2005-06-14

Papel Mata-Borrão - 16.º pingo de tinta

De Eugénio de Andrade...

"Estou cada vez mais fascinado pelas coisas simples, o quotidiano invade cada vez mais a minha poesia."

" A minha poesia confundiu-se sempre com a minha própria vida. Por isso digo que é uma poesia da experiência. Embora a sensualidade comece ao nível da palavra..."

" Eu sempre quis muito poucas coisas. Mas, o que quis, foi com muita intensidade: e, à frente de todas, a poesia."

" dentro de mim não há nada que tenha envelhecido, não dou pelos anos, continuo a a fascinar as pessoas e as pessoas continuam a fascinar-me. (...) E algumas vezes acordo com menos 10 ou 15 anos."

" O tempo não me chega para aquilo que gosto de fazer. Falta-me tempo para ler e responder a tanta carta."

" A poesia dá-me muito trabalho, um trabalho incessante. Sou capz de passar oito horas à roda de um poema e no dia seguinte deitá-lo para o lixo. Sou capaz de não dormir por causa de um verso. Levo-o ali para a cama, acordo e meio da noite, não cessa a procura da palavra ou de uma imagem certas, é uma luta corpo a corpo(...)."

" A poesia semprte foi em mim a paixão predominante(...) - antes, muito novo, tive outra, mas não estava ao meu alcance: a santidade - tudo o que fiz, tudo o que vivi, foi para chegar a um verso."

" Os meus maiores amigos desempenham o papel de anjos da guarda. Eu não lhes peço isso, naturalmente, mas desempenham-no: talvez sejam o pai e a mãe que já não tenho, o irmão que nunca tive."

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