11-17

leite derramado


Deitado na sua cama de hospital, um velho vai desfiando toda a sua vida passada.
Um monólogo nada monótono.
Prende-nos a atenção.
Nunca tinha lido nada do Chico Buarque.
Gostei!

2009-11-11

Caim


Pode-se gostar ou não!
Eu li e gostei.

2009-10-20

Arrufo de namorados?...

(Pintura de Matisse)

Costa do Norte, mar muito azul e praia quase deserta.
O carro branco parou no alto da falésia.
Um homem e uma mulher saíram do carro.
Sem uma palavra nem um olhar, ele começou a descer as escadas.
Ela seguia-o um pouco mais atrás.
Chegados ao areal ela desdobrou a toalha, despiu o vestido e em biquini estendeu-se na toalha.
Ele continuou a caminhar praia fora. Lá ao fundo, mal se avistava, despiu a camisola e sentou-se na beira-mar.
E eu... cá no alto sentada no carro fiquei a pensar: " Arrufo de namorados, solidão a dois num casamento em crise?"
Nem uma gaivota nem um barco no mar. Cenário composto e a condizer com os personagens.
Quem sabe se o Manoel de Oliveira não faria desta estória (sem estória), um dos seus filmes...

2009-10-14

A árvore dos passarinhos!

Quando chegava o lusco-fusco, eram milhares de passarinhos naquela árvore.
Saltavam freneticamente de ramo em ramo tentando arranjar um espaço onde passar a noite.
E olhem que não era fácil porque ( exagerando um pouco...) havia quase tantos pássaros como folhas!
Toda a gente parava para ver aquele " desassossego" e escutar aquela sinfonia. Aquilo era uma árvore musical!
Este ano nem uma ave se vê naquela árvore. Todas se recolheram no canavial e é daí que se pode ouvir a sinfónica chilreada.
Perguntei à Zília que é muito entendida em animais e plantas. E ela disse-me:
- Devem ter apanhado um susto! Alguém atirou pedras à árvore, alguém tentou apanhá-los de noite, ou... e agora digo eu: " não seria gato guloso" que andou por ali a rondar o passaredo?
Fica a incógnita e o espanto.
Como se avisaram uns aos outros?
Porque não ficou nem meia dúzia?
A que "voz de comando" obedeceram?
O que constatamos é que a árvore ficou silenciosa, fazia e ... desconfio, muito triste!
Já agora cliquem no endereço:





















2009-10-04

Nevoeiro

Olhos baços
de nevoeiro
perdem-se no ar
as gaivotas
barcos perdidos
navegam
sem rumo
procurando
como porto de abrigo
praias remotas
,,,,,,,,,
(Há oito dias que o nevoeiro veio e ficou na minha janela...)

2009-09-28

Brrrrr...


Ele, jovem ainda, chegou apressado.
Abriu a porta do carro e saiu. No banco traseiro estava um cão branco, grande e bonito.
Pegou-lhe na trela e lá foram em passo rápido pelo passeio.
Ao fundo, onde o passeio acaba, o cão fez as "suas necessidades". Desceram a rampa e no mesmo passo rápido caminharam pela praia até chegarem às escadas que os devolveram à estrada onde estava o carro. Entraram e rapidamente desapareceram.
Gostaria muito de ter dado um murro no "focinho" daquele jovem.
O cão, esse, não tem culpas da estupidez do dono. Creio mesmo que se este animal tivesse "consciência humana" (mas não igual à do dono), teria latido cheio de vergonha!
A mim, ao ver estes "mal formados donos de cão", o que me apetece é ROSNAR-LHES E MORDER-LHES AS CANELAS!
; (


2009-09-19

2009-09-14

2009-08-31

Cogumelos!

