Sobre uma pintura de Picasso...

Menina da barca
põe a barca
no mar
abre o mar com as mãos
lança os sonhos
para o fundo
pára de sonhar.

Os sonhos são algas
que a maré
desfaz
navega navega
Menina da barca
não olhes
para trás.

(Inspiração Picassiana...)

Ai...ai...

Salve-se quem puder!
Chegou a época do caracol...no prato.
É difícil escapar, companheiros!
Fujam dos escaldantes panelões.
Recolham os "cornichos" e tentemos passar despercebidos.
Ó da guarda!!!...

Palavras para uma pintura de Picasso...

"...Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de fronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono!..."

(Álvaro de Campos)

Louvor!

E pronto, ontem de tarde, a Avenida da Praia foi de novo aberta ao trânsito.
Louvo o esforçado trabalho de todos aqueles que, em poucas horas e prescindindo do seu feriado, "removeram" o palco e devolveram a estrada à sua natural função.

Palcos...

Não haverá em Sines mais nenhum espaço onde possa ser armado um palco, a não ser na Avenida Vasco da Gama (vulgo, avenidada da praia)?
Durante 5 ou 6 dias fica sem acesso uma das principais vias de passagem, entrada ou saída da cidade.
É INACREDITÁVEL!
E esta situação repete-se sempre que há festejos ou comemorações.
Quem toma tais decisões e quem é que as autoriza?
As outras povoações tentam atrair forasteiros. Sines até parece que procura dificultar a vinda dos que nos querem visitar ou conhecer. Seis dias a ESTRADA fechada,por um espectáculo que vai durar 3 ou 4 horas na madrugada de 24 para 25 de Abril.
Fica aqui o meu apelo:
Façam os espectáculos noutro lugar! ( Porque não no Castelo?)
Não armem palcos no meio duma via que neste caso, para além de avenidade é uma estrada por onde circulam por dia milhares de veículos.
Não dificultem a vida às centenas de habitantes de Sines que todos os dias, depois do trabalho gostam de passear na marginal.
Não dificultem a vida aos milhares de forasteiros que nestes 6 dias tentaram passar por Sines e se perderam nas ruas estreitas, conduzindo auto -caravanas, roulottes ou autocarros.
Arranquem a placa que há mais de 2 anos manda seguir o tráfego de pesados por uma rua onde mal cabe um automóvel. (Está ali, quando se sobe da lota para a cidade, mesmo na parede do antigo edificio da Guarda Fiscal).
E já agora, tapem os buracos na estrada do Porto Covo e Ilha do Pessegueiro.
E se os tempos que correm permitem que sejam feitas "coisas sem jeito" sem que a ninguém seja pedida responsabilidade, que o (esta madrugada) festejado 25 de Abril me permita a mim protestar contra aquilo que me parece errado.
Termino, fazendo votos para que os CRAVOS CONTINUEM A FLORIR!

Falando de Poetas...

(Pintura de Picasso)

"Quando a tempestade amaina
E um sono antigo vem
Diz o Poeta à menina:
- Menina, dorme bem.

O Poeta vela, enorme,
Sobre a cabeça do mundo
E o seu cansaço é fundo
fundo
fundo

Mas, sabendo-o a menina,
Antes de adormecer bem,
Diz a menina ao Poeta:
- Poeta, dorme também.

( De Eduardo L., um Poeta e um Amigo)

Livros!

Estou a ler "O Segredo do Bosque Velho", com tradução da minha amiga Guida.
"O coronel Sebastiano Procolo herda do seu tio parte do Bosque Velho: lugar mágico habitado por génios, espíritos e forças ocultas com o poder de se transformarem em animais ou homens. Indiferente a esta natureza idílica, o coronel tem planos bastante mais práticos para rentabilizar a sua herança, desencadeando uma guerra que diluirá as fronteiras entre o bem e o mal, contaminando a realidade de elementos fantásticos."


( Autor: Dino Buzzati
Tradução: Margarida Periquito
Editora: cavalo de ferro)
www.cavalodeferro.com

Ir à fava...

Experimentem ter um faval
e verão o "enjoo" que apanham a descascar FAVAS!!!

Festa no Brejo

A saparia desesperada
coaxa coaxa coaxa.
O brejo vibra que nem caixa
de guerra. Os sapos estão danados.

A lua gorda apareceu
e clareou o brejo todo.
Até à lua sobe o coro
da saparia desesperada.

A saparia toda de Minas
coaxa no brejo humilde.
Hoje tem festa no brejo!

( Carlos Drummond de Andrade)

Encantos...

