2005-07-19

Havia...

...um jardim onde reinava a esperança: no chão, esgueirando-se no ar entre flores e frutos, no lago poluído, nos olhos cansados dos idosos que cavaqueavam, nos abraços fugidios dos namorados, nas crianças que corriam dos adultos, divertidas.

O tempo era favorável ao deleite oferecido por aquele pequeno espaço.

Uma senhora de bata azul e chapeú na cabeça arrastava atrás de si uma mangueira enormemente serpenteante. Pouco depois, tentava desligá-la da torneira, mas nem o seu corpo possante, nem as suas mãos papudas tinham força, apesar dos seus esforços físicos que lhe coloriam o rosto de vermelho e dos aliviantes e diversificados insultos ao cornudo do colega que apertara aquilo.

Um jovem alto e magro, originário das terras de África, dirigiu-se-lhe, pediu-lhe licença e aliviou-a simpática e rapidamente daquele tormento, afastando-se com um sorriso, enquanto a jardineira o bendizia.

3 comentários:

Carolina disse...

Onde se passou este facto tão idílico?
Talvez no Jardim das Descobertas?!...

kanuthya disse...

Continua sempre a partilhar os teus olhares únicos :)

Anónimo disse...

Há olhares que são verdadeiros jardins de descobertas.