Hoje, já rareavam os cogumelos coloridos da praia. Até deu para contá-los: eram 16!
Os banhistas refrescavam-se na água gelada da Baía de Sines, tentando amenizar esta canícula retardada de Setembro.
Eu procurei um cantinho na ponta sul do calçadão e uma brisa fresquíssima deliciou-me.
Imaginem que atravessando oceanos e mares despoluídos trazia um cheirinho a maresia que me fez recuar às adolescências de S. Torpes.
Gostei do regresso ao passado e respirei profundamente aquela frescura cheirosa, tão difícil de alcançar hoje em dia!
Perto das onze horas regressei para vos contar esta minha viajante aventura pelos sentidos.
Que a canícula não vos martirize!
Desejo-vos um sopro de brisa! (Se possível com maresia!)
;)
( Canção mexicana na voz de Ana Lúcia)

2009-08-21

As Árvores e os Livros


As árvores como os livros têm folha
se margens lisas ou recortadas
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.

(Jorge Sousa Braga)

Belo poema enviado pela minha Amiga Sissi, funcionária na Biblioteca Municipal de Santo André



2009-08-04

Kenia

Quénia nome de país africano.
Kenia nome de Mulher brasileira.
Kenia trabalha no bar da Biblioteca Municipal de Santo André.
É pequena, rolicinha, muito amável e carinhosa com a clientela.
Faz “docinho” e “salgadjinho” (como ela diz), muito saborosos (digo eu).
Kenia é de Goiás no Brasil.
Tem um ar exótico e esclareceu a minha curiosidade:
Os pais eram brasileiros; a avó (materna) era filha de francês e o avô era italiano.
Os outros avós (paternos), ele, era filho de alemães e ela era filha de índios.
Isto é o que se chama uma miscelânea, um abraço amoroso entre a Europa e o Brasil.
Kenia é divorciada e tem uma filha chamada Luna.
Também tem um “namoradjinho” português…para manter a tradição familiar,(internacionalista)...
Agora a mágoa dela é não arranjar quem lhe fique com o bar 15 dias para poder ir ao Brasil ver os “paizinhos” de quem tem muitas saudades.
Kenia, obrigada pelo teu SORRISO!
Felicidades! Tu mereces!

2009-07-27

Marieta!


Marieta tem 49 anos, três filhas, um filho e oito netos.
Mora perto da lixeira de Maputo numa casa de tijolo artesanal e telhado de zinco. Só tem uma divisão onde vivem 6 pessoas. Não tem água nem gás, mas…ao fim de muitos anos à espera, chegou a electricidade.
Agora Marieta põe-se a sonhar.
Se ela tiver um frigorífico (geleira) a vida dela pode melhorar. Venderá cubinhos de gelo aos vizinhos alugará prateleiras, onde guardarão comida e pacotes de leite.
Marieta trabalha em casa da Cláudia e do Carlos, que despoletaram uma onda de solidariedade que chegou até nós, amigos de Santo André em Portugal.
Com a ajuda de todos, arranjou-se o dinheiro para um frigorífico e ainda sobrou para comprar um fogão a gás com forno, onde ela poderá cozer bolos para vender.
Marieta e os vizinhos ficaram tão felizes que dançaram e cantaram a noite inteira, tecendo louvores e bênçãos a todos os amigos que tinham ajudado.
Ela resolveu até mudar de casa para um lugar mais seguro, “não vá o diabo tecê-las” e algum ladrão lhe roubar as preciosidades.
E aqui está, como um FRIGORÍFICO pode mudar a vida de uma pessoa.
Felicidades, Marieta!
E…bons negócios!
Para maiores detalhes e olhe que vale a pena, clique em:

2009-07-22

Memórias...


Hoje
Esperei com a certeza
De quem sabia que vinhas

(Ninguém te viu
Nem mesmo o meu olhar)

Fluido apenas
Nocturno de Chopin
Teia de espuma
Mar
....
(carolina)

2009-07-16

Lá vai mais uma...

A laranja que escolheste
Não era a melhor que havia
Também o amor que me deste
qualquer outra mo daria
(Fesnando Pessoa)

2009-07-11

Quem diria...

