2012-11-24

Miséria!


A nossa "vila" de Sines está, como muitas outras no país, a ficar "despida" de Palmeiras.
A doença atacou-as!
Sines ficará descaracterizada sem as milenares Palmeiras que enfeitavam a falésia, jardins e avenidas.
O problema é ainda mais grave porque, por má gestão de recursos (penso eu e muita gente...), já não temos nem falésia, nem jardins floridos nem mesmo a mais bela das Avenidas junto ao mar.
Por causa da  "requalificação paisagística", dessa Avenida ( denominada Av. Vasco da Gama) foram ARRANCADAS dezenas e dezenas de palmeiras saudáveis (em tempo record e "à socapa"quase de madrugada não fosse alguém protestar...). Como se alguém de protestos fosse capaz!
Mas (continuando) o interessante é que se as árvores saudáveis foram tiradas com toda a rapidez, estas, as contaminadas caem aos bocados, míseras, tristes derreadas e a pedir que as tirem dali.
Mas não!!!
É preciso que o Povo veja a sua agonia, para justificar o arranque das outras!
Murmuramos nas esquinas: "Mas o que é isto?" "Estão a arruinar Sines!"
Como é que NÓS, o tal  POVO deixámos que esta Megalomania se impusesse?
TEMOS O QUE MERECEMOS???
NÃÃÃÃÕ!!!
MERECÍAMOS, SIM, TER ORGULHO NA TERRA ONDE NASCEMOS, NA TERRA ONDE VIVEMOS!

2012-11-09

Coisas lidas...

"Aos 10 anos todos dizem que somos espertos, mas que nos faltam ideias próprias.
Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venhamos com ideias.
Aos 30 pensamos que ninguém mais tem ideias.
Aos 40 achamos que as ideias dos outros são todas nossas.
Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias.
Aos 60 ainda temos ideias mas esquecemo-nos do que estávamos a pensar.
Aos 70 só pensar já nos faz dormir.
Aos 80 só pensamos quando dormimos."

(Fala de Bartolomeu Sozinho, personagem do livro de Mia Couto "Venenos de Deus Remédios do Diabo")



2012-10-25

Chuva...

Pingos
de chuva
são melodia
asas
de pássaro
são uma dança
jardins
com flores
são aguarelas
risos
de criança
são cristal fino

então...
porque não ri
aquele menino?

(carolina)

2012-10-21

Quer abanar?


Quer abanar? Então compre este disco de "B Fachada" e verá como lhe apetece dançar!
(Nome do disco "Crioula")

2012-10-10

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA


*A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas.
O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis
e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.



2012-09-24

Outono de Vivaldi!

(Para vocês com Amizade)

2012-09-16

Porque gosto!...


Parafraseando a Dulce Gomes: " Gosto porque gosto : ) )"

2012-09-01

A Gracinha e o João!

Na quinta feira eu e a Zília tivemos um convite muito especial.
Fomos lanchar com o João e a Graça na sua casinha de Deixa-o-Resto.
Ó casa mimosa! Ó Gente boa e bonita!
Viviam em Santo André num andar, mas resolveram "mudar de ares" e ir para o campo.
O lugar é bonito e a casa aconchegante. Têm um sótão lindo com um atlier para as pinturas do João e um escritório para a Graça.  Primeiro neguei-me a subir as escadas, mas... fizeram "uma espécie de andor" e lá carregaram a "santa" escadaria acima (o João e o nosso querido Mário Montes que ia tendo um "treco" com o esforço!)
Tivemos um lanchinho delicioso onde nada faltou, nem mesmo um óptimo e fresquinho espumante!
No terreno debicavam as três galinhas poedeiras e os galinhos chineses que a Zília ofereceu. Bandos de pardais e rolas esvoaçam por todo o lado, roubando a comida das aves caseiras.
E como se tudo isto não fosse já o paraíso, ainda têm uma vizinha que às terças e quintas coze e vende pão quentinho e queijinhos frescos de cabra!
Ele há gente muito sortuda!!!
OBRIGADA AMIGOS pelo acolhimento e amizade!
Voltámos para casa com o coração cheio.
É bom ver que há pessoas com um brilhozinho nos olhos!
É bom ver que há pessoas FELIZES!
E está combinado. Quando a Zília for ensinar a "agricultar" os canteiros, eu vou para os acompanhar lendo poemas perfumados que falem de coentros, hortelã e poejos!