As gaivotas, tantas, tantas,

Voam no rio prò mar...

Também sem querer encantas,

Nem é preciso voar.

(F. Pessoa)

Lamentações de um coelhinho...

Já da Páscoa me cansei.
Ai que ovo tão pesado!...
Tomara a Páscoa acabar
P'ra eu ficar descansado!!!!

(Vá, sejam lá felizes mas, tenham cuidado com as amêndoas!...)

Os Coelhinhos e a Páscoa!

Iam dois coelhinhos
andando apressados
para o céu- com medo
de serem caçados.


E também com medo
de passarem fome.
Pois- quando não dorme-
o coelhinho come.

E ainda tinha os filhos
que a coelha esperava...
O Céu era longe
e a fome era brava.

Jesus riu, com pena :
fez brotar de Lua
- para eles - florestas
de cenoura crua.

(Odylo Costa, Filho - Brasil)

Inspirações campestres...

O rosmaninho do campo
Perfuma tudo em redor
Também eu me perfumei
Por causa do meu amor.
(Lindos estão os campos...)

Para uma saudade...

Saudade
um navio
que não tem voltar
poente dum sol
mãos
a acenar

Os olhos
são pingos
de sabor a sal
sorrisos de lua
dedos de coral

As poças
lembranças
que fico a olhar
os sonhos
são espuma
desfeita p'lo mar

Harpas
são as ondas
canção de barquinha
alma de sereia
que é também
a minha
(Feito para uma saudade, de um qualquer tempo...)

Perfumes da Primavera!...

Sopra o vento na folhinha
Solta-se um cheiro d'alecrim.
Eu prefumei- me também
E nem reparaste em mim!

(Desta vez, a inspiração é minha.)

Domingo...

POEMA QUE ACONTECEU

Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.

A mão que escreve este poema
não sabe que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.
(Carlos Drummond de Andrade)

Mais uma vez...

O malmequer que arrancaste
Deu- te nada no seu fim,
Mas o amor que me arrancaste,
Se deu nada, foi a mim.

(Ele, Fernando Pessoa...)

O tempo das andorinhas!

Andorinha que vais alta,
Porque não me vens trazer
Qualquer coisa que me falta
E que te não sei dizer?
(Fernando Pessoa)

Quem diria...

Ai, os pratos de arroz-doce
Com as linhas de canela!
Ai a mão branca que os trouxe!
Ai essa mão ser a dela!
(Fernando Pessoa, quem diria...)

(E aqui para nós, o que me apetecia mesmo era um belo pratinho de arroz-doce...)

A Árvore da Primavera!

Lá está ela de novo!
Cabeleira roxa atirada só para um dos lados.
E é essa copa que se derrama quase até ao chão, que a torna tão original e lhe dá um ar quase humano.
É a Árvore mais feminina que conheço!
Façam como eu, metam-se no carro, estrada Sines/ Santiago.
Já perto de Santiago, depois da zona industrial, à direita, numa curva, lá está ela : A Árvore!
Vão reconhcê-la e ... cuidado, homens, não se despistem!
É que se aquilo não é uma Árvore disfarçada de Mulher, então é de certeza uma Mulher, que por capricho ou vaidade, se enxertou em Árvore para melhor louvar a Primavera!
E apressem-se porque, logo, logo, o vento vai desfazer-lhe o penteado!...
(Ao mano que tirou a fotografia e ao amigo que a ajeitou, os meus agradecimentos!)

Contos Traquinas pelas Esquinas!

(Fotografia "roubada" ao : www.asas.chrome.pt )

Ontem,1 de Abril, A Biblioteca Municipal de Santo André promoveu a "Maratona do Conto", das 9 às 24 horas.

Contaram-se, leram-se e ouviram-se histórias. Histórias que encantaram todos! Houve grande aderência e participação da população.

O nosso grupo do "Canto das Letras" também colaborou com muito prazer.

Mas... de tudo, o que mais me encantou foi a Alegria, a Disponibilidade e a Competência dos funcionários da Biblioteca.

Gente Bonita! Gente Jovem! (Uns mais jovens do que outros)

Gente que põe ALEGRIA e AMOR naquilo que faz!!!!

E com tais ingredientes, as iniciativas só podem ser bem sucedidas!

PARABÉNS!!!!

(Também gostei de ver que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém esteve presente, na pessoa do seu Presidente, Vice- Presidente e Pelouro da Cultura.

Isto é bonito, fica bem e dá incentivo a quem se esforça por "pôr em pé" os projectos.)

Primavera!

A PRIMAVERA PINTADA POR ARCIMBOLDO!!!