Quando vieste da festa,
Vinhas cansada e contente.
A minha pergunta é esta:
Foi da festa ou foi da gente?
...
(Fernando Pessoa, quem diria...)

2009-07-05

Janelas, insónias?...


A noite
assoma pelas janelas
o Mar
esqueceu-se de reflectir a Lua
e os olhos
ateiam o escuro
(abertos)
no espanto de não haver sono

(carolina)

2009-07-01

Aquelas pequenas coisas...

A simpatia pode ser um postal,
um telefonema, um ramo de flores,
uma palavra de gratidão,
uma chávena de chá,
uma boleia de carro,
acompanhar alguém à farmácia.
Um ouvido atento.
...
(Helen Exley)

2009-06-22

Fidelidades!

É preta, grande e de orelhas espetadas. É assim que a vejo na praia.
Imóvel de olhos fixos no mar.
De repente, as orelhas abanam. Também eu olho para o mar, curiosa, tentando perceber o que despertou o seu interesse.
Um pequeno barquinho (bote) vermelho de bordas azuis, aproxima-se com um homem (de trinta e tal anos) , moreno, magro e de cabelos apanhados atrás.
Num desassossego, ela " de régua e esquadro desenha uma linha recta" e senta-se de novo mesmo no sítio onde já sabe que barco vai chegar à areia.
Depois é uma correria alegre, voltejando por aqui e por ali, enquanto o dono tira do barco um balde verde, que presumo eu, trará alguns peixes.
Grito cá de cima do muro:
- Como é que ele se chama?
O homem responde: - Ela chama-se Lina!
E eu fico a pensar com os meus botões: Nome de mulher, mas... cá me parece que aquela cadela será mais paciente e fiel que muitas mulheres!
E lá vão os dois pela areia fora com o baldinho do peixe.
Eu sigo, avenida (Avenida Vasco da Gama) abaixo satisfeita porque arranjei uma história interessante para contar! (Penso eu...)

2009-06-10

O beijo...


(Clique na imagem)
O Braz (João Braz), o 2º na fila de baixo a contar da esquerda.
....
Naquele dia, ao começar o ditado, eu lembrei-me de dizer:
- Dou um beijinho a quem não der erros no ditado.
Não houve grande reacção por parte dos alunos, e não admira (eles já estavam acostumados às "maluqueiras" da professora).
Fizemos o ditado que logo a seguir corrigi, chegando à conclusão que só o Braz não tinha tido erro nenhum. Como o prometido é devido, lá lhe dei tal beijo.
O dia de aulas decorreu normalmente. Quando a campainha tocou para a saída, estranhei não ouvir o reboliço dos costume. Reboliço normal de "pássaros engaiolados" uma manhã inteira, sentindo que chegava a hora da libertação.
Naquele dia, tudo calmo. Levantei a cabeça para ver o que se passava. Uma fila muito ordenada encontrava-se frente à minha mesa. Perante o meu olhar interrogativo o aluno da frente disse:
- Vimos dar um beijo à professora!
Não pude deixar de sorrir com a decisão que tinham tomado.
E lá levei eu 19 beijos dos meus alunos.
Que grande lição eles me deram! Que era lá isso? Só o Braz levava um beijo? E eles?
E aqui está como nós, professores, por vezes fazemos coisas sem pensar na importância que elas possam ter. Afinal eu que viera com a história do beijo como uma brincadeira, acabei por concluir que isso era um assunto muito sério e que ali não podia haver discriminações, entre quem tinha ou não tinha zero erros num ditado.
Aprendi a lição!
;)

2009-06-07

Para a Zé...


"Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto do mar".

( Da SOPHIA, poetisa que tanto amavas)

....Obrigada pelas vezes que me deste a mão, ajudando-me no caminho...
...
Beethoven "Fur Elise"

2009-06-04

Pensamentos...