(Ligue o som)

2012-08-03

2012-07-10

Maresias...




Meu coração
barco
 à deriva
(o teu uma enseada)

Quem dera
que as ondas
não me levassem
e eu pudesse ficar
como se tu fosses
 um cais
e eu barca ancorada

(Eu)

2012-07-05

E eu que pensava...

 E eu que pensava que os Comunistas comiam crianças ao pequeno-almoço, constacto  que afinal ñ comem!
Mais vos digo que tenho ido adquirindo alguma simpatia por um "comunista de gema"!
O Senhor C.... todos os dias está com a sua esposa no café e observo que come o que nós (os que temos outro partido, ou nem temos nenhum...) o que nós, dizia eu, comemos. Nem mais nem menos!
É homem dado a leituras e ao estudo da história. Leitor de jornais e artigos culturais.
Hoje brincava com as suas bonitas netas. E divertiam-se com engraçadas Lenga-lengas.
Quem diria que afinal, os Comunistas são pessoas que conseguem falar, brincar e rir. E que são capazes de dizer meia dúzia de frases sem empregar as já desgastadas palavras: "nosso povo" ou "povo trabalhador"!
Mas, eu também não sou tola e pelo sim pelo não, vou tentar descobrir o que come o Senhor C.... ao lanche, não vá o diabo tecê-las e eu ande iludida...
: )
 ( E aqui deixo os meus cumprimentos ao casal C... e um beijinho às netas!)



2012-06-29

Pés descalços...



Havia dois ou três dias que Matilde não ia à escola. Estava doente.
Dolores foi visitá-la e disse: Vê se amanhã podes ir, a professora disse que iam distribuir sapatos.
Matilde, que era muito pobre e andava descalça, fez um esforço e mesmo com febre foi à escola.
Ao vê-la entrar a professora disse:
Ai hoje vieste? Já te passou a doença? Querias, talvez, uns sapatos e por isso apareces. Pois fica sabendo que não os levas.
Matilde voltou para casa muito triste, chorando. Ao vê-la o pai perguntou-lhe o que se passava. Ela contou. Furioso o pai foi à escola e depois de discutir com a professora disse:
AGORA FIQUE SABENDO QUE A MINHA FILHA NUNCA MAIS CÁ VOLTA!!!
E é por isso, pela "burrice" destes dois "adultos" que Matilde, hoje com 70 anos, nunca aprendeu a ler nem a escrever. Isso, claro, nunca a impediu de fazer a sua vida e de ser uma das pessoas mais espertas e "desenrascadas" que eu conheço.
Mas é pena, que pela insensibilidade duma professora e autoritarismo de um pai, aquela menina deixasse de ter acesso ao ensino da leitura e da escrita.
Naquele tempo era assim....
E hoje?
Claro que hoje (que tanto se apregoam os direitos das crianças) nem tudo é um mar de rosas, haverá (há) outros "assins" que também marcam pessoas, destruindo sonhos!

( Esta é uma história verídica. Os nomes são fictícios.)

2012-06-14

Naufrágio (Amália Rodrigues)


Belíssimo o poema de Cecília Meireles!

2012-06-11

Adélia, a cigana!

