2006-01-16

Então, Pablo Neruda


Não o tinha visto

Não o tinha visto e soavam juntos
nossos passos.

Nunca escutei a sua voz e a minha
ia ocupando o mundo.

E teve um dia de sol e não coube
em mim a alegria.

Senti a angústia de provar a nova
solidão do crepúsculo.

Senti-o junto de mim, braços ardendo,
limpo, a sangrar, puro.

E a minha dor, sob a noite escura
entrou no seu coração.

E seguimos juntos.





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