Há aquelas pessoas a quem chamamos
normais, enfadonhas, convencionais,
mas que tecem
uma rede de pequeninos
gestos de simpatia
que mantém o mundo unido.
...
Helen Exley em "Aquelas pequenas coisas"

2009-05-27

Mozart



(Concerto para piano nº 21, sugestão da Teresinha)

Clique

http://www.youtube.com/watch?v=_HOyPO5GGis

2009-05-24

Leituras...


"Breviário das Almas", Prémio Manuel da Fonseca 2008, é um livro de contos, mas pode, segundo o autor, Joaquim Mestre, "ser lido como uma narrativa ou até um romance pois tem um final e conta a história de uma família".
.....
Li-o de um fôlego!

O Breviário das Almas apresenta-nos várias histórias de amor. Partidas e regressos, recordações deixadas em casas por onde se passa, gente com que nos cruzamos ao longo do caminho.
Uma linguagem interessantíssima, usando termos que cairam em desuso.Fez-me recuar ao tempo dos avós em que a vida no campo não era senão o que ele tão bem descreve.
.Conheci o autor, há cerca de um ano na Livraria em Sines, no lançamento de um livro seu.
Era o homem sorridente que vemos na imagem!
Morreu não há muitos dias, vítima de doença (que nem foi prolongada...).
Lamento pelo Homem e pela Literatura em Portugal que ficou mais pobre!

2009-05-14

O pontapé!

Era Junho, Dia da Criança e toda a Escola se deslocava para um grande jardim onde os alunos pudessem brincar livremente. Mal acabámos de chegar, o Carlos Manuel pregou um pontapé nas canelas do João que o deixou a sangrar e a choramingar.
Eu: "Ó Carlos Manuel, como pudeste fazer uma coisa destas? Era um dia para estarmos alegres e brincar sem agressões!"
Ele: "Pois é! Não sei porque fiz isto, se eu até sou amigo do moço!..."
Eu: "E é assim que tratas os amigos?"
Ele: "Mas, olhe professora quem teve a culpa foi a minha mãe!"
Eu (absolutamente espantada com a resposta): " A tua mãe? Mas se a pobre da senhora está em casa como pode ser culpada da maldade que tu fizeste?"
Ele: "Pois! É que eu disse-lhe «mãe, não me calce as botas caneleiras, é melhor eu levar as sapatilhas... »Está a ver? Se eu trouxesse sapatilhas tinha-lhe dado o pontapé e não lhe teria feito mal!"
Com tal resposta eu não pude deixar de dar (interiormente) uma gargalhada.
Lá lhes pedi que apertassem a mã0 como verdadeiros amigos que eram.
E lá foram brincar. Um com as dores mais aliviadas, o outro com a consciência mais tranquila!
E são assim as crianças!...

2009-05-08

Leituras...

Estou a ler. É um livro de contos!
(Clicando no endereço, poderá ouvir o primeiro conto lido pelo meu amigo Livreiro!)

2009-05-05

Pensamentos...


Obrigado por teres lá estado,
quando embarquei em disparates
- e por teres ficado sempre por perto,
para apanhar os cacos,
sem nunca dizeres:
« Eu bem te avisei!»
...
(Helen Exley)

2009-04-30

A quem repare na Lua...

A quem repare na Lua,
Certamente lhe parece
Que ora cresce ora mingua;
Por que aumente ou diminua
É que era bom que soubesse!
....
A razão é porque a trincam
E lhe tiram bocadinhos
Bandos e bandos de anjinhos,
que ao ir beijá-la lhe fincam
Ao mesmo tempo os dentinhos.
....
Também, se Deus me deixasse
Dar-lhe um beijo algum dia,
Como um beijo não sacia,
Ao dar-lhe o beijo na face
Cuido até que a engolia.
....
(João de Deus)

2009-04-25

Memórias!