Se os "portugueses" ( como ela nos chama) fossem desenrascados, empreendedores e simpáticos como ela, talvez que a crise passasse mais ao lado... (digo eu...).
Tem 30 e tal anos, bonita, morena, cabelo com madeixas, unhas de mãos e pés pintadas de azul!
Blusa também azul a condizer com as unhas, barriga "ao léu" e saia comprida mas justa.
(Ai se a Ti Amélia Baloa, cigana da minha infância, visse isto...)
Entrou no café e "despachou" a nora (dezassete enfezados anos) para a Câmara, com um grande saco de T.shirts para vender, vaticinando (ñ vai conseguir vender nada...)
Descontraída, a Adélia entabulou conversa com o pessoal do café e dizia no seu belo sotaque cigano:
"S'a genti quer fazer denhêrooo nan pode ficar parado. Tem que sorrir, ser amável e sem insistir demais fazer com que a cliente compri."
Às tantas, a minha colega Tânia, (nome fictício) confessou que também ela vendia perfumes e cremes.
A partir daí a conversa foi entre as duas e bons conselhos sobre marketing a Adélia lhe deu.
E acabaram já a tratar-se por tu e ficou no ar este convite:
"NO SÁBADO, APARECE LÁ NO MERCADO. ARRANJO-TE UM LUGARZINHO NA MINHA BANCA E AJUDO-TE A VENDER OS CREMES. E VAIS VER QUE AS MELHORES CLIENTES VÃO SER AS PRÓPRIAS CIGANAS!!!"
E sábado lá irei eu passar no "mercado dos  ciganos" para ver se a minha amiga "Tânia" está a fazer bom negócio!...

Para finalizar: A nora, afinal fartou-se de vender blusas na Câmara e a Adélia, como quem não quer a coisa, só no café vendeu seis...

2012-06-04

Caminante...

Caminante, son tus huellas
El camino, y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
Sino estelas en la mar.
( António Machado, poeta sevilhano)

Notas:
 huellas»» rastos
se hace»» faz-se
senda»» vereda, caminho
sino estelas»» senão sulcos

2012-05-31

Sueños...

Ayer soñé que veía
a Dios y que a Dios hablava;
y soñé que Dios me oía...
Después soñé que soñaba.
...
Anoche soñé que oía
a Dios gritándome: Alerta!
Luego era Dios quien dormia,
y yo gritaba: Despierta!
.....
( De António Machado, poeta sevilhano)
...
Voz da canção: A minha sobrinha Ana Lúcia Palminha

2012-05-24

Quadrinha de Fernando Pessoa

Tenho um livrinho onde escrevo
O que me lembro de ti.
Esse livro é o meu enlevo
Ainda lá nada escrevi.



2012-05-20

A minha ida ao caracol!

- Sobe!-diz em voz de comando a Mariazinha.
- Subi! ( Subi, o pequeno degrau da porta) com a cadeira de rodas eléctrica que recentemente adquiri).
E no impulso da subida "aterrei" literalmente na tasca da MARLENE (junto ao Centro de Artes em Sines).
Naquele delicioso cafezito juntam-se pessoas "para beber um copo" e pessoas que "já beberam um copo a mais"... Gente simples e sem inibições ou fingimentos de "não se olha, temos que ser discretos".
E por isso não fui eu que entrei e sim uma espécie de "extraterreste". Claro, uma cadeira de rodas a "aterrar" na tasca tinha que causar espanto!
E TODA A GENTE FICOU COM O CARACOL SUSPENSO NA MÃO ESQUERDA E O PALITO NA MÃO DIREITA! (Excepto, claro, os canhotos...).
Fiz as minhas manobras de marcha-atrás para encostrar à parede, saí da cadeira e com um grande sorriso disse em voz bem audível:
- Ainda bem que viemos, assim as pessoas tiveram uma distracção!
( Ninguém entendeu a minha amigável ironia). Lá me instalei na mesa e quando me viu acomodada o Pessoal, pôde finalmente em sossego voltar ao seu "caracoleiro petisco".
E nós também!
Caracol, postinha de moreia frita e cerveja!
E um dos senhores já bem "pingado" ainda me veio dar uma pancadinha nas costas, dizendo "gosto de a ver aqui a beber o seu copinho..."
Na saída repetiu-se o "regabofe" da entrada. Tudo suspenso até me verem sã e salva na descida do pequeno degrau.
Gostei! Tudo muito genuino, são, direi mesmo"naif"!
É um lugar que vos aconselho para uma caracolada.
Já não há muitos assim!

2012-05-13

2012-04-05

E a comer amêndoas...



E a comer amêndoas vos deixo este poema da SOPHIA!


Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade, para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei.


Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E
abandonei os jardins do paraíso.

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo.

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.



