2005-06-09

Papel Mata-Borrão - 15.º pingo de tinta

No silêncio da noite calma e morna, de árvores adormecidas e passos mudos, alguém esbracejava, certamente fazendo correr uma aragem que refrescava o seu interlocutor, de camisa riscada de traços garridos, que parecia, à distância, tratar-se de um bom ouvinte...

O orador dava passos atrás e à frente, traçava movimentos largos com o braço esquerdo, compunha uma peça de vestuário, que escorregava, sentava-se no parapeito da montra, ao lado do seu auditor, por escassos segundos, e lá estava de novo, numa agitação digna de um bom registo fotográfico, desenrolando o novelo do seu saber / pensar, deixando adivinhar aos outros transeuntes um tema quente e, quem sabe, alguma inadvertida saída de "gafanhoto" atrevido...

E lá continuou...

Com tamanho discurso - ou desabafo?!... -, talvez alguém tenha dormido bem...

1 comentário:

Anónimo disse...

E você?
Teve insónias?
Ou esses barulhentos não a deixaram dormir?