(Hoje apeteceu-me repor esta postagem, reavivando "as memórias" daquele já longínquo dia)
Alvalade do Sado! Faz hoje 35 anos!
Levantámo-nos às 7 da manhã como habitualmente. A Escola começava às 8h.
De repente a D. Luzia, dona da casa onde morávamos (eu e a minha colega Ana Maria), apareceu na sala meio estremunhada, meio apreensiva: "Senhoras, na telefonia diz que houve uma revolução e que devemos permanecer em casa. As escolas estão fechadas!"
Um nervoso miudinho tomou conta de nós. Passámos a manhã com o ouvido colado na dita telefonia.
Não me recordo já como foi, mas penso que no dia seguinte fomos trabalhar.
A população de Alvalade estava eufórica como de resto todo o País.
Nós também eufóricas!
E começou a "operação limpeza"!
"Limparam-se" duas ou três fábricas que havia na terra.
E falava-se que se iria também limpar a Escola.
Eu e as minhas colegas aguardávamos a "vassoura", confesso que sem grande temor pois tínhamos cá uma fé, que nada nos iria acontecer porque fazíamos falta. Quem tomaria conta dos filhos daquela gente?
Uma noite houve uma reunião "muito assanhada" na escola. De repente ouço uma voz de homem (o Sr. Romão, pai de um aluno meu) :
"Como algumas professoras que em vez de ensinar os moços, os mandam dar uma voltinha a correr em volta da escola para acalmarem!"
Santo Deus, ele não nomeou ninguém mas a visada era Eu! Fiquei mais "caladinha que um rato!..." Eu, acabadinha de sair do Magistério, cheia de ideais pedagógicos, onde se aplicava normas como :
«Se um aluno estiver muito inquieto e desatento, em vez de lhe ralhar, deixemo-lo ir dar uma voltinha no pátio e voltará com mais calma e disponibilidade para aprender.»
Era esta norma pedagógica que eu aplicava ao meu aluno Francisco Romão. Era um garoto de 7 anos, verdadeiro pardal sempre à solta pelos campos, e que agora na escola era obrigado a estar "engaiolado" cinco horas. E digo-vos que a voltinha resultava e era pedagógicamente muito correcta!
Mas... (acobardei-me) e nunca mais me atrevi!
O 25 de Abril não tinha chegado para todos!
O meu aluno nunca se deve ter apercebido porque razão, apartir daquela reunião na Escola a sua LIBERDADE foi afectada e os seus passeiozinhos pelo recreio foram cancelados.
Para ele o 25 de Abril não foi naquela data!
Fiquei sempre com este "remorso"!
Quem sabe se fosse hoje, eu não seria mais corajosa capaz de enfrentar "as massas" e defender os meus pontos de vista em relação à pedagogia e aos interesses dos meus alunos?!

2009-04-17

O "chouriço"!

(Clique na imagem)
Zé Pedro, na fila de cima o 4º a contar da esquerda, um dos corações mais bondosos que passaram pelas Escolas onde andei.
A minha secretária e uma das filas de mesas dos alunos ficavam mesmo na direcção da porta da sala de aula. No Inverno, quando soprava o vento, uma corrente de ar frio vinha na direcção dos nossos pés gelando-os. Hoje, facilmente se compra uma daquelas protecçõs que se põem na portas e janelas para evitar a entrada de frio e chuva. Naquele tempo era preciso fazê-las, com uma tira de pano cozida como se fosse uma cobra e cheia com serradura ou areia. A isso dávamos, ou damos popularmente o nome de "chouriços":
- Meninos, não terão uma mãe ou avó simpáticas que façam um "chouriço" para colocarmos na porta e evitar esta frieza? - perguntava eu com frequência aos meus alunos, pensando que estava a ser explícita no meu pedido.
Passou um Inverno e nada!
No Inverno seguinte, quase diariamente eu repetia a mesma pergunta.
Até que um dia...
Até que um dia o Zé Pedro, com um ar muito contristado me respondeu:
- Professora, eu estou farto de pedir à minha avó, mas ela diz que só tem linguiças!
Não pude evitar uma gargalhada e ao mesmo tempo constactar que « a língua portuguesa é muito traiçoeira».
Lá expliquei a toda a turma a confusão linguística e todos rimos com o caso.
(Para os mais curiosos, informo que tive que ser eu a fazer o tal "chouriço!...)

