2006-01-06

Acenos...




Hoje, lá do alto da estante, o Cesário acenou e caiu-me na mão um ramalhete!




Naquele piquenique de burguesas
Houve uma coisa simplesmente bela
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão- de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
(Cesário Verde)

4 comentários:

a das artes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
a das artes disse...

Só falta o Vilarett a dizê-lo...

Carolina disse...

Mas a gente pode imaginar que o está ouvindo!
O Pedro Barroso também canta isto mt bem!!!!

Anónimo disse...

Porque foi retirado o primeiro comentário dasartes??!!!!...