2012-03-21

Dia Mundial da Poesia!


antónio joaquim de matos rodrigues. Pequenino, com dois olhos redondos onde o sol morava.
Uma vez entrou na sala a correr. Levou a mão ao bolso das calças e gritou: senhora! Uma coisa para si! E com mil cuidados, embrulhado num bocadinho de jornal, trirou então a prenda mais espantosa que me deram em toda a minha vida: uma asa de gafanhoto!
Foi o primeiro poema que li do antónio joaquim.

(Do livro "A Criança e a Vida" de Maria Rosa Colaço)



É bom regressar numa manhã clara
manhã clara
límpida e fresca
andorinhas
fazem o ar mais fresco
barcos
vâo-e-vêm
como o senhor mar
que vento tão suave
neste momento
tristeza acabou-se
para dar lugar à alegria
que vem baloiçando
baloiçando
ao sabor das ondinhas
claras e frescas
como esta manhã

( poema do antónio joaquim
in A Criança e a Vida,
Maria Rosa Colaço)



2012-03-16

Sem comentários...

O Antes
e
as actuais obras da chamada "Requalificação..."

(e... os mais desprevenidos e desinformados pensarão que aconteceu em Sines um bombardeamento)

Não tenho palavras para tão grande indignação!!!







2012-02-24

Exposição de Pintura

Quadros de Madalena Patrício Palminha.
Exposição na "Casa do Médico" en Sines.
De 1 de Março a 30 de Abril de 2012.
Não perca!


2012-02-23

2012-02-15

Brrrrrrrrrrrr...

Tou aqui...
Só que com a frieza "varreu-se-me" a inspiração que já não será muita.

Bjhs e saudades!

2012-01-21

Quem me apanha???...

Os meus pais compraram-me este "automóvel" para eu andar... a pé!
Aquilo tem uma pega onde eu me agarro, empurro e lá vou eu. O pior é que quando o chão é muito liso, o carro toma velocidade e eu tenho que correr. A minha tia até diz: - Ela vai aprender primeiro a correr e só depois a andar. Parece que o normal é o contrário.
O meu avô então diz que aqui parece que ando a cortar a relva.
Olhem, cá me vou "desenrascando" e sabem? Já fiz um ano no dia 13 de Janeiro e a minha mãe fez no mesmo dia.
Fizemos um almoço em casa e depois fomos para um parque com outros meninos. Foi giro!
Eu gosto de escorregas e baloiços!
E vocês quando eram crianças gostavam?
Agora despeço-me. É que hoje é sábado e talvez "Eles" queiram ir dar uma volta comigo!
bjhs

2012-01-07

A Maria Rita

A Maria Rita, Ritinha, é filha da Bárbara.
A Bárbara foi minha aluna já lá vão alguns anos.
Agora é mãe da Rita (4 anos) de uma pequena Sofia (10 dias).
Hoje, num almoço tive a oportunidade de "confraternizar" com a Ritinha.
Ao princípio, não me deu confiança nenhuma, o seu interesse estava todo virado para uma enorme fatia de pão que "devorava" deliciada. Também não admira; pão da Sonega que é uma maravilha! (Ela lá sabe o que é bom!)
Trazia uma malinha de senhora que devia ter sido da mãe. Lá dentro nada faltava: Baton, leque, calculadora, relógio de pulso verde e um "indispensável" telemóvel... (completamente desventrado).
Quando a Maria Rita começou a mexer na mala eu mostrei interesse pelo seu conteúdo e estabelecemos conversação.
E em breve eu me "pavoneava" de relógio verde no braço enquanto me abanava com o leque. Fiz contas na calculadora e no seu telemóvel "escaqueirado" falei com a mãe Bárbara e o pai Manecas. Isso é que a fez rir! Deve ter ficado intrigada, porque pela primeira vez aquele telefone falava.
Parabéns aos pais e à avó ( Amélia) por tão graciosa Menina!
Ah, é verdade, com grande paciência e perseverança a Maria Rita conseguiu ensinar-me a desenhar florinhas, coisa que eu nunca pensei ser capaz de aprender...

2012-01-02

Já era tempo...

Já era tempo de vestir o Homem e pô-lo a descansar!