2009-04-14

Clarisse!


(Fotografia do mano Zé Palminha)
......
Clarisse era uma mocinha minha aluna na Escola das Palmeiras, perto de S. Torpes.
Um dia fiz para ela estes versos que o meu amigo Jorge Ganhão musicou e lançou em CD.
Há poucos dias mandou-me este vídeo com cheirinho a Mar!

Clique no endereço:

2009-04-12

Os Símbolos da Páscoa! (4)

Amêndoas

As amêndoas são sinal de alegria pascal e de apelo à partilha e à paz.
A referência mais antiga do cultivo das amêndoas figura no Antigo Testamento. Eram cultivadas pelos gregos e muito apreciadas pelos romanos, numa versão com açúcar. As amêndoas açucaradas talvez sejam aa primeiras guloseimas da História.
Durante muitos séculos, marcaram presença apenas em festas e banquetes, devido ao preço elevado. Eram colocadas em cestinhos enfeitados com fitas de cor, no início do séculoXVIII, e oferecidas como presente aos convidados.
O hábito acabou por chegar à época da Páscoa. Actualmente a variedade vai desde o tipo francês, mais espalmada, e as com cobertura de chocolate, que são as mais comuns.
Há ainda as amêndoas de sobremesa (com cobertura de chocolate, caramelo ou canela) e as exóticas (com cobertura de queijo mascarpone, por exemplo).
(Expresso de 04/04/2009)
E já agora, BOA PÁSCOA para todos!


2009-04-09

A Noite

A NOITE, 10 e 11 de Abril no Centro de Artes em Sines!

(Clique no endereço para visionar entrevista na Sic.)

http://fragmentos-lte.blogspot.com/search/label/Videos

2009-04-08

Os Símbolos da Páscoa! (3)

Coelhinho
A tradição do coelho da Páscoa começou nos Estados Unidos, levada por emigrantes alemães em meados do século XVIII. Há várias lendas, desde o coelho que escondia os ovos das crianças, que tinham que os descobrir na manhã de Domingo de Páscoa, até aos ovos pintados e escondidos num ninho, que foram roubados por um coelho. A explicação mais prosaica prende-se com a enorme fertilidade dos coelhos, associada à Primavera, que coincide com a data da Ressurreição de Cristo.
Mais longe da ficção e perto da realidade, o coelho no antigo Egipto simbolizava o nascimento e uma nova vida e, por isso alguns povos da Antiguidade consideravam-no o símbolo da Lua. Há quem defenda que este animal se tornou num símbolo desta quadra devido ao facto de a Páscoa ser determinada pela Lua. O dia de Páscoa é o primeiro domingo depois da lua cheia após o 21 de Março. A sequência de datas varia de ano para ano e pode ser no mínimo a 22 de Março e no máximo a 24 de Abril.
(Expresso de 04/04/2009)

2009-04-06

Os Símbolos da Páscoa! (2)

Folar

É tradicinalmente o pão da Páscoa em Portugal. Come-se no Sábado de Alelui ou no Domingo de Páscoa. Tem como base rituais de partilha, solidariedade e confraternização. É a oferta de Páscoa dos padrinhos aos afilhados e dos fiéis aos padres.
O hábito está ligado ao pão que Jesus dividiu com os discípulos na Última Ceia. O ovo cozido com casca, colocado em muitas receitas, representa o renascimento e a Ressurreição de Jesus.
O folar resulta da mistura de água, sal, ovos e farinha e pode ser doce ou salgado. Em Trás-os-Montes, é confeccionado com massa fofa e recheado com carne de porco, presunto, salpição e linguiça. É um elo entre o terreno e o divino, pela carga simbólica que representa.

