2007-05-29

Dia Mundial dos Vizinhos


Quinta-Nova.
Quinta-Nova do Ti Zé do Brito e da Ti Luísa que distava meio quilómetro, dos Mariais, monte onde eu vivia com a minha avó.
No nosso "monte" havia uma telefonia, que trabalhava com uma bateria, visto que a electricidade ainda lá não tinha chegado. A bateria, essa, tinha que ser muito poupada e só se ligava o aparelho naquela "hora sagrada".
14 H e 30 m, "Teatro Tide" apresenta o romance... "SIMPLESMENTE, MARIA!
Quinze minutos antes chegava a vizinhança. E lá vinha a nossa vizinha Ti Luísa da Quinta-Nova, mais a vizinha Graça, ouvir o "romance".
Sentavam-se as duas com a minha avó (provavelmente, eu também), mesmo em frente da telefonia, olhos postos no aparelho, não fosse escapar alguma das cenas (nesse tempo cenas, apenas auditivas...claro!)
Lembro-me de pensar: Um dia ainda alguém vai inventar uma caixinha destas, onde se possam ver as pessoas! (Poucos anos depois surgia a televisão).
E durante meia-hora era a concentração total. Às vezes chorava-se, vivendo-se intensamente o drama que se desenrolava dentro da caixinha!
......
Hoje também temos vizinhos, e rádios e televisões (às vezes duas ou três). Mas já não nos juntamos!
Encontramo-nos nos elevadores, quase nem sabemos o nome uns dos outros e trocamos frases banais, durante os escassos segundos que demoramos a chegar ao rés-do-chão.
Felicito daqui os bem-aventurados que ainda têm vizinhos a sério, daqueles que em conjunto viviam connosco as nossas alegrias e as nossas tristezas!
....
Aproveito para saudar, daqui, os meus vizinhos pois, apesar de só nos vermos nos elevadores, considero-os gente muito simpática!
Coisas dos tempos de hoje! Tão perto uns dos outros e tão longe afinal!...

10 comentários:

Anónimo disse...

Eu na minha terra também não tinha televisão e escutava o rádio e as telenovelas, era mais giro e tinhas muitos vizinhos e davamos todos bem, aqui é diferente as vezes nem nos comprimentam, eu aonde mora à 30 anos dou-me com todos, mas já não é a mesma coisa que anos a trás, as pessoas escondem-se mais, um beijo de noite.

Anónimo disse...

Mas que maravilha Carolina, só tu tens estas ideias !
Como eu me lembro desses momentos.
A minha mãe não perdia um romance do " TIDE " naquela altura só nós tinhamos rádio a bateria, muito parecido ò da imagem e lá vinham as vizinhas todas para a minha casa ouvir essas lindas histórias !!!
Como elas ficavam felizes desejando chegar o outra dia :)))

Anónimo disse...

Aqui vos deixo um tema para blogarem: Contem-nos coisas sobre a vizinhança desses tempos passados!

Jelicopedres disse...

Recordo uma vizinha da minha mãe, a Rosarita, que me convidava muitas vezes depois da escola, para irmos fazer bolinhos secos no forno.
Adorava moldar com as mãos, os "ésses", as areias, os palitos...e havia outros que se faziam, passando a massa pela seringa, eram e são ainda hoje os Lagartos,feitos com manteiguinha Primor.
Enchíamos uma caixa de lata daquelas da bolacha Maria,
lembram-se?
(porque as bolachinhas eram vendidas avulso)...
Que delícia, era uma tarde de EUFORIA...misturada com aromas de CANELA!!!
BJ.

Anónimo disse...

Olá carolina,vou tentar ouvir hoje o video, pois o computador ficou sem pio, (avariaram-se as colunas),hoje já piam novamente.Em relação à vizinhança, podes sempre visitar os teus "vizinhos" da blogesfera,não achas? As "modernices" tbm trazem coisas boas, tens sempre "vizinhos" com quem blogar.Uma noite descansada e até amanhã "vizinha",gosto mesmo do nome vizinha. silvana ramos sapage ( Só não tenho umas couvitas,para te oferecer).

Anónimo disse...

Olá Carolina:
Nesses velhos tempos era mto engraçado, boas recordações, quando vi a imagem da telefonia lembrei-me que habitualmente estava vestidinha, ainda assim não ficasse contipada, com uma capinha bordada com o nome da marca, pelo menos na minha casa era assim.
Durante o Inverno na Lagoa de Santo André vinham uns Italianos com camiões frigorificos e ficavam ali no largo do cruzeiro até o carregamento de peixe da lagoa estar completo, os Italiano tinham rádio nos camiões e simpáticamente à noite depois de jantar ligavam o rádio, nós trazíamos cadeirinhas de casa, e ficávamos por ali a fazer serão, ouvindo os fados e guitarradas.Bom convívio com a vizinhança.depois continua a história.......
Beijinhos

Anónimo disse...

Olá Carolina:
Simpaticamente não leva acento, e queria dizer constipada.
Tudo certo? Prof?
Beijinhos

Carolina disse...

Ainda bem que a minha postagem vos trouxe tão boas recordações!
E claro, as da Teresinha tinham que trazer "doces sabores"... e depois eu é que penso em guloseimas!... Estou a ver que sim!!!
;)))

O céu da Céu disse...

A minha casa é geminada e tenho uma vizinha simpática...mas raramente nos vemos,porque eu durmo de noite e ela de dia...às vezes rega-me as flores (quando eu estou a dormir).Mas quando era pequena vivia numa rua com muitos vizinhos.Éramos todos amigos e solidários.Os bolinhos,o pão,os sorrisos eram distribuídos a todos por todos.Era muito bonito.

Carolina disse...

Bons tempos!...