2007-01-09

E só porque se falou em deserto...



Voz feminina: Amina Alaoui
Alto: Carlos Barata
G. Coral: Casa do Povo de Serpa











As minhas mãos abri
para ler a minha sina.

Li, um deserto!

Os meus braços abri
para acolher o vento norte.
Roçou por mim
apenas a aragem.

Já nem abri os olhos...

Transformei-os em cactos,
plantei-os no deserto
e apunhalei com eles
todas as miragens.

(Saído da gaveta das memórias...apenas, porque veio a propósito, falando-se de desertos e de welwitschias.)

13 comentários:

Anónimo disse...

Já passei por cima do Saara nem sei quantas vezes. Muitas...
Mas o sortilégio era sempre o mesmo, não me cansava de olhar aquelas lonjuras todas, tão iguais e sempre tão diferentes, embora de uma poltrona a cerca de 3 quilómetros de distãncia. Era lindo de se ver... como de ler o são os teus belos versos.

Anónimo disse...

Visto do sofá a imagem do deserto é muito bonita !
Mas gostei mais dos versos, como sempre a nossa amiga vai nos dandos para ler estas coisas boas:)

Carolina disse...

"Mas não me perdi: sinto um orgulho que me rebenta o peito, uma revelação, uma alegria, uma festa inexplicável.Atravessei o deserto e voltei - mais do que vivo, com um sentido para a vida, com uma lucidez e uma paz construídas e contra mim próprio adquiridas, apesar de todos os momentos de exaustão, de medo, de sacríficio, de vontade de desistir, de não ter que seguir todos os dias em frente, todos os dias a achar que o limite tinha chegado. Verdadeiramente, nunca conhecemos os nossos limites: O deserto é o revelador."
Do livro "SUL" de Mig.Sousa Tavares,página 223, «a pista para Tamanrasset».

Anónimo disse...

Carolina é só para te mandar um grande beijinho e agradecer a prendinha de Natal que me enviaste (desculpa a demora). Muito obrigada, agora durante o banho vou começar a desfolhar o meu livrinho...que não se afunda...hihihih. Um beijinho da amiguinha Bárbara

Anónimo disse...

Um grande mistério , este deserto!...Basta olhar para a foto.

Esta palmeira (...) quem a plantou? Um "beduíno" , o vento , e porquê ali!...
Um tema que daria para escrever um bom livro de ficção.
Comparo a palmeira a cada um dos seres humanos que circulam apressadamente numa grande cidade.
Que esquisita esta comparação !...
Não é ??? eu acho que não.
Cump.
JP

Carolina disse...

Olhem lá, o meu mano JP a dar um arzinho da sua graça!
Sim senhor grande imaginação!
Sai à Mana!!!!....
Daria uma bela história, sim senhor!
Mais um que temos de levar para o Canto das Letras.
Tá convidado.

Anónimo disse...

E tu Bárbarazinha, desejo-te uma boa leitura toda molhadinha, com a tua estrelinha do mar!
Ou foi um golfinho??
Já não me lembro...
bjs (Muitos e repenicadinhos nessas bochechinhas lindas!

Carolina disse...

Quem espera sempre alcança!!!!

Anónimo disse...

Este deserto que leste nas tuas mãos não é um deserto de ideias, é um deserto cheio da beleza pura e rara que há nessas paragens, grandioso e profundocomo só um deserto pode ser...

Jelicopedres disse...

Nas tuas mãos
leste um deserto.

De olhos fechados.

Nos teus braços
era esperado
o vento norte
que não chegou

Passou a aragem...

Todas as miragens
se esvairam
feridas de morte
por punhais.

(a minha leitura é esta,abre mais
vezes essa gaveta) :))

Jelicopedres disse...

CAROLINA,porque é que não trazes então o teu mano para o Canto das Letras?
Ficamos à espera...

Carolina disse...

Grande "psicóloga" a nossa Teresinha!
Mas, lembrem sempre que " o poeta é um fingidor".
Quanto ao Mano ando a ver se num dos nossos encontros ele pega na viola e canta um fadito ou uma alentejanada.

Anónimo disse...

E eu respondo (ao)ou (à) Das Arábias :
- E tanta gente a pensar que Um DESERTO só pode ser um lugar inóspito!
Raios partam os que só têm olhos para OS OÁSIS, que afinal tantas vezes não passam de enganadoras miragens!