2009-04-30

A quem repare na Lua...

A quem repare na Lua,
Certamente lhe parece
Que ora cresce ora mingua;
Por que aumente ou diminua
É que era bom que soubesse!
....
A razão é porque a trincam
E lhe tiram bocadinhos
Bandos e bandos de anjinhos,
que ao ir beijá-la lhe fincam
Ao mesmo tempo os dentinhos.
....
Também, se Deus me deixasse
Dar-lhe um beijo algum dia,
Como um beijo não sacia,
Ao dar-lhe o beijo na face
Cuido até que a engolia.
....
(João de Deus)

7 comentários:

Coisas da Vida disse...

Carolina!
Que lindo poema este! Tão ritmado e hilariante! O nosso João de Deus sempre foi poeta assim: simples, mas de uma beleza genuína que nos sabe tão bem! As crianças adoram-no, pois claro! E nós ficamos como que embevecidas diante de algo tão airoso e pleno de alegria!
Que bom!

Carolina disse...

Descobri esta gracinha de poema numa agenda! Foi um belo achado!
;)

Anónimo disse...

Que lindo achado Carolina, eu gosto sempre de ler as vossas coisas são lindas, é pena de eu ler pouco, mas agora já estou um pouco melhor vocês deram-me essa alegria de começar a ler um pouco, um bom fim de semana e um beijinho.

Sentidamente disse...

Em criança, a lua fascinava-me e ao mesmo tempo arrepiava-me de medo. Punha-me a imaginar como seria na Lua, o que seria a Lua! Nunca me lembraria de a idealizar dessa forma tão engraçada e tão ao gosto das crianças.
Hoje, a seu fascínio continua e ainda sinto algo de misterioso que vagamente me causa arrepios, apesar de conhecer as suas imagens de deserto.
;)

Letucha Almeida disse...

Foi mesmo um belo achado, gostei imenso.
E não é que ainda sou do tempo em que se começava a aprender a ler pela cartilha Maternal de João de Deus. Comecei em casa.
Beijinhos

Carolina disse...

Olhem, eu acho que o João de Deus não se referia propriamente à Lua. porque o título do poema é: A uma filha do conde de Parati. (Penso que ele queria beijarocar a face rechonchudinha dessa tal filha do conde...
Seria?
Fica o mistério!
;)

Jelicopedres disse...

Eu, reparo na Lua!
Lembro-me que, bem pequnina, ainda pela mão do meu Pai, achava muito estranho, pois parecia que vinha atrás de nós.
Achava que ela era um grande mistério...!
Beijinho para ti Carol. ;))