2005-03-23

Reflexos - IX

Um último amor

Uma Borboleta Vaporosa voava, doidejante, numa sala às escuras. De repente, no extremo da sala, acendeu-se uma vela.
A Borboleta Vaporosa não sabia o que era uma vela e supôs que fosse um malmequer fechado, suspirando de solidão. Aproximou-se dele para o beijar. Logo caiu no chão com as asas queimadas e o corpito em chamas.
Prestes a morrer, a Borboleta Vaporosa murmurou extasiada:
- Morro feliz. Nunca julguei que ainda fosse capaz de despertar uma paixão tão ardente!

Orlando Neves, Boletim Cultural F. C. Gulbenkian, Dezembro, 1991

1 comentário:

Carolina disse...

Coitada da "BRABOLETA", bem podia ter sido mais perspicaz!!!...
(mas isto das paixões...)