2005-03-19

O Trio

O trio admira, encanta, descontrai e alegra quem o vê e quem o ouve! Foi assim, há pouco na Biblioteca de Santiago de Cacém.
Dois aldeões invadem um café onde famílias e amigos se reunem à volta de algumas mesas iluminadas pela dança de velas escondidas, ornamentadas com miniaturas doces e tentadores salgadinhos; jovens simpáticas e educadas, da casa, ofereciam Porto, Moscatel, sumos, águas e guardanapos...
Os compadres de chapéu domingueiro comunicam entre si por gestos e hamoniosas desgarradas musicais, brindando-nos com frases mudas de expressão facial e corporal, simples, claras e divertidas, de sonoridade criativa, ilustrada por objectos cénicos, reproduzindo momentos do quotidiano onde não falta a preparação e deliciosa prova dum repasto brindado, produzindo imagens, sacudindo os sentidos , provocando emoções...
Eis que surge, perdida, desinibida e radiosa, uma espanholita, num cai e levanta-se, de pinguim escondido dentro de si, chamando pelos seus "hermanos" que vivem instalados dentro de cada um dos presentes, derretendo gelos, motivando corações e mentes adormecidas com palavras, projectando-as como maestro na sua cálida voz, em línguas da Torre de Babel, motivando, impressionando, proporcionando momentos únicos de expectativa e de paragem... - há pessoas grandes que precisam de abraçar o mundo que estremece!...
E surge o momento crucial do enérgico improviso dinêmico e partilhado quando o pai da estrela lhe oferece uma ramo de flores, a que o trio devorador se atira e prova e...duas pétalas amarelas maquilham, rápida, original e harmoniosamente as faces da musa em contínuo canto e movimento....
E agradecem os aplausos do público saciado.
Parabéns a todos - havia duas figuras invisíveis, aparentemente, por detrás do trio - e muito obrigada à Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca!

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