2006-11-11

Navegar, navegar...


Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem hora para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré...

Muitas vezes acontece
largar o rumo tomado
da praia para onde ia...
Foi o vento que virou?
foi o mar que enraiveceu
e não há porto de abrigo?
ou foi a minha vontade
de vagabundo do mar?
Sei lá.
Fosse o que fosse
não tenho rota marcada
ando ao sabor da maré.
É por isso, meus amigos,
que a tempestade da Vida
me apanhou no alto mar.
E agora
queira ou não queira,
cara alegre e braço forte:
estou no meu posto a lutar!
Se for ao fundo acabou-se.
Estas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.
( De Manuel da Fonseca, o poema: O vagabundo do mar)

2 comentários:

Anónimo disse...

Falta de tempo Carolina,para vir visitar este teu cantinho.
Quando afinal há TANTO para dizer deste "nosso" Poeta que afirmava que:"O poeta tem olhos de água para reflectirem todas as cores que há no mundo"
Um beijinho para ti.
T.A.

Carolina disse...

Grande POETA este meu patrício, como eu, nascido em Santiago do Cacém.
Cheguei a falar com ele.
Tinha sempre histórias para contar!...