Hora adiantada para sair do trabalho numa sexta-feira, passos lentos, contemplação das folhas dançantes, respiração suspensa para saborear o seu som fino e melodioso de nascente, festival de andorinhas irrequietas e apressadas assobiando em vários sentidos, lua serena e misteriosa,
tentando acalmar a Primavera sedenta e descontente, alvoroço no jardim, águas do lago arrepiadas...
Na mente, imagens enternecedoras da expectativa de uma prima no início do processo para o seu casamento e do nervosismo no ensaio de dois jovens nubentes, ela apressada e entusiasta, ele calmo e ponderado, mas ambos irradiando felicidade!
Apeteceu-me cantar-lhes o Sinal do Sebastião da Gama
Quanto amor me tens,
com amor te pago
- Trago-te no dedo,
num anel que trago.
Num anel redondo,
todo de oiro fino,
que é o teu sinal,
que é o teu destino.
Este anel me basta
pra bater-e à porta.
Truz! truz! truz! - na rua
como o frio corta!
Como a chuva cai,
como o vento mia!
Mas abriste logo,
que eu é que batia.
(Que outro anel tivera
som que te chamasse?)
Já teu vinho bebo,
pra que o frio me passe;
já na tua cama
me aconchego e deito;
já te chamo esposa,
peito contra peito.
como tudo é simples,
como é tudo imenso!
Ó mistério enorme,
de um anel suspenso!
E eis, na tua mão,
num anel igual,
brilha o teu destino,
luz o meu sinal.
2005-05-21
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1 comentário:
Adoro poder compartilhar os teus olhares únicos! :)
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