2006-06-04

Serenata de...




SERENATA

Pelas ribeiras do rio
está a noite a molhar- se
e nos peitos de Lolita
só de amor morrem os ramos.

Só de amor morrem os ramos.

A noite canta despida
sobre as pontes que tem Março.
Lolita lava o seu corpo
com água salgada e nardos.

Só de amor morrem os ramos.


A noite de anis e prata
rebrilha pelos telhados,
Prata de arrois e espelhos.
Anis de tuas coxas brancas.

Só de amor morrem os ramos.

(Federico Garcia Lorca)

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