(Expresso de 04/04/2009)








Os Símbolos da Páscoa! (1)



Ovos

A tradição tem origem na China - onde os ovos eram oferecidos como presente na Festa da Primavera - e mais tarde chegou também ao Egipto. O efeito de desenhos mosquedos na casca era conseguido embrulhando os ovos com cascas de cebola e cozinhando-os com beterraba.

Depois da morte de Jesus Cristo, os cristãos elegeram esse hábito como símbolo da Ressurreição. No século XVIII, a Igreja adoptou o hábito.

Desde essa altura os ovos enfeitados passaram a ser oferecidos no domingo a seguir à Semana Santa. A passagem para ovos feitos de chocolate tem duas explicações. Por um lado, há quem justifique com a Igreja e a proibição do consumo de carne, ovos e derivados de leite na Quaresma.

O desenvolvimento da indústria do chocolate e a consequente necessidade de encontrar nichos de mercado para o negócio é outra das explicações.

(Jornal Expresso de 04/04/2009)

2009-04-04

A Noite

(Amanhã é a última representação no Teatro D. Maria, em breve, 10 e 11 de Abril estará em Sines)
....
Olhem que não fui em que postei a foto de "cabeça para baixo", é assim que vem nos Jornais.
; )
Voz: Ana Lúcia

2009-03-30

Leituras...



Eis a sinopse:
Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante.
Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.
Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.
Eu estou a lê-lo.
E você?...

2009-03-27

Poema

(Poema inédito de David Mourão Ferreira)
Jornal de Letras/Março/2009
Já não me interessa
A forma das nuvens
Nem o abrir das rosas.
O que me interessa
É que os poetas que gostam das nuvens
E das rosas,
Saibam,
Cheguem a saber,
Que há regiões pantanosas
Onde ninguém vê as nuvens
Nem sabe que existem rosas!...

2009-03-22

Primavera...



(Reponho esta postagem por me parecer oportuna).
Excerto do filme coreano "Primavera Verão Outuno Inverno...Primavera"

2009-03-21

Cuidado!...







............................
.....................
O GULOSO
...
Carlinhos ouviu dizer
que para ficar forte
devia muito comer
e sempre comer de tudo.
..
Logo o menino, coitado!
Para a despensa correu;
muita farinha e doce
num prato fundo comeu...
...
E também um queijo inteiro!
Até lhe dar a fadiga.
Depois, da sala à casa de banho
pulou com dor de barriga.
..
(Vicente Guimarães)

2009-03-15

Pede deferimento...

Requerimento Canino

Exmo. Senhor Presidente
Da Liga Protectora dos Animais

Assunto: Pulgas

Eu, Rex Sem Pulgas, filho de Bolinhas Carracento e de Becas Pulguenta, portador do Cartão Nacional de Identificação Canídea Nº3124, residente na Rua de S. Pedro nº30, em Santiago do Cacém, cão de guarda na “Residência Romeirinhas”, vem requerer a V. Exª que o autorize a ser portador de, pelo menos, meia dúzia de Pulgas, considerando que é um acto discriminatório, os Cães Vadios andarem cobertos delas (pulgas) e nós, os Cães com Dono estarmos constantemente a ser lavados e catados (desparasitados).
A aquisição destes parasitas (pulgas), tornaria a minha vida menos monótona e desocupada, evitando-se, talvez, futuras depressões ou até quem sabe, instintos agressivos.

Pede deferimento

Santiago do Cacém, 15/Março/2009

Subscrevo-me com lambidos cumprimentos
Rex Sem Pulgas, (por enquanto...)

(Trabalho escolar, feito por Sofia Santos (XôXô para os amigos) ea prima Carolina Palminha)